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[REVIEW] Celeste

Uma menina precisa enfrentar a tudo e a todos em sua jornada até o topo da Montanha Celeste. Mas será que este é um jogo “topo” de linha? É isso que veremos no nosso review de hoje!


Ficha Técnica

Título: Celeste

Plataforma: Nintendo Switch

Tamanho: 1.2 GB

Desenvolvedora/Publicadora: Matt Makes Games

Jogadores: 1

Em português: Sim

Gênero: Plataforma

Save na Nuvem: Sim


Há quase um ano atrás, em 25 de janeiro de 2018, Celeste foi lançado e na época chamou muita atenção. Entretanto, a crescente lista de jogos, o próprio trailer do jogo e seu preço com valor elevado para os padrões Nindies foram diminuindo a vontade que eu tinha de jogar. Eis que um Nintendo POWdcast sobre jogos INDIEspensáveis reacendeu a vontade e, aproveitando uma promoção que a Nintendo fez para o Videogame Awards, comprei-o.

Sobre o Jogo

Celeste é um lugar perigoso!

Em Celeste você controla Madeline (ou Zelda, ou Peach, ou se quiser pode ser até Tonha; você escolhe o nome) que deseja subir uma montanha chamada Celeste (que realmente existe no Canadá). Entretanto, ela está com receio de não conseguir êxito, e, para falar a verdade, ela também não conta com muita ajuda exterior. Pessoas dizendo o tempo todo que ela não conseguirá, que ela falhará; até mesmo a própria Madeline se questiona se alcançará ou não o seu objetivo. A montanha é perigosa e ela sabe disso! Entretanto, ela parte em sua aventura buscando superar seus limites.

Este é um jogo de plataforma em sua forma mais pura. Cada capítulo é dividido em sub-capítulos, cada qual com uma infinidade de salas (desafios) para percorrer. Basicamente você deve ir do ponto A até o ponto B, entender a lógica para superar os desafios que encontrar pelo meio do caminho e colocar (tentar!) a sua solução em prática.

E sabe qual é a mecânica para superar os desafios? Pular, correr, se agarrar em paredes, pular de novo, usar elementos do cenário, correr mais um pouco e acima de tudo: morrer, morrer, morrer, morrer….. Porém, mesmo com tantas mortes, não me senti frustrado ou entediado (exceto por um pequeno problema que veremos mais para frente), o jogo consegue muito bem fazer você querer continuar, mesmo com tantos fracassos.

https://twitter.com/_leandro_mtes/status/1081886283377438721
Desculpem a revolta! Apesar de não parecer, foi um momento extremamente recompensador!

Pular, correr, se agarrar, fazer os famosos wall-jumps, todas essas mecânicas são simples e já vimos em vários e vários jogos, mas, aliadas à alguns outros elementos, são utilizadas de forma magistral para desafiar os jogadores que se aventuram a escalar a montanha. E o que une todos esses elementos? É a “simples” análise do ambiente e precisão na execução!

Se a vida te der morangos, faça uma morangada

A aventura principal é coberta de desafios, mas alguns jogadores mais masoquistas podem querer um pouco mais de desafio. E é aí que entram os morangos.

O próprio jogo deixa claro que eles não são importantes. Mortes, morangos, corações, são apenas números nas estatísticas. O que realmente importa é você alcançar os seus objetivos! Se puder ser com perfeição, ok! Se não, paciência e tenha certeza que você tentou, tentou, tentou e conseguiu. Eu acho que esta é a grande lição do jogo e é uma lição para a nossa vida.

Há morangos visíveis no andamento linear do jogo, porém há outros que você pega explorando o ambiente e descobrindo seus segredos. Há os corações com asas que te impedem de usar o dash sob pena dele fugir. Ao mesmo tempo, às vezes você precisa que ele fuja para capturá-lo. Cada caso é um caso.

Três Lados da Mesma História

Como dito anteriormente, o jogo possui uma campanha principal dividida em capítulos. Dentro de cada capítulo é possível encontrar uma fita cassete que libera uma versão alternativa daquela parte do jogo e que tem um nível de desafio que fará você morrer muito mais do que o normal: o lado B.

No lado B não há morangos e cabe a você simplesmente terminá-lo…. se for capaz. O nível de exigência dessas áreas beira ao absurdo e pode frustrar os jogadores. Recomendo que tentem ao menos um para saber se é o seu tipo de desafio, mas não se prenda ao cumprimento deles. Lembre-se: o jogo quer te contar uma história, o resto são apenas números nas estatísticas.

Completou a história principal e todos os Lado Bs? Saiba que existe um lado C com um nível de exigência que…. como eu posso te explicar isso? Deixa eu pensar….. É OBRA DO TINHOSO E SUGARÁ SUAS FORÇAS E ALMA. Resumindo: siga com força, foco e fé, pois acredito em você! Mas faça isso por sua conta e risco.

