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[REVIEW] Ys Origin – Uma aventura repetitiva

Um action RPG com visão isométrica com cara de hack’n’slash. Assim são vários jogos da franquia Ys. Um deles, saiu em 2007 e foi relançado para várias plataformas, chegando recentemente no Nintendo Switch. É sobre ele que falo hoje, vamos acompanhar?


Ficha Técnica

Título: Ys Origin

Plataforma: Nintendo Switch

Data de Lançamento: 01/10/2020

Tamanho: 2.4Gb

Desenvolvedora/Publicadora: Dotemu

Jogadores: 1

Save na nuvem: Sim

Em português: Não

Gênero: Aventura, Plataforma, Ação, RPG

Preço no Lançamento (US): USD $ 19,99


História

Ys é uma franquia pouco conhecida aqui no ocidente, principalmente entre os Nintendistas. O último Ys que saiu para Nintendo, fora o de 2018, foi no ano de 1995 para SNES, então existe todo um universo que começamos a explorar recentemente.

Ys Origin se passa 700 anos dos acontecimentos dos outros oito jogos da franquia, com o objetivo de explicar um pouco a história do mundo. Aqui, duas deusas, Reah e Feena, cuidavam das terras de Ys, onde havia muita paz. Um dia, vários demônios surgiram das profundezas, trazendo morte e devastação por onde passavam.

As duas deusas elevaram o reino de Ys para fugir dos demônios, mas eles acabaram fazendo o mesmo, levando a guerra para os céus. Com isso, as deusas desapareceram. Foram criados alguns grupos para irem atrás delas para que Ys conseguisse resistir dos ataques. Depois de procurar em toda a superfície do mundo, restou somente um lugar, para procurá-las, A Torre Negra dos Demônios. E é aí que o jogo começa.

Dentro dessa enorme torre é onde todo o jogo ocorre, com vários eventos paralelos que explicam a lore de seu universo, os personagens e suas relações. Os diálogos são bem na pegada de um JRPG, sendo bem longos, monótonos e muitas vezes desnecessários, mas é possível avançá-los. E por mais que os vários grupos possuam o mesmo objetivo, que é encontrar as deusas, existem muitas rixas internas que dificultam o caminho dos heróis.

Jogabilidade

Ys Origin, possui uma jogabilidade bem semelhante aos outros jogos da franquia, pois são action-RPGs. Aqui, é possível jogar com dois personagens (um terceiro é liberado depois que se termina o game), Yunica e Hugo.

Yunica utiliza um machado com vários combos e habilidades para obliterar os inimigos. Hugo é um mago que atira projéteis com seu cajado e seus orbes, além de possuir magias de ataque e defesa. O jogo parece muito um shooter, pois é necessário somente esmerilhar o botão de ataque para acabar com os inimigos. Entretanto, a complexidade do jogo aumenta conforme o jogador obtém novas habilidades de movimentação e defesa, sendo necessário usá-las para conseguir avançar sem muitos problemas.

Conforme o jogador derrota os inimigos, além de obter experiência para subir de nível, ele acumula alguns pontos que são trocados por evoluções no personagem, como aumento definitivo de dano e regeneração de vida e mana. Apesar disso, o jogo se torna muito repetitivo, pois é necessário somente avançar pelos cenários e derrotar os inimigos, com alguns poucos desafios de plataforma e backtracking.

Ys Origin se passa inteiramente na torre, onde é necessário subir até o topo, então todos os cenários sobem e são praticamente idênticos, dando essa sensação de já se ter passado pela mesma situação milhares de vezes. Isso piora com o fato de que o jogo é muito linear, não sendo necessária a exploração. As habilidades e itens, na grande maioria, são obtidos sem investigar a área. A exploração também é desincentivada pela repetição dos cenários.

