[REVIEW] DOOM Eternal – Um novo dia para matar
Doom. Quem não conhece Doom? Um dos jogos mais relevantes da indústria, que ajudou a consolidar a jogabilidade em primeira pessoa na época e virou inspiração para centenas de jogos. Mas, depois de uma longa caminhada, seu reboot veio com o Doom de 2016, também inovando na jogabilidade em primeira pessoa com uma ação frenética. Novamente disposta a tentar trazer novidades, a Bethesda lançou Doom Eternal no início de 2020, trazendo-o para o Nintendo Switch em dezembro. E é sobre essa versão que vamos falar hoje.
Ficha Técnica
Título: DOOM Eternal
Plataforma: Nintendo Switch
Data de Lançamento: 08/12/2020
Tamanho: 17.5 GB
Desenvolvedora/Publicadora: id Software/Bethesda
Jogadores: 1-3
Save na nuvem: Sim
Em português: Sim
Gênero: Ação/FPS
Preço no Lançamento (BR): R$ 299,00
Preço no Lançamento (US): US$ 59,99
História
A franquia Doom possui uma lore extensa dentro de um universo complexo e vivo. Cada inimigo possui uma história, uma motivação e uma origem, dentro de uma hierarquia. Até as armas têm um enredo. Nada é fora de contexto e Doom Eternal não foi uma exceção, trazendo ainda mais história para seu mundo, com várias possibilidades para o futuro, além de explicar coisas e decisões do passado.
Aqui, o personagem jogável é o Doom Slayer, em uma continuação direta do Doom de 2016. Após os acontecimentos do jogo anterior, a Terra foi invadida por demônios. Foram feitas várias tentativas para frear os avanços demoníacos, todas frustradas, até que os Sacerdotes do Inferno conseguem dominar e corromper o planeta, restando apenas 40% de sua população viva. Slayer deve impedir o avanço dos Sacerdotes e aniquilar qualquer um em seu caminho.
Essa é a história inicial do jogo. Apesar de parecer simples, existe uma complexidade gigantesca e ambiciosa por trás. Isso pelo fato de toda a trajetória até a conclusão desse plano ser feita ao longo das 13 fases, em mapas diferentes e bem variados, durante cutscenes 100% dubladas em português. Todos esses elementos juntos, constroem um universo rico e único para o jogador.
Sendo bem linear, a história possui o atrativo de estar constantemente sendo contada, dando ao jogador a sensação de avanço sem tempo perdido. Para os jogadores que querem se aprofundar na lore da franquia, vários arquivos e logs são os prêmios da exploração.
Jogabilidade
Por mais que Slayer seja o personagem jogável, ele não é o personagem principal. Doom Eternal possui um protagonista diferente, bem abstrato: a Ação! Isso não é difícil de explicar, pois tudo, exatamente tudo dentro do jogo, gira em torno de um único elemento, possui uma única motivação e dá meios para somente uma coisa, a Ação.
A história funciona como uma excelente desculpa para dilacerar demônios. A ambientação instiga à Ação. Todo o visual possui elementos para torná-la possível. Por fim, a trilha sonora é uma das maiores inspirações para isso.
Doom Eternal, assim como todos os outros da franquia, é, basicamente, um jogo de perspectiva em primeira pessoa com foco em tiroteios. Sua dinâmica é totalmente diferente, sendo uma inovação para jogos do gênero. Mas por que é assim? Em todos os jogos de Doom (com exceção de Doom 3), a Ação é o personagem principal. Em Eternal, entretanto, isso é feito de uma forma diferente principalmente por causa da maneira que o jogo libera os recursos.
Como recursos, o jogo possui Munição, Vida e Armadura. Os três, essenciais para se manter vivo e matar os inimigos, não ficam tão expostos para serem coletados na fase – dependendo também da dificuldade escolhida -, pois eles devem ser colhidos dos inimigos. Mas, diferente de como ocorre em muitos jogos, os inimigos não deixam itens após a morte, o Slayer deve “ordenhá-los” com suas habilidades.
Para recuperar Vida, é necessário executar uma Morte Gloriosa. Para isso, o jogador deve apertar o botão de Soco quando o inimigo está cambaleando (momento em que ele brilha), fazendo com que o Slayer mate-o de uma forma mais crítica e cinematográfica, e assim o inimigo solta vários itens de cura conforme a vida faltante do personagem.
