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Um pouco sobre a crítica especializada

No post de hoje trataremos de um assunto bastante polêmico, pois falaremos sobre a crítica nos videogames. Apesar de muito contestada, em vários momentos buscamos suas avaliações para verificar se um jogo vale ou não a pena comprar ou para, simplesmente, embasar a nossa opinião positiva ou negativa sobre um game.

Porém, será que basear uma opinião na de outrem é algo realmente interessante a se fazer? Será que um crítico é isento para fazer uma análise conforme suas convicções? É sobre isso que falaremos a seguir!

Critérios utilizados para uma crítica

A crítica é algo que sempre existiu quando falamos das “grandes artes” humanas. Seja na ópera, no teatro, cinema, dança, o ser humano sempre procurou avaliar o trabalho do outro por meio de uma nota. As pessoas que fazem essas avaliações de forma a publicá-las em algum veículo de comunicação são chamadas de “críticos”.

Os videogames (uma das grandes artes) evoluíram tanto que se tornou clara a necessidade de essa profissão tão xingada vir para dar seus pitacos. Buscando critérios objetivos para embasar a opinião, trouxeram uma série de quesitos (ou requisitos) para que o game seja considerado bom ou ruim e para que finalmente tenha uma nota.

Os critérios variam de veículo a veículo, porém muitos desses critérios são, na minha opinião, um tanto quanto subjetivos. Existem as notas para jogabilidade, história, diversão, música, efeitos sonoros, gráficos e, pasmem, até tempo total de jogo é utilizado como critério de avaliação. Me desculpem a sinceridade, mas alguns deles são critérios até inúteis. Por exemplo, o quesito “gráfico”! Pare e pense se você, leitor, acha esse realmente um quesito válido. Qual o critério para avaliar um gráfico? Tem que ser realista? Pixel Art é merecedor de nota 10? Como comparar graficos tão diferentes? Percebe que este não é um critério nada objetivo? Se alguém que não suporta jogos com gráficos não “realistas” for avaliar um jogo como Mario Galaxy, talvez este seja prejudicado.

Antes de continuarmos com o texto, pare um pouco e reflita sobre a imagem abaixo.

 

A crítica acima você pode conferir aqui. Ressalto apenas que as palavras a seguir não são para minimizar o trabalho da crítica, mas apenas ilustrar um dos grandes problemas. Quando eu leio algo como “muita água” ser um ponto negativo, chega a me dar uma certa angústia, pois é algo que não deveria ser utilizado como um critério de avaliação do jogo. Qual é a quantidade de água ideal para esse jogo? Se perguntarmos para diferentes pessoas de forma isolada qual a resposta para a pergunta anterior, a possibilidade maior é que não cheguemos a um consenso! Então, como é possível colocar isso como um ponto negativo?

A mesma coisa ocorre quando o assunto é história! Há games que conversam diretamente com certas pessoas e com outras não, e isso é absolutamente natural. Afinal, não somos iguais! Incontáveis são os casos em que as críticas são destoantes.  Por exemplo, o mesmo jogo pode ter notas diferentes para o mesmo quesito. Veja abaixo o exemplo com duas críticas de Tomb Raider lançado para PS4 e XOne feitas pelo mesmo site.

Viu como “história” varia de pessoa para pessoa? E estamos falando do mesmo veículo de comunicação, não é? As críticas acima você pode ver aqui e aqui.

E o que seria o quesito “diversão”? Como mensurar algo tão pessoal em um critério “objetivo”? Tem gente que fica atraído com comédia “pastelão” e acha divertido, outras pessoas acham isso insuportável. Como avaliar o critério de diversão em um game? Sinceramente, acho este o pior de todos os critérios, pois é absolutamente superficial e sem fundamento algum.