Por ser um RPG com níveis de evolução, muitas vezes o jogador precisará grindar para conseguir avançar no jogo, pois determinados cenários são bem mais difíceis que o anterior, sendo necessário avançar alguns níveis e obter algumas melhorias para conseguir passar.

Entretanto, o brilho do jogo está nas batalhas contra chefes, sendo quase que um prêmio ao jogador que insistiu na repetição. Cada um deles é diferente, são enormes e possuem um puzzle para derrotá-los. No geral, não são difíceis, mas é preciso paciência para entendê-los e perceber seus ponto fracos, dando ao jogador uma grande sensação de satisfação quando ele consegue.

Arte

Visual

Ys Origins é, de certa forma, minimalista em seu visual. Os personagens, na gameplay, são do estilo Chibi, ou seja, pequeninos e cabeçudos. Isso dá a eles um ar mais agradável. Nos diálogos e animações, eles aparecem em forma de anime/mangá, com traços bem japoneses.

O jogo tem seus cenários pré renderizados, sendo que os personagens e criaturas são em 2D, com exceção dos chefes, que são desenhados em três dimensões e esbanjam qualidade. O design do jogo é bem agradável, com ótimos efeitos visuais, como explosões e magias. Ambientes com água, fogo e lava também são impressionantes. O jogo transborda um ótimo visual. Quando se observa isoladamente.

O conjunto do visual inteiro de Ys Origin, entretanto, perde muito da qualidade por causa dos cenários extremamente repetidos. Grandíssima parte dos ambientes do jogo são dentro da torre, não havendo novidade nenhuma nos cenários. As mudanças são apenas em locais com água, fogo ou lava. Os inimigos, infelizmente, acompanham o mesmo ponto negativo, sendo bem repetitivos durante a jogabilidade. Mas também, quando observados um a um, na enciclopédia do jogo, eles mostram uma ótima qualidade.

Trilha sonora

Enquanto os outros aspectos de Ys Origin sempre possuem algum ponto negativo, o mesmo não pode ser dito de sua Trilha Sonora. O jogo possui músicas épicas e marcantes, com orquestras enormes, mostrando uma qualidade superior aos outros pontos do jogo.

Elas são extremamente agradáveis, perfeitas para se ouvir fora do jogo, pois conseguem causar as mais variadas sensações, de calmaria e paz a desafio e perigo. São músicas cheias e vivas, criadas pela mesma equipe que fez a trilha sonora de todos os outros jogos da franquia.

Os efeitos sonoros também não deixam a desejar, são bem competentes, mas acabam caindo na repetição, pois dependem da jogabilidade que já é repetitiva

Veredito

Ys Origin é uma ótima porta de entrada para a franquia. Possui um ótimo gameplay, apesar de ser repetitivo, e uma história que introduz a lore do jogo. Seu design é belíssimo, assim como sua trilha sonora, que esbanja qualidade em cada acorde.

O ponto negativo fica na constante sensação de repetitividade, pois não há alterações de jogabilidade e cenário, fazendo com que o destaque fique por conta dos confrontos com chefes.

Recomendo para quem gosta de JRPGs, para quem gosta de uma jogabilidade semelhante a shooter, e para quem já é fã da franquia. Mas não recomendo para quem está acostumado com jogos mais dinâmicos, pois Ys Origin peca nesse quesito.

E aí, já jogou algum jogo da franquia? E o Origin, já jogou? Deixe sua opinião nos comentários.


Trailer do jogo


* Esta análise foi escrita usando uma chave fornecida pelos desenvolvedores.

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Kiefer Kawakami

Sobre mim: Amante dos games, acredito que eles podem mudar a vida das pessoas e fazê-las mais felizes, bem como aconteceu comigo. Possuo um amor incondicional pela Nintendo desde Donkey Kong Country e Super Metroid. Sou multidisciplinar e sei pouco sobre muita coisa, mas o suficiente para relacionar assuntos distintos. Além disso, quero divulgar os games para que as pessoas vejam a maravilha que são e podem ser.

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