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[REVIEW] Minecraft Dungeons – Um Diablo Quadradão

Ahhhhhh, o Diablo! Poucos jogos me fizeram gastar tanto tempo entretido em seu universo. Agora Minecraft Dungeons chegou e promete a mesma diversão em um universo mais leve e brincalhão. Mas será que ele consegue?


Ficha Técnica

Título: Minecraft Dungeons

Plataforma: Nintendo Switch

Tamanho: 3.6GB

Desenvolvedora / Publicadora: Mojang/XBox Studios

Jogadores: 1-4 (local e online)

Em Português: Sim

Gênero: Ação, Aventura, RPG

Save na Nuvem: Sim

Classificação: 10 Anos

Preço no Lançamento (BR): R$74,95 (versão standard) e R$112,45 (versão do herói)

Preço no Lançamento (US): US$ 19,99 (versão standard) e US$39,95 (versão do herói)


História

O jogo narra a história de como um aldeão chamado Arch-Illager se tornou um maléfico vilão, preenchendo os cantos do mundo com monstros, bruxos e toda a sorte de inimigos.

Olha a carinha de tinhoso que esse Arch-Illager tem!

Neste contexto que o jogador entra. Você controla um herói desconhecido que visa unicamente restaurar a paz mundial. Para falar bem a verdade, a história deste jogo não é (nem pretende ser) o seu grande chamariz, pois seu destaque mesmo está na jogabilidade.

Jogabilidade

Como dito na introdução deste post, é impossível não associar a imagem de Minecraft Dungeons à de Diablo 3, e o próprio jogo não faz questão alguma de esconder isto. Quem jogou o título da Blizzard irá se deliciar com as mais diversas referências e “cópias” que o jogo trouxe. Goblins do tesouro, baús amaldiçoados e vários outros elementos estão presentes, mas com outra roupagem.

Dito isto, o jogo é sim um Diablo com uma história mais acessível a todos os públicos. A câmera isométrica permanece, os botões de ação e ataques, esquiva, usar poção, estão todos lá. Você vai ganhando armas de curta e longa distância, armaduras e magias para serem aplicadas no personagem.

Ao contrário do que acontece no jogo do capetão, aqui não há classes definidas com habilidades únicas, os desenvolvedores deixaram a customização do personagem baseada unicamente nos itens, possibilitando que os jogadores tenham experiências distintas entre si, a depender somente de sua forma e estilo de jogar.

Quer equipamentos que causem mais dano à distância para evitar o confronto direto? É possível! Quer fortalecer a utilização de magias? Também pode! Quer uma forma de jogar mais balanceada? Por que não? Tudo é muito customizável no jogo e isso possibilita até a criação de um esquadrão com até 4 jogadores em que todos possam combinar papéis para ter uma forma de jogar em time.

Dificuldade, a gente vê por aqui

Ao contrário do que muitos podem pensar, o jogo é bem difícil de se finalizar. Na seleção de cada fase você escolhe o nível dos inimigos, mas o jogo impede que você entre em níveis em que claramente não terá desafio algum, mantendo o foco em batalhas em que o jogador terá alguma dificuldade, mesmo que não seja um grande obstáculo a ser superado.

Jogar em equipe favorece, pois ao morrer você não gasta imediatamente uma vida (sim, o jogo trabalha com conceito de vidas). Contudo, não fica tão mais fácil assim! Isso pelo fato de que, quando um dos aliados cai, o dia vira noite e os demais devem acordá-lo dentro de um determinado tempo para evitar que a noite os castigue (fica impossível sobreviver). Muitas vezes, quando isso acontece, táticas e estratégias ficam esquecidas na busca desenfreada pela sobrevivência.

Gráficos e Som

O jogo está bonito no Switch, mas também não temos muito o que esperar em Minecraft, não é? A própria franquia não se propõe a ter gráficos realistas ou extremamente detalhados. Mesmo assim, a beleza dos cenários e as formas como o cenário é composto enchem os olhos.