Tempo de avaliação do jogo

Muitas das avaliações são realizadas literalmente à toque de caixa. Os lançamentos se acumulam nas diversas plataformas e o avaliador tem que dar conta de vários deles de forma simultânea. Diferentemente de um filme no cinema ou uma peça de teatro, um jogo dura bem mais do que 2 horas, o que por si só torna o processo de avaliação mais demorado. Entretanto, as análises são feitas basicamente apenas para o início do jogo e não da experiência completa. Será que 1 hora de jogatina em um game que a história principal exige 50 horas é realmente suficiente para se ter um veredito sobre a nota dele? Com certeza não! Seria como se um crítico do cinema fizesse uma análise do filme com base única e exclusivamente nos primeiros 15 minutos da trama. É impossível.

Além disso, como é possível no lançamento de um jogo termos uma avaliação do modo online dele? Mesmo que tenha sessão exclusivas para testes dos jogos, como é possível avaliar o jogo com salas vazias e com usuários simultâneos em número inferior ao que existirá após o lançamento? Como é possível avaliar o modo online nessas condições e por 30 minutos?

Críticas compradas

Não é novidade para ninguém que algumas empresas pagam para veículos de comunicação avaliarem seus produtos, não é? Com a indústria dos videogames é a mesma coisa. Os veículos de imprensa possuem funcionários que têm que ser pagos. Por isso, muitas vezes encontramos publicações e reviews “patrocinados”, e estas matérias temos que tomar cuidado, pois é somente o dinheiro falando.

Conclusão

Percebe o terreno perigoso que pisamos ao confiar somente nas críticas especializadas? É claro que ninguém aqui está dizendo que críticas têm que ser ignoradas, pelo contrário! Sabendo utilizá-las, elas podem ser ferramentas de tomada de decisão importantes, porém acredito que não pode ser a única ferramenta. Entendo que a boa análise é aquela construtiva e objetiva, sem utilizar como referência os gostos pessoais do analista. Aprender a filtrar as avaliações construtivas das subjetivas é algo importante no mundo de hoje.

Eu costumo olhar críticas, mas também costumo olhar o que a comunidade que já jogou está dizendo sobre o jogo. Grupos no Facebook, sites independentes ou até mesmo reviews dos usuários nos grandes sites costumam ser minhas fontes para uma tomada de decisão mais confiável. Muitas vezes, mesmo com todos esses cuidados, ainda acabo por consumir conteúdos que não gosto, mas é um risco que você corre em qualquer lugar.

Enfim, espero que tenham gostado deste post! Participe deixando a sua opinião sobre o tema e vamos deixar essa discussão ainda mais completa e cheias de opiniões.

Gostou? Então compartilhe!

Tovar

Nintendista desde os 8-bits, pulei somente a geração GameCube (que recuperei com o Wii). Jogo em qualquer plataforma. Um fã de The Legend of Zelda, Donkey Kong, Mario, Mega Man, e de outros grandes nomes da indústria.

2 thoughts on “Um pouco sobre a crítica especializada

  • Rubens Mateus Padoveze

    Acabei de pensar, não sei o quanto complicado é programar isso no jogo, mas os produtores poderiam mandar para os críticos copias com pontos salvos assim as analises poderiam ser feitas mais rapido com várias etapas do jogo; acho que contentaria ambos os lados.
    Essas notas são bem complicadas mesmo é a mesma questão de usar de 0 à 5 ou de 0 à 10 ? Pode usar notas quebradas? Se sim qual a diferença de 2,5 em uma escala para 5 na outra?
    nada substituí antes de cada analise o que seria “avaliar o gráfico”, com isso dar a nota mas sempre descrever.

    Agora “tem muita água” kkkk cara por mais que explique na analise completa, no resumo fica estranho.

    Resposta
    • Leandro

      Pois é… Ele cita que no Pokémon tem muitos encontros com Pokémons aquáticos! Ora, estamos numa ilha, não é? hahaha. Brincadeiras à parte, em uma ilha é de se esperar que os pokémons mais comuns sejam aquáticos.

      Nota quebrada é tenso tb.

      Mas é uma tarefa árdua avaliar um jogo, isso vc pode ter certeza. rsrsrs

      Resposta

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