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[REVIEW] DC Super Hero Girls: Teen Power – Uma adaptação mediana e batida

Inspirado numa espécie de reboot de um desenho do mesmo nome, DC Super Hero Girls: Teen Power traz a parte 100% feminina do grupo de heróis da DC, como Wonder Woman, Batgirl, e Supergirl. Porém, não para por aí, já que as vilãs também estão presentes, como Poison Ivy, Harley Quinn e Catwoman que, curiosamente, acabam trabalhando junto com nossas heroínas para salvar Metropolis de todo o mal que assombra a cidade. Nesta aventura, precisamos aliar forças para derrotar Toyman, o vilão da vez que tem aparições na versão televisiva de DC Super Hero Girls.


Ficha Técnica

Título: DC Super Hero Girls: Teen Power

Plataforma: Nintendo Switch

Data de lançamento: 04/06/2021

Tamanho: 1.9 GB

Desenvolvedora: Toybox Inc.

Publicadora: Nintendo

Jogadores: 1

Em Português: Não

Gênero: Ação, RPG

Tempo de Jogo (em média): 5 horas

Save na Nuvem: Sim

Classificação: 10 anos


Jogo de criança ou para todas as idades?

Grupo de heroínas

De vez em quando, gosto bastante de testar produtos direcionados para um público mais jovem, principalmente para entender qual o tipo de apelo que está sendo entregue para a criançada. Normalmente a fórmula é bem simples: inimigos repetitivos, socos e pontapés distribuídos com o uso de poucos comandos e alguns upgrades. Bom, DC Super Hero Girls: Teen Power acaba caindo nesse “balaio de gato”, fazendo tudo isso e mais um pouco – mas não tanto assim a mais.

Inicialmente, controlamos as três heroínas citadas anteriormente: Princesa Diana, como Wonder Woman; Barbara Gordon, como Batgirl; e Kara Danvers, como Supergirl. O trio de garotas possui jogabilidade completamente diferente, o que é ótimo, sendo que a Supergirl tem um foco bem maior em voar por aí em uma jogabilidade levemente parecida com jogos de avião, além de distribuir sopapos em pleno ar, soprar um ar congelante e acertar o inimigo com seu impulso. Enquanto isso, a Mulher Maravilha possui seu escudo e laço mágico, que podem ser usados em combate para acertar inimigos a longas distâncias ou então puxar a personagem em direção a eles. Já a Batgirl consegue planar por alguns segundos utilizando sua capa, além  de arremessar batarangues.

Upgrades!

As habilidades são todas liberadas através de estrelas de pontos de habilidade, adquiridas derrotando inimigos em combate. Além disso, também é possível conseguí-las terminando um conflito na melhor performance possível, evitando receber danos de inimigos, acertando o maior número de combos e realizando o famoso dodge, que nada mais é do que rolar para desviar de ataques. Esse último concede um super golpe, caso seja feito no timing perfeito, ou seja, justamente no momento em que o inimigo tentar acertar sua personagem. Com isso, o combate acaba sendo um tanto quanto variado, mas graças à quantidade de habilidades e heroínas (e vilãs) disponíveis, cada qual com sua forma – quase – única de se jogar.

Em alguns momentos bem pontuais, existe uma jogabilidade que faz uso de elementos de plataforma explorando algumas habilidades únicas das personagens. Consigo facilmente citar um exemplo marcante para mim, em que precisamos pular de prédios em prédios por meio do super pulo da Catwoman, que consegue utilizar paredes a seu favor e escalar edifícios altos. Tudo isso precisa ser feito sem cair nas ruas, o que acaba sendo um desafio bacana que me tirou do ritmo de “combate atrás de combate” do cerne do jogo. Mesmo assim, momentos assim não são tão frequentes.

Lute contra hordas de inimigos, ande pela cidade, faça missões, repita

Hordas de inimigos

O maior problema de DC Super Hero Girls: Teen Power é o combate em si. Normalmente enfrentamos hordas e mais hordas de inimigos até finalizar a missão, e muitos deles são apenas uma troca de cor de algum outro.

É verdade que existem algumas variações entre um tipo e outro, como bonecas possuídas que atacam com choques elétricos, ursos de brinquedo malignos e robôs de corda gigantes que tentam nos destruir – aliás, todos eles são baseados em brinquedos de criança. Porém, é fácil de derrotá-los, tendo sempre a mesma estratégia para todos os inimigos comuns, o que acaba cansando em poucos combates.

