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[REVIEW] Assassin’s Creed: The Rebel Collection – O inimigo agora é outro

Muitos dizem que a franquia Assassin’s Creed já deu o que tinha que dar, e cada novo lançamento é a prova de que a Ubisoft quer espremer até a última gota todo dinheiro que pode conseguir com os jogos. Além da lucratividade, Assassin’s Creed: The Rebel Collection tem outras coisas para oferecer? É o que veremos.


Ficha Técnica

Título: Assassin’s Creed: The Rebel Collection

Plataforma: Nintendo Switch

Tamanho: 19GB

Desenvolvedora/Publicadora: Ubisoft Montreal/Ubisoft Sofia

Jogadores: 1

Em Português: Sim, dublado e legendado

Gênero: RPG/Action/Adventure

Save na Nuvem: Sim

Classificação: 17+


História

A franquia Assassin’s Creed, por inteira, tem o foco em sua narrativa, variando pouco a jogabilidade entre cada jogo, mas inovando nas histórias. A Ubisoft comete alguns erros nesse quesito ocasionalmente. Entretanto, quando analisados profundamente e considerando os outros jogos, tudo se encaixa perfeitamente, contando uma história intrigante e com muitas reviravoltas.

É o que acontece com a coleção lançada para Switch, quando se deixa de lado aquilo que brilha os olhos e se observa o fundo e, infelizmente, a parte mais chata, que são os momentos dentro da empresa Abstergo, onde a história por trás do jogo é contada.

Agora, indo de encontro aos destaques, Assassin’s Creed: The Rebel Collection pega dois dos melhores Assassin’s Creed da época e da geração, compilando-os em uma única compra. Assassin’s Creed IV: Black Flag e Assassin’s Creed Rogue encerram uma trilogia que se iniciou com o aclamado Assassin’s Creed III, mostrando lados diferentes de momentos históricos reais, bem como suas motivações e, posteriormente, as consequências.

The Rebel Collection, como diz seu próprio nome, trata-se de indivíduos rebeldes que questionaram o status quo da Ordem dos Assassinos a fim de melhorá-la ou, vendo que não havia solução, exterminá-la. Dando nome aos bois, em Black Flag, Edward Kenway entra sem querer para a Ordem dos Assassinos e se doa por completo para melhorá-la e fazê-la crescer. Em Rogue, por sua vez, Shay Cormac é um Assassino veterano que, durante a fase de crescimento e amadurecimento da Ordem, observa o mal que está fazendo e se rebela, tornando-se um templário com o objetivo de salvar as pessoas que os Assassinos colocam em risco.

Assassin’s Creed IV: Black Flag se inicia com um encontro casual entre um assassino traidor, Duncan Walpole, e um pirata calouro e obstinado, Edward Kenway. Após matá-lo, o pirata rouba a identidade do assassino, dando continuidade a sua missão de traição a fim de obter os lucros. Depois de um outro acaso, Kenway é considerado também um traidor entre os templários, iniciando sua jornada após tomar o controle da embarcação em que estava preso, nomeando-a Gralha e tornando os outros priosioneiros sua tripulação.

Enquanto estava entre os templários, Edward Kenway teve conhecimento de um artefato mágico chamado Observatório, que poderia torná-lo muito rico e realizar seu sonho de criar uma nação livre e democrática em Nassau. Sendo um bom líder, conseguiu colocar esse mesmo sonho em outros capitães piratas.

Durante sua busca, Kenway se encontra no meio da briga entre Templários e Assassinos, e escolhe seu lado, tornando-se um Mestre Assassino muito influente, que mudou a Ordem por completo.

Rogue, por sua vez, trata muito mais sobre o amadurecimento de Cormac, mostrando que ele almeja somente que as pessoas sejam salvas. Durante seu tempo como Assassino, ele presenciou vários atentados e decisões que causaram a morte de muitos inocentes. O momento crucial para sua mudança foi durante uma missão em Lisboa, que resultou em um terremoto que matou muitas pessoas. Assim, Shay Cormac rebelou-se e se juntou à Ordem dos Templários, com o objetivo de impedir que mais inocentes sejam mortos pelas atitudes irresponsáveis dos assassinos.