5 Personas

Além da Madeline temos outros quatro personagens, igualmente carismáticos, que participam da aventura, incluindo uma versão de você mesmo. Cada diálogo traz suas personalidades únicas e divertidas. Cada história ou situação faz você se importar, inclusive com os vilões. O trabalho narrativo deste jogo, na minha opinião, é exemplar.

Falando sobre os diálogos, eles são inteiramente textuais e não há expressão dos personagens utilizando palavras na forma verbal (apenas grunhidos). Cada verbo ou palavra importante é destacada de forma a passar, sem sombra de dúvidas, a carga emocional que a frase inteira carrega. Invariavelmente eu me peguei lendo e interpretando o que os personagens estavam falando (incluindo tom de voz). Além disso, há diálogos muito bem localizados para o Brasil, o que deixa a experiência ainda mais gratificante.

Você que leu até aqui está percebendo que não falei muito sobre a história. Isso pelo fato de que não quero dar nenhum spoiler, pois este é um jogo que tem ajudado muitas pessoas de diversas maneiras. Então vou deixar você interpretá-la quando for jogar, ok?

A beleza está nos olhos/ouvidos de quem joga

Não há a menor possibilidade de eu explicar o que é a trilha sonora neste review. Não que eu não queira, é que ela é tão bem feita que qualquer coisa que eu possa dizer sobre as músicas pode não condizer com a experiência final. A única coisa que posso dizer é: coloque o fone de ouvido e escute! A trilha é linda e, apesar de as fases serem longas pela quantidade de vezes em que você morre, jamais enjoei delas.

A arte do jogo é igualmente bonita e bem trabalhada! Design de personagens, fases, tudo está em tão perfeita harmonia visual que encanta. E de quebra tivemos a participação brasileira no projeto: Amora Bettany e Pedro Medeiros (ambos artistas) e da Heidy Motta (Gerente de Operações).

É complicado

Como dito anteriormente, este jogo exige do jogador que ele tenha precisão nas suas ações. Entretanto aqui está o seu grande problema (que está mais relacionado com a utilização de analógicos).

Explico: o jogo permite que você utilize a corrida (dash) em 8 direções (contemplando as direções na vertical, na horizontal e na diagonal), e às vezes o movimento não sai na direção esperada. Exemplo: você está dando o dash para a direita seguido de outro dash para cima, o movimento algumas vezes pode sair para a diagonal. Em um jogo como este, qualquer erro pode ser fatal.

Com o D-Pad eu quase não reparei este problema, tanto que alguns morangos eu só consegui utilizando este direcional. Porém, o D-Pad do Joycon, por exemplo, pode atrapalhar a executar alguns movimentos.

Para todos os gostos!

Como o objetivo é contar uma história, o jogo fornece ais jogadores que possuem alguma limitação técnica o “modo de assistência” em que é possível customizar algumas mecânicas do jogo. Pelo que vi, dá para você ficar invencível, retardar a velocidade do jogo, ter pulos infinitos, etc.

Sei que você está torcendo o nariz para essa função, mas ela é optativa e, acima de tudo, inclusiva. Uma pessoa que tenha dificuldades com jogos de plataforma tem que se divertir da mesma forma que uma pessoa que tem facilidade. Este modo permite que o jogo se ajuste ao jogador, não o contrário. Eu, por exemplo, tenho muita dificuldade em mirar em jogos FPS, e constantemente utilizo assistência de mira e me divirto muito assim. Não se esqueça: videogame é diversão, e diversão deve (ou deveria) ser inclusiva.

Curiosidades

Para aqueles que não sabem, Celeste é uma montanha no Canadá (mesma nacionalidade do Matt Thorson e Noel Berry (desenvolvedores do jogo).

Quero subir pra encontrar o Sr. Oshiro

O jogo começou durante uma game jam (evento em que alguns desenvolvedores são desafiados a criar um jogo do zero em um curtíssimo intervalo de tempo (ex: 24 horas). Matt Thorson criou um protótipo (jogue clicando aqui), enxergou ali um grande potencial e resolveu expandir o conceito. E o melhor? O jogo original também é um easter egg no jogo final.

Veredito

Celeste é um daqueles jogos que fará você morrer muito, mas é impressionante como ele não me frustrou hora nenhuma. Porém, o sentimento de frustração é subjetivo e não dá para cravar se o jogo irá te frustrar ou não.

Se você gosta de jogos de plataforma com bastantes desafios, este é um belo exemplar. A história versa sobre superação e conflito interior, seus personagens são carismáticos e marcantes e eu considero uma experiência recompensadora; uma experiência visual, narrativa, e sonora.

Considero este título um dos jogos obrigatórios do Switch e de todos os outros consoles.

Agradeço aos que leram até aqui e até o próximo post!

Este jogo está no meu coração!
Gostou? Então compartilhe!

Tovar

Nintendista desde os 8-bits, pulei somente a geração GameCube (que recuperei com o Wii). Jogo em qualquer plataforma. Um fã de The Legend of Zelda, Donkey Kong, Mario, Mega Man, e de outros grandes nomes da indústria.

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