Lutas contra chefes

A maior diferenciação se dá em momentos de luta contra chefes, em que precisamos fazer coisas levemente diferentes. Por exemplo, em uma delas é necessário conduzi-lo até um local final, atraindo sua atenção enquanto protege um robô que está sendo perseguido pelo monstrengo. Já em outro, é necessário evitar com que ele solte seu golpe mais forte, que explode todo o cenário e causa muito dano, obrigando o jogador a ficar mais atento no momento em que o inimigo estiver se preparando para atacar. Porém, esses tipos de lutas não são constantes, e o que acaba predominando mesmo são os conflitos contra hordas de brinquedos.

Fotografia maneira

Também existe um conteúdo secundário bastante mal aproveitado, como missões que são possíveis de serem obtidas falando com NPCs ao redor da cidade ou com seus colegas de universidade ao redor do campus. Mesmo assim, são tarefas bem bobinhas, como coletar itens espalhados por aí, derrotar mais hordas de inimigos, procurar joias roubadas que foram largadas pela cidade, e afins. Também há uma mecânica de construção de edifícios na área menos populosa do município, chamada Hob’s Bay, e lá podemos criar locais como restaurantes, lojas de roupas para heróis e vilões, entre alguns outros estabelecimentos que realmente tem um propósito – de qualquer forma, nem todos o fazem. Porém, isso acarreta mais um problema: é necessário combater mais hordas a fim de proteger a nova construção. O que era bacana, acaba virando também uma parte maçante.

Catwoman

Por fim, há uma jogabilidade de tirar fotos e publicar em uma rede social bastante interessante, utilizando o botão Y. Podemos aplicar filtros e escolher a câmera frontal ou traseira de nosso smartphone. A parte divertida é que algumas missões pedem uma foto específica, enquanto tarefas secundárias pedem cliques mais específicos ainda como a foto de uma estrela cadente que surge no céu em algumas noites ou uma quantidade específica de logos em grafites em muros alheios. A ambientação também de Metropolis também não é nada mal, e a cidade não é tão grande assim, o que acaba sendo favorável para não ser um mundo aberto completamente vazio.

Ah, e a parte mais triste é a falta de um multiplayer cooperativo, e não temos nem mesmo o local/no mesmo console. Isso é uma lástima, já que na maioria das missões podemos selecionar três personagens, uma para controlarmos e outras duas de suporte. Porém, a inteligência artificial de suas ajudantes é péssima, e fui capaz até mesmo de vê-las andando contra um obstáculo infinitamente. Por isso, teria sido uma ideia bem melhor habilitar um co-op de tela dividida. Uma pena ver algo tão óbvio assim não implementado.

De tudo um pouco, mas nada com excelência

DC Super Hero Girls: Teen Power tenta fazer várias coisas em um só jogo, mas acaba pecando por não saber fazer nada bem feito. A fórmula básica de produtos de videogames para o público infantil se faz presente aqui: algo simples, direto e sem muitas opções. E isso é bem triste, já que parece subestimar um pouco a capacidade de crianças e pré-adolescentes de tomarem decisões mais complexas dentro de games. A jogabilidade peca demais na repetição, e a ausência de um cooperativo local abala expectativas, já que o jogo tem muito a cara de algo para se divertir com alguém ao lado.

Finalmente, até consegui me divertir em vários momentos em DC Super Hero Girls: Teen Power, mas por um motivo bastante secundário: fotos. Enquanto o Beat ‘em Up deixa bastante a desejar, a mecânica de clicar imagens específicas por aí, salvá-las em seu álbum, publicar na rede social Superstar e utilizá-las até mesmo para cumprir missões foi muito mais divertido do que sair distribuindo bordoada em brinquedos malignos por Metropolis. O preço do jogo também acaba sendo exorbitante pelo que ele oferece, ainda mais por conta de sua simplicidade e falta de criatividade, sendo cobrado R$ 299 até o momento desta publicação. É facilmente possível encontrar algo melhor por aí, por um preço bem mais amigável.


Trailer do Jogo


* Este review foi feito utilizando uma chave fornecida pela Nintendo

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Jason Ming Hong

Gamer desde o 1 ano de idade segundo meus pais. Jogo de tudo, porque o importante pra mim em um jogo é divertir. Gosto de jogos com uma boa história, investimento em gameplay sólido e, se rolar, um co-op de sofá. Também sou UX/UI designer, aquela galera moderninha que faz coisas pensando em quem vai usar. Aliás, agora edito o POWdcast, RÁ!

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