Há um sistema de níveis (“andares”) diferentes dentro de um mesmo cenário. Por exemplo: há certas áreas em que você sobe um morro e passa por uma ponte, enquanto seus aliados lutam logo abaixo. É um pequeno detalhe, mas que jogando faz uma baita diferença.

Os sons e as músicas são competentes, mas nada que eu considere espetaculares.

Problemas Graves

Se tem uma coisa que esse jogo tem de sobra são os problemas. Ao iniciar o jogo e tentar selecionar a skin de seu personagem você já encontra dificuldade. Imagine que são várias e várias seleções de personagens distintos em uma tabela com a foto de cada um deles.  Esta lista possui uma barra de rolagem e o primeiro personagem selecionado por padrão está na última fileira, não na primeira, e não é exibido na tela. Isso causa uma confusão e me fez pensar que o jogo estava travado, uma vez que eu apertava para baixo e para os lados e o jogo não respondia. Este problema, por se tratar de algo tão preliminar e obrigatório para se começar a aventura, me faz crer que a equipe de desenvolvimento sequer testou o jogo.

O problema descrito acima. Viu? Não aparece o quadrado de seleção, mas acredite: ele está lá pra baixo.

Além disso, o jogo tem muitas quedas de framerate que incomodam e causam desconforto. Travamentos, quedas repentinas de conexão, personagens atravessando o cenário e caindo para o além (demonstrando que a parte de detecção de colisão não foi implementada a contento), tudo isso estressa e conta negativamente para o jogo.

Nesta tela, morri dentro de casa, sem nenhum inimgo em volta. Acho que tropecei e caí da escada.

Além dos bugs, há decisões completamente equivocadas da equipe. Um dos exemplos que mais me estressaram durante as jogatinas foi o fato de que ao ver um aliado cair próximo a uma aglomeração de monstros, eu corria para ressuscitá-lo. Porém, você deve limpar a área se quiser ter uma chance de sucesso no auxílio ao amigo caído. E é aí que a equipe cometeu um deslize: eles tomaram a decisão de colocar o mesmo botão para ressuscitar aliados e para atacar inimigos, o que traz o inconveniente de você tentar atacar os oponentes e seu personagem de repente virar um curandeiro, morrendo no processo. E não é que não existiam opções de botões, pois havia sim! O botão R, por exemplo, poderia ser utilizado para isso, pois ele é usado para esquiva (rolamento) que também é feita usando-se o analógico direito.

Uma outra tomada de decisão completamente questionável e absurda é o fato de que você não consegue jogar com seus amigos do console. Eles acharam que seria uma ótima ideia obrigar o jogador a criar uma conta da Live, adicionar os amigos por lá e, somente assim, poder jogar online. Repito: é uma decisão ridícula e que não faz o menor sentido.

Um outro aspecto é que, apesar de constar que o jogo possui a linguagem Português do Brasil, não há opção de mudança de idioma, pegando o idioma padrão do console. E como é de conhecimento de todos, o Switch não tem o Português brasileiro entre seus idiomas padrão, ou seja, o jogo somente exibe texto e menus em português de Portugal.

Veredito

O jogo é muito divertido, principalmente se jogado com amigos. Possui boas mecânicas, vários desafios interessantes e é um bom representante do gênero Dungeon Crawler.

Todavia, os problemas que o jogo possui são perceptíveis e irritam demais, o que faz necessário que você reflita sobre eles antes de investir neste game. Ressalto que até a data de publicação deste post não houve nenhum patch de update, o que não impede que no futuro tenhamos atualizações e estes problemas sejam eliminados.

Dito isto, recomendo a todos que gostam de um jogo do estilo “Diablo”. Porém, tenha ciência de todos os bugs e que o jogo não é longo, prolongando-se apenas nos casos em que os jogadores queiram refazer as fases em dificuldades superiores ou para aquela diversão em galera.

Ficou com vontade de jogar? Este post foi útil? Deixe nos comentários!


Trailer do Jogo

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Tovar

Nintendista desde os 8-bits, pulei somente a geração GameCube (que recuperei com o Wii). Jogo em qualquer plataforma. Um fã de The Legend of Zelda, Donkey Kong, Mario, Mega Man, e de outros grandes nomes da indústria.

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