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[REVIEW] Two Point Campus – Tenha um bom ano acadêmico

Com o grande sucesso de Two Point Hospital (leia nossas análises do jogo base e da versão jumbo), era de se esperar que a Two Point Studios traria mais algum simulador para nos divertir. O que ninguém esperava é que ela fosse investir em algo totalmente novo e inusitado: um campus universitário. Tudo isso trazendo de herança aquele bom humor e os dois pés no campo do nonsense que o jogo antecessor tinha. Mas será que o esse jogo passa de ano, ou será que ele terá que passar pela famigerada detenção?


Ficha Técnica

Título: Two Point Campus

Plataforma: Nintendo Switch

Data de Lançamento: 16/08/2022

Tamanho: 1.8GB

Desenvolvedores: Two Point Studios

Publicadora: SEGA

Jogadores: 1

Save na nuvem: Sim

Em português: Sim

Gênero: Gerenciamento, Estratégia, Simulação

Preço no Lançamento (BR): R$ 199,95

Preço no Lançamento (US): US$ 39,99


Prepara o ENEM que o campus está ficando pronto!

Two Point Campus te dá um campus universitário para customizar ao seu bel-prazer. Nele você pode construir e decorar salas de aula, banheiros, vestiários, salas de festas de estudantes, dormitórios e várias outras estruturas que ajudarão a manter e formar seus alunos com nota máxima. E a matemática é simples: quanto mais atrativo for o seu campus, quanto mais alunos se formarem e quanto mais eles ficarem satisfeitos, maior o interesse de novos alunos em ingressar na sua universidade.

Imagem de divulgação do jogo.

Tudo no jogo gira em torno do dinheiro e o equilíbrio é fundamental. Por exemplo: cada sala que você constrói possui um nível de atratividade. Quanto mais atrativa é uma sala, mais dispostos os seus funcionários e alunos ficarão, resultando em aprendizagens melhores e mais alunos disputando a tapa um lugar na sua instituição.

Porém uma única sala não é suficiente para uma universidade, não é? E criar instalações extremamente atrativas tem um alto custo, exigindo que o jogador pondere a quantidade de recursos que deverá despender para construir toda a estrutura necessária e não somente uma única dependência. Para ficar claro o que quero dizer: construir dormitórios extremamente confortáveis pode ser bom, mas um único dormitório para 72 alunos não vai ser suficiente. E se não é suficiente, a taxa de reprovação ou evasão escolar pode ficar alta e o jogador falhar como gestor.

Outro fator importante a ser mencionado é que os alunos constantemente precisam de máquinas, equipamentos ou estruturas para completarem as atividades propostas em sala de aula, por isso manter uma sala com um tamanho adequado (além do mínimo exigido) pode ser interessante pensando a longo prazo, apesar de seu custo de construção e o espaço ocupado serem maiores.

E para aumentar a atratividade de uma sala podemos colocar janelas, equipamentos, itens de decoração, aumentar o espaço interno… são tantas variáveis que o jogo te fornece que dificilmente a sua experiência será igual a de outro jogador. Por falar em decoração, uma diferença em relação ao Two Point Hospital é que agora é possível ampliar o seu campus sem, necessariamente, comprar um novo lote, ou seja, se no lote atual tiver espaço para construção, você poderá fazer aquele famoso “puxadinho”.

Porém, se o espaço acabar, comprar uma nova área para expandir suas instalações pode ser uma opção viável. E é possível comprar os terrenos disponíveis em um cenário, sendo que o jogo permite que o jogador compre o terreno vazio ou com o prédio pronto (este último é mais caro), a depender do que se quer fazer com esse lote. Se quiser construir uma área de vivência externa, deverá comprar sem a construção; mas se quiser fazer mais salas, construa um prédio.

E como é possível notar do que foi escrito até aqui, nem só de espaço interno vive o jogo. É possível utilizar a área externa do campus para várias atividades, como alimentação e fortalecimento de relacionamentos sociais entre os alunos. No meu caso, aproveitei uma parte da área externa para fazer uma grande área de alimentação e integração a céu aberto. Lá, coloquei cachorro-quente, café, miojo e até um banco para namorados trocarem carícias.

Sobre o banco para namorados, é importante salientar que, além das estruturas ajudarem a manter a felicidade dos alunos, na universidade há muito relacionamento pessoal, e devemos fomentar esses relacionamentos com instalações e objetos que favoreçam o bate-papo e até o surgimento de um romance (havendo inclusive uma forma de você favorecer um clima mais caliente com uma cama bem apropriada, mas fique tranquilo que o jogo não exibe nada).

Contudo, nem tudo está disponível para o jogador no início do jogo, pois vários objetos (os de mera decoração e os importantes para o cumprimento de atividades) estão inicialmente bloqueados, sendo possível desbloqueá-los utilizando as moedinhas Kudosh (moedas especiais que não são o dinheiro corrente do jogo) que ganhamos conforme vamos cumprindo algumas metas e objetivos. Tudo é muito orgânico e o jogo está sempre recompensando o jogador por algo que fez.