Durante a história do jogo, são muito claras as influências em Cormac. Treinado para ser um Assassino, o que ele mais queria era salvar pessoas, mas foi o oposto que aconteceu, fazendo com que ele se questionasse sobre as reais intenções da Ordem dos Assassinos até o ponto em que se torna um templário. Infelizmente, no outro lado da moeda ele também vê que muitos erros são cometidos, decisões imprudentes são tomadas e inocentes morrem.

Ouso dizer que Rogue foi o Assassin’s Creed mais maduro de sua época, mostrando não um homem turrão, duro, egoísta e desumilde, mas sim um protagonista que ouve, pensa no bem comum e quer salvar pessoas muito mais do que os outros.

Jogabilidade

Black Flag, Rogue, o III, os jogos com Altair e com Ezio possuem a mesma base de jogabilidade, com um ou outro elemento novo. Um é mais rápido, outro mais cadenciado, outro mistura jogabilidade rápida e lenta, um acrescenta barcos e canhões enquanto outro os deixa mais complexos. Mas a base é a mesma.

Focando na coleção, ambos são extremamente parecidos. As lutas, armamentos, menus e mapas, é tudo igual. Vou elencar abaixo as poucas

mudanças na jogabilidade:

  • Em Rogue, os duelos navais, bem como a própria movimentação das navegações, são mais potentes e mais velozes;
  • Enquanto são utilizadas duas espadas em Black Flag, em Rogue é uma espada e uma adaga;
  • Em Black Flag a arma silenciosa é uma zarabatana com variedades de dardos, enquanto em Rogue é um fuzil de ar dos templários;
  • A arma traseira dos barcos em Black Flag são barris explosivos, em Rogue é óleo flamejante.

O mapa, por sua vez, é muito intuitivo e simples de navegar, mostrando tudo que é possível interagir. Isso, de certa forma, atrapalha a exploração, pois o jogador sabe exatamente onde ir. Uma tentativa dos desenvolvedores de resolver esse problema são os mapas do tesouro encontrados. Eles mostram onde há um baú escondido, dando as coordenadas aproximadas e um desenho, sendo necessário explorar o local para localizar o ponto específico. Mas muitas vezes a recompensa não vale a pena pelo esforço.

Para quem nunca jogou um Assassin’s Creed, a jogabilidade é relativamente simples, intuitiva e com constantes tutoriais quando necessário. Trata-se de um mapa aberto, disponível para exploração a qualquer momento, sendo possível acessar missões principais e secundárias.  Nas missões, o jogador pode escolher ser furtivo ou ir direto ao ataque, sem maiores prejuízos dependendo do objetivo. Nas batalhas, existem 4 ações básicas, atacar, contra-atacar, esquivar e quebrar defesa; outras ações incluem usar arma de fogo, bombas de fumaças e outros arremessáveis. A parte naval, entretanto, é mais complexa mas fácil de aprender, os ataques devem ser bem mirados, a defesa utilizada no momento certo e o senso de localização do jogador é muito importante, pois as embarcações são grandes, podendo chocarem-se com icebergs, corais, entre si ou até grandes pedras, dando um dano considerável no navio.

Arte

Visual

Black Flag e Rogue, no quesito visual, são bem parecidos. O que muda, de fato, é que cada um foca em uma ambientação diferente. A aventura pirata com foco em navegação vai contra aquilo que imaginamos, seus cenários mais belos são as ilhas e cidades; no outro, por sua vez, o que mais Chama a atenção são os mares e as montanhas de neve.