Para revigorar a Armadura, o Slayer lança uma rajada de fogo de seu incinerador, permitindo que cada tiro libere uma quantidade de Armadura dos inimigos. Por fim, para obter Munição – que geralmente acaba bem rápido – é necessário dilacerar o inimigo com a Moto-serra.
Assim, enquanto elimina inimigos com as mais variadas armas, o jogador deve ficar atento com seus recursos e saber o momento certo de recuperar cada um. E detalhe, isso durante um momento de ação frenética.
Por falar em armamentos, alguns inimigos exigem determinadas ações ou armas para serem derrotados mais facilmente. Alguns possuem pontos fracos, outros morrem mais facilmente com explosões, outros com metralhadoras, e por aí vai.
Acontece que, caso o jogador não troque constantemente de armas e preste atenção nos pontos fracos, ele é punido por demorar para matar um determinado monstro e isso faz com que Slayer perca seus recursos mais rapidamente e não tenha tempo para recuperá-los, levando-o à morte. Além disso, muitas vezes é preciso trocar o equipamento da arma também, como o lança granadas e tiros contínuos, ambos da escopeta normal.
Apesar da complexidade em descrever, o jogo flui de uma forma muito natural, pois o excelente level e game design tornam todo aprendizado constante, ao inserir os elementos de uma forma bem didática, sempre com um tutorial e um momento para experimentar as novidades durante a ação frenética.
Para equilibrar com a ação, existem momentos com desafios de plataformas e movimentação, sempre premiando o jogador que observa e explora com coletáveis e melhorias para o traje, para as armas, para os recursos e outras habilidades que facilitam a jogabilidade. Além disso, existe a possibilidade de retornar às missões anteriores para buscar os segredos com mais calma.
Assim, todos esses elementos, do frenesi à exploração, servem para tornar a Ação uma coisa bem melhor e mais relevante para o jogo.
Arte
Visual
Os últimos jogos de Doom são ambiciosos na questão de gráficos. Lembro que o Doom 3 era exigente para computadores, e a mesma proposta veio para o Doom 2016 e para o Eternal.
Entretanto, apesar dessa alta exigência, tanto o 2016 quanto o Eternal foram portados para o Nintendo Switch. Sobre esses ports, a empresa que os fez sempre foi parabenizada pela alta qualidade e fidelidade na questão de performance, mesmo havendo alguns sacrifícios visuais, e mesmo assim o jogo continua muito belo.
A qualidade de suas texturas está bem baixa, principalmente no modo portátil, onde há também uma queda na resolução. Apesar disso, o jogo se mantém estável, sem alterações perceptíveis nos quadros por segundo, mesmo em momentos com muitas criaturas na tela. O port, priorizando a performance, conseguiu entregar um jogo impecável, sem bugs ou travamentos.
Trilha sonora
Aqui é um dos aspectos que o jogo brilha. Como típico da franquia, as músicas são em um death metal cheio de gemidos e grunhidos, o que ajuda na ambientação demoníaca do jogo e inspira a dilacerar os inimigos. Fora do jogo, as músicas ainda mantém uma alta qualidade, ótimas para quem gosta do gênero.
Veredito
Doom Eternal possui elementos para agradar vários tipos de jogadores. Sua história é complexa, dentro de um universo coeso, ótimo para quem gosta de exploração. A ação é frenética, e com certeza o elemento principal do jogo, sendo que todos os outros servem para ela.
Os tutoriais e o aprendizado são orgânicos, de forma que um novato consegue rapidamente pegar o ritmo do jogo. Mas também é ótimo para os jogadores mais habilidosos, que costumam jogar em níveis mais difíceis.
Recomendo Doom Eternal para quem gosta de um jogo profundo em vários aspectos. Recomendo também para quem gosta de jogos com muita ação, sem medo de ver sangue e tripas sendo espalhados. Não recomendo, entretanto, para quem está acostumado a jogatinas mais casuais ou com jogos mais estratégicos.
E você? Já jogou? Jogou algum dos anteriores? Deixe sua opinião nos comentários.
Trailer do Jogo
*Esta análise foi escrita utilizando um código fornecido pelos desenvolvedores.