Em si, o jogo tem um loop de jogabilidade muito bom e com uma escalada de dificuldade bem implementada. Assim como seu antecessor, este é um jogo muito mais focado na diversão do que em um gerenciamento realista (que outros títulos desse gênero acabam buscando). Cada nível utiliza o sistema de três estrelas e o nível seguinte é desbloqueado quando se obtém pelo menos uma dessas estrelas, o que torna o jogo acessível para jogadores mais casuais e satisfaz também aqueles “complecionistas”. Claro que para aqueles que gostam de um desafio maior, temos modos específicos que podem atendê-los.

Cada estrela de cada cenário possui seus próprios objetivos. Cumpriu os objetivos da estrela número um? Parabéns! Agora serão exibidas as metas para obter a segunda estrela. Tudo é bem linear e gradual, e o jogador pode fazer tudo no seu próprio tempo, sem correria.

Funcionários e mais funcionários

Construída a estrutura e posicionados os objetos importantes para o aprendizado, é chegada a hora de contratar seu corpo docente e os auxiliares (zeladores e assistentes). Quem jogou o Two Point Hospital vai lembrar que a IA do jogo no quesito funcionários não era tão boa, exigindo que os jogadores chamassem, constantemente, os funcionários para consertar um maquinário ou para regar as plantas. Em Two Point Campus isso acontece com menos frequência, o que torna a experiência de gerenciamento mais efetiva e agradável.

Assim como no jogo anterior, cada funcionário possui uma habilidade específica que tem a ver com a função que vai desempenhar, como – por exemplo – um professor de ciências que tenha a habilidade de lecionar tal matéria; um assistente que tem a habilidade de trabalhar como bibliotecário; um zelador que sabe consertar máquinas e equipamentos e assim por diante. E cada um terá traços pessoais que o definem e que podem ser benéficos para o seu jogo ou não. Ex: um assistente pode ter um traço de alívio cômico que ajuda a entreter os alunos e funcionários que são atendidos por ele.

Harvard, we have a problem

Antes de falar sobre os problemas, quero dizer que esta análise está pronta há um tempo, mas resolvi esperar tendo em vista a promessa da equipe de desenvolvimento de fazer um patch de correção. Realmente vários problemas iniciais que eu tinha para relatar desse jogo foram corrigidos, porém alguns ainda se mantêm. Por isso, tenha em mente que os problemas que vou citar a seguir podem ser corrigidos em futuras atualizações.

Primeiramente, o desempenho do jogo é uma questão importante. Os loadings são extremamente longos, de forma que, desde que você inicia o jogo no menu do Nintendo Switch até você conseguir efetivamente iniciar a jogatina, levam-se alguns minutos. Além disso, notei por diversas vezes oscilações de taxa de quadros por segundo, porém elas não são significativas e frequentes a ponto de tornar o jogo injogável, mas acontecem e incomodam um pouco.

Tela de loading: acostume-se com ela!

Outro problema é com relação a navegação do jogo. Como seu campus pode crescer bastante, ir de um prédio para outro pode ser uma atividade penosa e por diversas vezes fiquei perdido. Acredito que faltou uma visualização de câmera mais distante para que possamos ter uma visão mais ampla e geral sobre a universidade como um todo. Existe uma visualização com câmera top-down (de cima para baixo), mas ainda não ajuda na vista do campus todo de forma a facilitar o gerenciamento.

A compra de terrenos também é algo que não é tão simples, como era no Two Point Hospital. Aqui é uma luta para conseguir localizar os lotes a venda e finalmente conseguir comprá-lo, justamente por faltar uma câmera conforme descrito no parágrafo anterior.

Por fim, tive alguns problemas para entender o que o jogo queria em determinados momentos. Coisas como “metas pessoais”, “ganhar um torneio de culinária” e outros objetivos eu não fazia ideia da melhor forma nem como eu poderia completá-los. Eu simplesmente fazia o que achava que tinha que ser feito e esperava para ver se iria dar certo.

Veredito

Two Point Campus segue o sucesso do jogo anterior. Tudo no jogo é recheado de bom humor, desde o rádio interno da universidade (igual ao rádio que tinha no hospital) que fica fazendo piadinhas até os cursos nonsense que o jogo permite que a gente construa.

Dito isso, aquele jogador que quer uma experiência de gerenciamento menos realista e mais bem-humorada, Two Point Campus é um jogo para você. O jogo está inteiramente em português, o que o torna bem acessível para entendimento das missões e das mecânicas que o jogo vai apresentando.

Resumindo: Apesar dos problemas relatados nesta análise (perfeitamente corrigíveis com atualizações), Two Point Campus é um ótimo jogo para se ter na biblioteca do Switch e se divertir de forma leve, bem humorada e descompromissada.


Trailer


*Esta análise foi feita com uma cópia disponibilizada pelos produtores.

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Tovar

Nintendista desde os 8-bits, pulei somente a geração GameCube (que recuperei com o Wii). Jogo em qualquer plataforma. Um fã de The Legend of Zelda, Donkey Kong, Mario, Mega Man, e de outros grandes nomes da indústria.

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