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[REVIEW] Poison Control – Purifique zonas no quinto dos infernos

Trazendo um aspecto de anime e uma temática nada comum, Poison Control é um game, da Nippon Ichi Software, de tiro em terceira pessoa, em que somos apenas um monte de restos humanos controlados por uma Poisonette, criatura que dá vida ao nosso corpo e compartilha da nossa energia vital. Sob o domínio dessa pequena entidade, precisamos purificar os espíritos do inferno e fugir de lá, espalhando tiro para todos os lados e eliminando demônios com nossa mão possuída – eu sei que tudo isso parece uma doideira.


Ficha Técnica

Título: Poison Control

Plataforma: Nintendo Switch

Data de lançamento: 13/04/2021

Tamanho: 2.0 GB

Desenvolvedora: Nippon Ichi Software

Publicadora: NIS America

Jogadores: 1

Em Português: Não

Gênero: Ação, Tiro, Aventura

Tempo de Jogo (em média): 10 horas

Save na Nuvem: Sim

Classificação: 14 anos


Destruindo demônios sem o menor pudor

Jogabilidade sem variação

Poison Control nos permite selecionar o sexo do personagem antes de iniciar o jogo, porém, sem qualquer tipo de personalização. Como dito anteriormente, nossa missão principal é purificar diversas áreas desse ambiente infernal, através de nossa mão que se transforma em uma arma assim que é possuída por nossa companion Poisonette, a criatura que nos fornece energia vital para recuperarmos nosso corpo físico.

A jogabilidade é bastante simples, e eu diria que até demais para o meu gosto. Existe uma leve tentativa de complexidade, com a adição de um super golpe, que é possível de ser utilizado ao preenchermos uma barra no canto inferior da tela e que ataca todos os inimigos nos derredores por meio de de um choque elétrico (com um diâmetro razoavelmente grande). Entre algumas seções e outras, podemos encontrar baús à vista e escondidos em poças de veneno, depois precisamos eliminar todos os demônios de um local específico, para fazer surgir na tela uma pontuação juntamente ao rank obtido – conforme o tempo levado para completar a tarefa.

Poisonette em ação
Poisonette em ação

Pressionando e segurando o botão L, trocamos o controle para a Poisonette em seu tamanho real, enquanto nossa ossada fica caída sem vida no chão. Neste momento, existe um temporizador na área superior da tela que indica quanto tempo temos para nos movimentar com Poisonette, e rapidamente é necessário que passemos por cima de poças de veneno no chão para purificá-las. Com isso, recuperamos uma parcela da vida e munições para nossas armas.

Também é possível criar um círculo fechado no chão com a personagem, resultando assim uma área maior de purificação e dano em inimigos dentro dele. Porém, é preciso ficar atento, já que a velocidade da movimentação vai diminuindo ao final do contador – é possível aumentar a velocidade da corrida com upgrades.

Mais à frente encontramos a informação de que as áreas infernais foram constituídas por emoções e memórias de garotas que deixaram sentimentos tomarem conta de si, criando esse ambiente tenebroso. A apresentação, de forma geral, é bem básica e normalmente o enredo é contado através de retratos dos personagens e bastante texto, com algumas linhas de diálogos faladas.

Algumas escolhas nas conversas com Poisonette também se fazem presentes ao encontrar certos itens, sendo úteis para aumentar seus atributos que se dividem entre Synergy, Empathy, Insight, Toxicity e Trust, o que libera novas skills (que não funcionam exatamente como habilidades) vinculadas ao atributos escolhido – existe um quadro no topo da tela nestes momentos mostrando essas informações.

Uma falta de evolução que é decepcionante

Upgrades

O ponto mais bacana e, ao mesmo tempo, mal aproveitado de Poison Control é sua jogabilidade. Tudo é bastante básico e simples demais, bastando mirar em inimigos e acertá-los. Como falei, existe uma tentativa de variar essa mecânica, adicionando armas secundárias para coletarmos, além de equipamentos intercambiáveis (que aumentam atributos) no mapa seletor de fases, porém, na prática tudo é sempre a mesma coisa, e o que muda mesmo é a quantidade de dano que infringimos aos inimigos, cadência do tiro ou uma possibilidade de segurar o ataque para aumentar sua potência.

As missões consistem sempre na mesma repetição incessante, pois a estrutura das fases não se alteram. Tarefas são compostas por derrotar um número específico de inimigos ou purificar uma área do mapa removendo toda a sujeira/líquido venenoso do chão. É quase como um Musou, porém, no lugar de golpes corpo-a-corpo temos armas que atiram veneno, e inimigos que não variam tanto em termos de visual e padrões, exatamente como neste gênero referenciado.

É... tudo continua igual

O sistema de mira também é bem estranho e não possui qualquer tipo de configuração, sendo que a sensibilidade é alta demais e não permite uma configuração de deadzone ou inércia para movê-la. Também não há um suporte para o sensor de movimento, o que é decepcionante, já que ports para o Nintendo Switch normalmente tem esse fator como vantagem sob as versões da concorrência.

Por fim, existe uma chance bastante perdida em relação à história e ao elenco de personagens. Não existe qualquer profundidade neles, mas apenas nos objetos em formato de alma que se encontram no mapa que, ao serem tocados, apresentam um registro de memória. Poisonette, e outros NPCs que encontramos durante a curta jornada, não possuem uma pano de fundo ou qualquer carisma, exceto aquele que foi tentado construir através dos diálogos em texto.

Um anime em formato de videogame, mas básico e bastante raso

Poison Control é um jogo lindíssimo que cativa pelos seus visuais e apresentação, mas peca de uma forma inexplicável em sua jogabilidade. É como se tivessem transformado um anime de alta qualidade em um produto de videogame, mas parecem ter focado tanto nessa transição que acabaram se esquecendo do elemento principal: a diversão. Em pouquíssimas horas é possível notar que nada de tão novo será apresentado e, quando você se depara com isso, é inegável o desânimo com o restante dessa jornada infernal.


Trailer do Jogo


* Este review foi feito utilizando uma chave fornecida pela NIS America

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Jason Ming Hong

Gamer desde o 1 ano de idade segundo meus pais. Jogo de tudo, porque o importante pra mim em um jogo é divertir. Gosto de jogos com uma boa história, investimento em gameplay sólido e, se rolar, um co-op de sofá. Também sou UX/UI designer, aquela galera moderninha que faz coisas pensando em quem vai usar. Aliás, agora edito o POWdcast, RÁ!

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