Por falar em neve, Rogue possui muitas localidades com neve, mar congelado e icebergs, com belíssimas montanhas geladas ao longe. Seus mapas são a cidade de Nova York, uma parte do Canadá e Groenlândia. Os mapas de Black Flag são as ilhas caribenhas, Havana e localidades próximas ao Caribe atualmente, lugares paradisíacos com cenários belíssimos.

A coleção foi muito bem portada. Comparando com versões antigas, as imagens eram chapadas, como se a visão fosse através de um vidro sujo, enquanto que agora são límpidas e claras, sendo possível tirar ótimas fotos e aproveitar a beleza dos lugares como se o jogador estivesse de fato lá.

O trabalho de luz e sombras foi refeito, parecendo muito mais real. Mas, quando são vistas de perto, principalmente em pessoas, parecem feitas utilizando a técnica do Pontilhismo, o que causa uma estranheza difícil de acostumar. Talvez esse seja o único defeito de todo o visual do jogo, tirando alguns bug compreensíveis e ocasionais.

Trilha Sonora

O áudio dos jogos, com exceção das músicas, são exatamente iguais. Mudam as línguas faladas e dublagem, mas sons do mar, animais, batalhas, são todos os mesmo, o que não é um demérito. É um trabalho bem feito que ajuda muito na imersão e ambientação dos jogos. Além do que foi falado acima, é muito gratificante ouvir o som do típico papagaio pirata, ajudando e muito na embarque do jogador na história.

Falando das músicas, elas começam no momento certo. Muitas vezes não há uma trilha, o que foi uma ótima decisão tomada, pois os ambientes são audivelmente vivos, com sons diferentes de todos os lados. O destaque fica para as músicas cantadas enquanto se navega, pois são canções que a própria tripulação executa, sendo parte dos coletáveis do jogo.

O maior problema do áudio está na dublagem brasileira. Há uma grande quantidade de escolhas erradas nas vozes, que obviamente não encaixam com o personagem. Um dos principais coadjuvantes é um homem grande, forte e robusto que esperamos uma voz de trovão, mas possui a fala de um menino, o que dá uma enorme sensação de estranheza. Isso pode ser culpa da própria Ubisoft, que talvez disponibilizou apenas os textos e tons a serem dublados, não dando mais detalhes dos personagens. Além disso, alguns momentos passaram e ficaram totalmente sem dublagens, quebrando toda a imersão quando, em apenas uma troca de cena, o personagem muda de dublador e de língua de uma forma que claramente não faz parte do jogo.

Veredito

Posso dizer que Assassin’s Creed: The Rebel Collection é ambicioso. Primeiro pela empresa, Ubisoft, que é realmente ambiciosa por querer trazer jogos requentados de 2014 para o console. Segundo, por causa daquilo que os jogos da coleção trazem: um mundo vivo e aberto, com atrações interativas. Por último, sua maior ambição está nas histórias contadas. O maior ponto dos jogos, como dito anteriormente, está na narrativa e isso é visível.

Recomendo Assassin’s Creed: The Rebel Collection para quem já jogou outros jogos da franquia e quer conhecer mundos totalmente novos; para quem gosta de exploração em mundo aberto; e, principalmente, para quem quer ver uma boa narrativa ser contada. Recomendo também pelo fato de serem dois jogos pelo preço de um.

E aí, já jogou algum dos jogos? Tem vontade de conhecer? Diga nos comentários.


Trailer do jogo


*Essa análise foi feita com uma cópia disponibilizada pela produtora.

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Kiefer Kawakami

Sobre mim: Amante dos games, acredito que eles podem mudar a vida das pessoas e fazê-las mais felizes, bem como aconteceu comigo. Possuo um amor incondicional pela Nintendo desde Donkey Kong Country e Super Metroid. Sou multidisciplinar e sei pouco sobre muita coisa, mas o suficiente para relacionar assuntos distintos. Além disso, quero divulgar os games para que as pessoas vejam a maravilha que são e podem ser.

6 thoughts on “[REVIEW] Assassin’s Creed: The Rebel Collection – O inimigo agora é outro

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