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[REVIEW] Alien: Isolation – O jogo de terror que precisávamos

Poucos jogos me fizeram sentir tensão e diversão ao mesmo tempo nestes últimos anos. Confesso que, apesar de ter fácil acesso ao título atualmente, só coloquei realmente as mãos em Alien Isolation com o lançamento de sua versão recente para Nintendo Switch. Posso dizer que foi uma experiência incrível, tanto pela qualidade do jogo em si quanto pela possibilidade de estar vivo para ver gráficos tão impressionantes rodando em um console na palma da minha mão. Deixando claro que não sou conhecedor da obra na qual o jogo foi inspirado e muito menos de ficção científica em geral, portanto a análise será feita pensando na experiência como um todo e nos aspectos técnicos do port. E aí, você gosta de sentir medo?


Ficha Técnica

Título: Alien: Isolation

Plataforma: Nintendo Switch

Tamanho: 17.7 GB

Desenvolvedora/Publicadora: Feral Interactive/SEGA

Jogadores: 1

Em Português: Sim

Gênero: Ação, Aventura, Terror

Save na Nuvem: Sim

Classificação: 18+ anos


Frio na espinha

Explicando Alien: Isolation de uma forma para que qualquer um consiga entender: o jogo basicamente é do gênero ação em 1ª pessoa (e aqui você pode ver seus pés, adoro isso), com elementos de exploração e habilidade para criar objetos úteis (itens de cura, bombas de atordoamento, etc), com a finalidade de cumprir seus objetivos dentro de uma estação espacial. E para piorar, o sinistro Alien está na sua cola quase que o todo o tempo, acompanhado de sons e trilhas sonoras que te deixam com uma tensão absurda – e é aí que se encontra o pânico.

Já nem me lembro mais qual foi o último jogo de terror que realmente me deixou assustado psicologicamente (jumpscare/sustinho não vale) e com vontade de chamar a minha mãe. Acredito que um bom jogo do gênero é aquele que realmente te causa medo e coloca obstáculos ou criaturas na trama para te perseguir e atacar, já o EXCELENTE jogo do gênero te dá maneiras de se defender contra qualquer ameaça.

Por isso não sou muito chegado na franquia Outlast, por exemplo, onde você só corre, foge e esconde. Aqui, na estação de Sevastopol, você encontra alguns tipos de armas brancas, de fogo e equipamentos que podem ser usados contra inimigos que te encontram pelo caminho e querem acabar com sua vida, e isso é demais! A sensação de vulnerabilidade e ao mesmo tempo poder é uma das melhores para se ter em jogos deste estilo, pois você aprende até onde vai seu limite, e ao mesmo tempo procura recursos para suprir essa falta.

Boa história com mecânicas variadas

Na história você é Amanda Ripley, uma tripulante da Sevastopol, que está em busca do motivo de desaparecimento de Nostromo, uma nave onde sua mãe estava à bordo. O jogo se passa em locais apertados e ao mesmo tempo gigantes, já que se trata de uma estação espacial com vários cômodos e cubículos.

A sensação de estar perdido muitas vezes colabora para a tensão do jogo, ainda mais quando o Alien está perambulando pelos corredores e entrando em salas próximas de onde você está. Além disso, você ainda precisa lidar com a própria inteligência artificial do lugar, como androides (que eram para servir como ajudantes da estação e agora estão agindo estranhamente) ou até mesmo outros seres humanos que se encontram por lá com objetivos particulares e te atacam sem antes perguntar qualquer coisa.

Em meio a tudo isso, você precisa se esgueirar pelos corredores com muita cautela, muitas vezes apagando sua lanterna ou caminhando agachada para não fazer barulho e atrair atenção. Pelo menos você carrega consigo um sensor de movimento, que te ajuda e ao mesmo tempo deixa mais tenso ao perceber alguém se aproximando. Todo cuidado é pouco, pois o menor dos ruídos pode fazer com que o aterrorizante extra-terrestre venha correndo do mais absolutamente nada e te mate em questão de segundos.

E temos ainda as mecânicas de stealth que você precisa usar na maior parte do tempo. Isso pelo fato de em algumas áreas, para conseguir avançar, o jogo te faz resolver puzzles/quebra-cabeças bem divertidos e com características variadas, os quais se encaixam perfeitamente no contexto tecnológico em que se passa a história de Ripley. Preciso dizer que adoro esse tipo de coisa quando é feito de forma coesa, pelo simples fato de não passar a impressão de ter sido inserido lá de forma avulsa e por trazer aquela sensação de “sou inteligente”.

