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[REVIEW] Card Shark – Jogando com Tubarões

Card Shark nos torna um jovem mudo que é jogado em uma rede de trapaças em jogos de baralho e tem que tentar ganhar dinheiro e sobreviver; isso tudo sem ser pego, é claro! Você está preparado? Ou será que tremeria tanto que todos logo desconfiariam?


Ficha Técnica

Título: Card Shark

Plataforma: Nintendo Switch

Data de lançamento: 02/06/2022

Tamanho: 1.3 GB

Desenvolvedora: Nerial

Publicadora: Devolver Digital

Jogadores: 1 (local)

Em Português: Sim

Gênero: Ação, Aventura, Indie

Tempo de Jogo (em média): 6-7 horas

Save na Nuvem: Sim

Classificação: 10 anos

Preço no Lançamento (BR): R$ 49,99

Preço no Lançamento (EUA): US$ 19,99


Quando a vida te dá Ases

O jogo se passa na França, em pleno século 18. Você é apresentado a um jovem garçom que é mudo, sendo que suas respostas às diversas perguntas que deverá responder ao longo do jogo são feitas por meio de expressões faciais.

Sua chefe não é das melhores e o seu ambiente de trabalho é hostil. Porém, certo dia você atende ao famoso Conde de St. Germain. Confesso que eu particularmente não conhecia esse conde até jogar esse jogo, mas trata-se de uma figura real e que possui um certo tom de misticismo em torno de sua história.

O Conde, por sua vez, percebendo a forma como o jovem é tratado, conversa com seu aspirante a pupilo e lhe pede ajuda para ganhar um jogo de baralho que fará a noite. E é  então que somos apresentados ao maravilhoso mundo das trapaças. E como era de se esperar, durante a noite alguns eventos começam a ocorrer e você parte junto de seu novo mentor em uma jornada em busca de riquezas, enquanto perde sua dignidade trapaceando a todos os oponentes.

Jogando com o que temos em mãos, ou não!

A jogabilidade de Card Shark é baseada na filosofia de trapacear a todo custo em jogos de cartas. Seu objetivo é conseguir tirar todo o dinheiro dos seus oponentes, sem deixar que eles fiquem desconfiados de que voce está sendo desonesto.

À medida em que os truques são realizados e conforme o tempo vai passando, uma barra de desconfiança vai se preenchendo, sendo que se essa barra em algum momento se completar, o jogo acabou, pois seus oponentes te desmascararam.

Além disso, o jogo oferece um mapa com alguns pontos em que você pode participar de rodadas de apostas com um determinado adversário daquela região. Contudo, para finalizar um desses cenários, o jogador deve limpar os bolsos de seu concorrente, deixando-o sem dinheiro até para a carruagem de volta para casa.

Cada oponente, por sua vez, exige a utilização de um novo truque para ser enganado. Essa mecânica é apresentada antes da partida “oficial”. Neste momento, o Conde de St. Germain te diz qual a ideia da trapaça e como executá-la. Basicamente os comandos para executar as tarefas são simples, como – por exemplo – girar analógicos, apertar uma sequência de botões etc.

Para fins de exemplificação, o primeiro desafio que nos é apresentado é o de servir vinho para um oponente enquanto visualiza as suas cartas e identifica o naipe da carta mais alta. Ao identificar a carta desejada, você deve girar o analógico em sentido horário, anti-horário ou movimentar o analógico no sentido vertical ou horizontal. Cada um desses quatro movimentos indicará um naipe a ser revelado para o Conde.

Todavia, outras técnicas são apresentadas ao longo do jogo (ex: marcar cartas em um baralho, substituição de bolo de cartas etc), juntando inclusive duas ou mais trapaças em um mesmo truque, cada qual com seu próprio conjunto de botões a serem apertados e suas próprias regras de movimentações do analógico, o que exige do jogador uma grande memorização de cada movimento a ser executado em cada passo de forma a ter uma execução perfeita e – assim – seja possível vencer o seu adversário. E perfeição é a palavra-chave aqui, pois esse jogo é extremamente punitivo ao fazer com que – em caso de falha em um dos movimentos de um truque – o jogador perca o progresso até então, perdendo o dinheiro apostado, remetendo-o de volta ao mapa e exigindo que ele recomece a mesa contra seu adversário com os bolsos novamente cheios.

Esta trapaça combina a técnica de servir vinho com outras.

Por isso, é importante que o jogador fique atento às instruções antes do jogo oficial começar, além de praticar, praticar e praticar quantas vezes forem necessárias, até que se atinja a perfeição (sim, o jogo permite que você pratique o truque aprendido antes de continuar a história).

A prática leva à perfeição.

Contudo, tenho que ressaltar que muitas vezes essas instruções me deixaram perdido no que fazer, pois não são claras no que elas desejam que o jogador faça. Aí começa um martírio de tentativa e erro na parte da prática. Tentou, errou, procura entender o erro; tenta de novo, erra, procura entender o erro; e assim por diante até que o jogador descubra, por seus próprios esforços, o que o jogo espera que ele faça. Isso é cansativo e frustrante, sendo que por diversas vezes me senti desmotivado a continuar a campanha.

Apresentação de Rei

Se tem uma coisa que não consigo criticar nesse jogo é a sua apresentação, sendo ele muito bonito e bem trabalhado, tanto na ambientação quanto nas escolhas artísticas visual e sonora.

Outro ponto positivo é que o jogo está em português, o que ajuda na compreensão da história, além de ajudar a entender (ressalvados os problemas descritos no tópico anterior) o que fazer em um determinado desafio.

De Ás a Ás, vale a pena?

Card Shark é um jogo bonito e com uma proposta muito interessante, porém falha em vários aspectos de jogabilidade que podem comprometer a sua experiência, como comprometeu a minha.

A extrema punição de “falhou, recomece tudo” me frustrou ao longo da jogatina e eu senti falta de poder falhar de propósito, para poder dar uma “amansada” no oponente. Além disso, o problema com o entendimento de alguns dos truques prejudicou a diversão de uma maneira que me desmotivou, por diversas vezes, a continuar o jogo.

O ponto positivo é que o jogo está totalmente em português e, no lançamento, custa R$ 49,99 na eShop brasileira. Para aqueles que querem testar antes de tomar a decisão, tem uma versão de demonstração para baixar e jogar.

No mais, é um jogo que tem um certo charme e pode agradar aqueles que desejam algo diferente nos jogos, mas fique atento a tudo que foi dito nas linhas acima.


Trailer do Jogo


* Esta análise foi feita utilizando uma chave enviada pelos produtores

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Tovar

Nintendista desde os 8-bits, pulei somente a geração GameCube (que recuperei com o Wii). Jogo em qualquer plataforma. Um fã de The Legend of Zelda, Donkey Kong, Mario, Mega Man, e de outros grandes nomes da indústria.

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