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[REVIEW] Wonder Boy Collection – A velha guarda agradece

A coleção de aniversário Wonder Boy Collection reúne quatro clássicos da franquia Wonder Boy em um só produto. Aqui, encontramos até mesmo a origem da saga, cujo título inspirou de forma bastante fidedigna o renomado Adventure Island, que traz um náufrago perdido em uma ilha que precisa coletar comida para continuar vivo.


Ficha Técnica

Título: Wonder Boy Collection

Plataforma: Nintendo Switch

Data de lançamento: 03/06/2022

Tamanho: 117 MB

Desenvolvedora: ININ Games

Publicadora: Bliss Brain

Jogadores: 1 (local)

Em Português: Não

Gênero: Ação, Arcade, Plataforma

Tempo de Jogo (em média): 12 horas

Save na Nuvem: Sim

Classificação: Livre

Preço no Lançamento (BR): R$ 139,99

Preço no Lançamento (EUA): US$ 29,99


Arcade e Mega Drive

Wonder Boy

O primeiro de todos, o Wonder Boy, traz uma jogabilidade bastante escorregadia e datada, mas que ainda rende uma diversão simples, porém, altamente repetitiva e acompanhada de um level design bastante injusto do arcade, tendo inimigos brotando repentinamente para tirar sua vida. Aqui, nossa principal missão é finalizar a fase controlando Tom Tom, indo em direção à direita, enquanto coletamos frutas para manter nossa barra de vitalidade e evitar que morramos. Também existem obstáculos por todo o caminho que podem te atingir, além de itens como o skate que vai te ajudar a acelerar bastante as coisas. Há adicionalmente alguns perks, como a fadinha; e a morte, que derruba rapidamente sua barra de vitalidade. Infelizmente, o primeiro Wonder Boy não tem tanta variedade para oferecer.

Wonder Boy in Monster Land é um título que apresenta uma evolução absurda se compararmos ao game anterior. Aqui, temos uma câmera que já permite ir e voltar na fase, além de que a direção de algumas delas muda da direita pra esquerda. Fora isso, o combate é agora feito utilizando sua espada, bem como os inimigos derrubam dinheiro quando mortos e podemos usar isso para adquirir equipamentos para o personagem. Existem diversas lojas, as quais vendem diversos itens como botas, armaduras, escudos, magias e cura. Também há chefes dentro de portas aqui e ali, que concedem chaves para avançar (além de dinheiro, como não podia faltar). Adicionalmente, existem itens com efeitos especiais, como as botas que permitem o personagem planar por alguns segundos no ar. Ainda assim, a jogabilidade continua sendo baseada em fases, além da UI ser bastante infestada de informações e características claras de um título de arcade, revelando as raízes desse segundo jogo.

Wonder Boy Monster Land

Wonder Boy in Monster World é a culminação de todas as ideias aplicadas até então, e acabou transformando essa sequência de Wonder Boy em um título de aventura e exploração. Como já era de se esperar em um jogo desse subgênero, existe o backtracking (ato de ir e voltar em fases já visitadas), além de podermos adquirir habilidades diferentes ao avançarmos. Tudo isso empolga bastante e cria uma experiência totalmente nova da saga até então. Em relação ao restante, a compra de equipamentos e afins continua presente aqui, apenas se tornando ainda mais essencial ao longo da jornada. Felizmente, o game design de máquinas arcades com o objetivo de devorar suas fichas foi abandonado neste título.

Por fim, temos Asha, a protagonista de Monster World 4. Essa sequência originalmente de Mega Drive já retorna um pouco mais às raízes da saga, e coloca Asha em um jogo de aventura e ação, com a permissão de fazer o backtracking, mas agora sem obter novas habilidades em si. Grande parte do trabalho agora fica por conta do amiguinho voador redondo de Asha, que cria diferentes elementos de jogabilidade para a protagonista. A jogabilidade segue muito do que já foi visto na série até então, mas aprimora a forma como as coisas foram feitas, sendo que agora temos de tudo um pouco: coleta de dinheiro, itens para comprar e equipar na personagem, revisita de cenários, etc. Esse é um jogo tão completo e bem feito que ganhou um Remake recentemente, sendo mais um dos jogos da saga a receber esse tratamento.

Recursos modernos

Wonder Boy in Monster World

Os gráficos são fiéis aos da época e oferecem várias opções de personalização de filtro de imagem, além de diferentes formatos de tela como o 4:3, 16:9, esticado para preencher todo o espaço, etc. A arte em pixel de todos os Wonder Boy são bem datados, e o mais modernizado fica por conta de Monster World IV que já apresenta algo da época do Mega Drive. 

Também existe o save state, que nos permite salvar o progresso a qualquer momento em diversos slots diferentes. Adicionalmente, temos a funcionalidade de rebobinar e de acelerar a jogabilidade, o que se mostra extremamente útil e quase que obrigatório nos dois primeiros jogos de arcade.

Adicionalmente, temos a opção de modificar a dificuldade do jogo, como também quantidade de vidas, vidas obtidas após uma certa quantidade de pontos deletados, alguns mapeamentos de comandos etc.

Pontos negativos

Monster World IV

A jogabilidade em si é descaradamente emulada, e isso se afirma com a música que é acelerada juntamente com o jogo quando ativado o fast forward, e o mesmo efeito acontece ao rebobinamos a sequência. Nesse sentido, tenho mais apreço a versões remasters de jogos clássicos, o que resulta em recursos assim 100% livres de distorção.

A diferença maior entre a versão física e a digital é bastante gritante: a versão em mídia física traz mais de vinte versões de sete diferentes jogos. Tal decisão não faz o menor sentido pra mim, e isso certamente fere a relação do consumidor para com a franquia em si e com a Strictly Limited Games – ou a publisher da coletânea. E isso com certeza não é por conta do peso dos títulos, contando com o fato de que todos eles são muito leves para uma versão digital.

Questões e mais questões

Os jogos que acompanham a coleção em si são bem divertidos, ainda que os dois primeiros sejam extremamente datados. A maior questão que fica aqui é a seguinte: por que essa diferença tão grande entre a versão digital e a física? Isso é um grande desincentivo em relação à digital, o que dificulta ainda mais caso você more em um país em que a importação seja uma dor de cabeça. Em suma, a coleção de 4 jogos da franquia Wonder Boy é um item bastante interessante de se ter, mesmo que a maioria dos jogos ali já tenham recebido remakes ou remasters. De qualquer forma, é nostálgico poder ter e jogar a versão original de todos eles.


Trailer do Jogo


* Esta análise foi feita utilizando uma chave enviada pelos produtores

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Jason Ming Hong

Gamer desde o 1 ano de idade segundo meus pais. Jogo de tudo, porque o importante pra mim em um jogo é divertir. Gosto de jogos com uma boa história, investimento em gameplay sólido e, se rolar, um co-op de sofá. Também sou UX/UI designer, aquela galera moderninha que faz coisas pensando em quem vai usar. Aliás, agora edito o POWdcast, RÁ!

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