Um trabalho extremamente bem feito

Recentemente comecei a ser bem crítico com ports feito para o console de última geração da Nintendo, isso porque venho percebendo alguns jogos de plataformas mais parrudas sendo transportados para a plataforma de um jeito preguiçoso e sem cuidado. Se você conhece, já jogou ou pelo menos viu vídeos de Grid Autosport que a Feral Interactive trouxe também este ano para o Switch, sabe o quão bem feito foi o trabalho da desenvolvedora nesta proposta.

Alien: Isolation não foi diferente, sendo trazido com todos os DLCs (e alguns modos de jogo além da história principal) por esta mesma galera de uma forma tão espetacular que nunca imaginei que o console mais fraco da geração, em termos de hardware, fosse capaz de gráficos e efeitos de pós-processamento tão lindos – qual a desculpa agora, hein, Crash N. Sane Trilogy?!

O jogo na forma portátil roda a belíssimos 720p e 30fps com visuais de respeito, já no modo dock/TV roda até 1080p e 30fps com algumas leves engasgadas em certos momentos. Além disso, a versão de Switch conta com suporte ao sensor de movimento do joycon, o que facilita e muito na hora de mirar em alguém ou apontar o sensor de movimento (equipamento do jogo) para alguma direção. O nível gráfico do jogo se encontra em algum lugar entre a geração de consoles anterior e a atual. Chega ao ponto de, na mídia jornalística, certos sites afirmarem que tudo está mais bonito até mesmo do que a versão de PS4 – o que em alguns aspectos, concordo.

Independente de qualquer coisa, posso afirmar sem receios que os efeitos de luz, sombra e texturas estão com uma qualidade absurda, já sobre as animações ou modelos dos personagens é necessário levar em consideração que o jogo foi originalmente lançado em 2014 e a tecnologia não era tão avançada como hoje – se bem que já existiam jogos mais bem animados e sem personagens com rostos de pouca emoção.

Probleminhas

Juro que não é impressão minha: o jogo tem alguns problemas de nivelamento de volume, e no fone de ouvido isso fica mais perceptível ainda. Jogando no modo portátil do Switch, mesmo deixando o som no máximo senti que ainda estava baixo, e digo porque abri outros jogos em seguida para comparar e constatei que essa particularidade existe. Lógico que isso não tira o mérito do jogo na qualidade sonora absurda que ele tem e na capacidade de trabalhar bem para manter a tensão, mas é algo bobo que poderia ter sido percebido durante o desenvolvimento.

Também percebi que alguns inimigos são donos de uma inteligência artificial duvidosa, já que, por exemplo, em certo momento me escondi num duto de ar claramente fácil de localizar e atacar, mas os personagens hostis ficavam repetindo uma frase em loop dizendo coisas como “ela está por aqui”, e às vezes esta frase fica se sobrepondo com um comportamento que obviamente não era para ter acontecido. Não sei se isso foi herdado da versão original do jogo, mas existe ali.

Obrigatório pra quem gosta de passar medinho

Confie em mim, se você é fã de jogos com terror psicológico, este título é necessário em sua biblioteca. Infelizmente o jogo não teve uma versão física para Switch, então terá que se contentar com a versão digital e com um cartão de bastante espaço disponível, pois quase 18 GB não é brincadeira.

A possibilidade de ter um jogo desta magnitude em um console quase que de bolso é simplesmente maravilhosa, fazendo com que Alien: Isolation seja o terror definitivo para o Nintendo Switch. Ah, já disse que o jogo está dublado em português do Brasil?


Trailer


Este Review foi feito utilizando uma cópia enviada pelos produtores.

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Jason Ming Hong

Gamer desde o 1 ano de idade segundo meus pais. Jogo de tudo, porque o importante pra mim em um jogo é divertir. Gosto de jogos com uma boa história, investimento em gameplay sólido e, se rolar, um co-op de sofá. Também sou UX/UI designer, aquela galera moderninha que faz coisas pensando em quem vai usar. Aliás, agora edito o POWdcast, RÁ!

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