[REVIEW] Monster Harvest – Plantando pokemonstros
Meio Stardew, meio Pokémon. Será que Monster Harvest consegue combinar dois gêneros distintos para criar uma experiência única ou se perde no caminho?
Ficha Técnica
Título: Monster Harvest
Plataforma: Nintendo Switch
Data de Lançamento: 31 de Agosto de 2021
Tamanho: 1.6GB
Desenvolvedora: Mapel Powered Games
Publicadora: Merge Games
Em Português: Sim
Gênero: Aventura, Simulação, RPG
Tempo de jogo (em média): Infinito
Save na Nuvem: Sim
Classificação: Livre
Preço no Lançamento: R$ 81,56.
História
Como muitos simuladores de fazenda, a trama de Monster Harvest é simples e serve apenas como desculpa para colocar o personagem principal em uma fazenda. Neste caso, seu tio – um cientista que estuda a natureza – desenvolve uma substância que dá vida às plantas, mas sua descoberta o impede de cuidar de sua fazenda, que agora é sua.
Além disso, como todo bom jogo similar a Pokémon, não podia faltar uma equipe malvada que pretende usar a descoberta para o mal. Mas não espere muito deles, pois existem poucas interações com os vilões.
Jogabilidade
Monster Harvest era um dos jogos que eu mais aguardava esse ano, e infelizmente eu tenho que ser sincero aqui. Ele tem boas ideias, mas não as explora o suficiente para tornar o jogo interessante.
Quanto a parte da fazenda, existem três estações do ano (ao contrário de 4 como os demais jogos do gênero). Cada estação tem apenas 4 tipos de plantas que você pode cultivar, além dos híbridos criados por elas usando as máquinas do seu tio.
Além de cultivar as plantas, você pode usar gosmas nelas para conseguir resultados interessantes. A gosma vermelha transforma a planta num monstro; a azul em um animal que pode ser criado na fazenda; e a verde faz a planta crescer instantaneamente.
Existem ainda as super gosmas, que são variações enlatadas e mais potentes delas, sendo que a vermelha cria um monstro mais forte (basicamente uma versão shine); a azul cria um animal que pode ser montado e a verde cria uma árvore.
Aí começa um dos problemas do jogo: somente as sementes básicas podem ser transformadas nos monstros chamados de planimais. Isso faz com que você tenha somente 12 monstros diferentes para treinar, ou seja, um número muito pequeno para um jogo que tem como um dos seus charmes a batalha de monstros à la Pokémon.
Esses monstros também possuem apenas três ataques cada que só podem ser usados dentro da mina (que só pode ser acessada a noite, pois ela é perigosa demais durante o dia, segundo seu tio) e no centro de batalha da cidade que só abre as sextas.
A mina é, portanto, o único local real onde você pode explorar e batalhar contra os planimais selvagens (não tem como capturar eles) enquanto tenta descobrir o que a organização do mal – chamada Slime Corp – está tentando fazer nos andares mais baixos da mina.
Vale destacar que quando um planimal morre, ele realmente morre. Isso te dá uma quantia de corações (a depender do nível do planimal morto) que pode ser usada para melhorar o solo da sua fazenda, o que aumenta o nível inicial de seus monstros. Um solo de nível 2 cria monstros de nível 2 e assim sucessivamente.
Basta alguns dias para ver que falta muito conteúdo para que o jogo demonstre seu verdadeiro potencial. Há pouco o que se fazer na fazenda, e pouco o que se fazer nas minas, que logo se torna repetitiva.
Eu participei de diversos festivais e sinceramente eles não apresentam nenhum tipo de mini game. A única coisa que você pode fazer neles é conversar com as pessoas ou comprar alguns itens.
Falando em pessoas, aparentemente não tem como se casar com nenhum dos moradores da vila, de forma que ter amizade com eles apenas te dá algum presente ou benefício, como, por exemplo, um desconto na loja.
O jogo tem potencial, mas parece estar incompleto.
Gráficos
Monster Harvest é bonito. Não tem como discutir que os cenários foram muito bem feitos e vão te impressionar.
Já os personagens parecem ter sido inspirados em Rick e Morty, pois as pessoas são bem diferentes, como seu tio que parece um cientista maluco. Isso cria uma ambientação legal e eu sinceramente queria que os personagens tivessem sido melhor explorados com quests e um sistema robusto de amizade.
Um pequeno “problema” do jogo é que quando você joga no modo portátil (como quando eu comecei) as sprites ficam tão pequenas que detalhes como sombras e acessórios fazem os personagens parecerem barbados ou com bigode. A maioria das mulheres parecem homens e alguns personagens, como o protagonista, parecem mais velhos do que são.
Como falei, isso é um problema com aspas bem grandes, pois não afeta em nada a gameplay, mas no começo você vai levar um tempo para entender quem é quem. Por sorte quando você conversa com os NPCs, aparece um quadro que mostra como a pessoa realmente é.
Falando em sprites, como seus monstros são plantas transformadas, quase todos eles lembram plantas. Eu entendo a escolha, mas particularmente acho que poderiam ter criado uma variação maior.
O maior problema dos gráficos do jogo é a interface com o usuário. Ela parece ter sido feita às pressas e, em alguns momentos, chega até mesmo a ser feia. As letras também são muito pequenas e é quase impossível ler o que está escrito na tela quando jogamos no modo portátil.
Veredito
Monster Harvest tem seu charme e um potencial imenso para crescer e se tornar algo único. Mas esse é seu problema, ele ainda precisa crescer muito, pois a sensação que se tem ao jogar é que ele está incompleto ou que foi feito às pressas.
Do jeito que as coisas estão hoje, eu não recomendaria para quem gosta de jogos como Pokémon, pois Monster Harvest não oferece tanto quanto poderia. Se você gosta de jogos de simulação de fazenda como Harvest Moon ou Stardew Valley, pode encontrar em Monster Harvest um bom passatempo.
Ainda assim, ele oferece pouco em relação a criar e expandir a sua fazenda. Eu diria que quem for comprar, que o faça ciente de que o jogo é bem diferente dos que existem no mercado e ainda faltam muitos elementos para torná-lo mais interessante.
Trailer do jogo
* Esta análise foi escrita utilizando uma chave comprada.
To jogando esse tambem. A experiência tá sendo sofrida.