DestaquesGeralJogos IndiesReviewsSwitch

[REVIEW] Cat Quest II – Brigando Como Cão e Gato

Um rei felino e um rei canino unem forças para acabar com a guerra entre seus povos. Mas será que este jogo é uma MIAUravilha ou será um fiAUsco? É o que veremos nessa análise.


Ficha Técnica

Título: Cat Quest II

Plataforma: Nintendo Switch

Tamanho: 999 MB

Desenvolvedora/Publicadora: The Gentlebros/Pqube

Jogadores: 1-2 (offline)

Em Português: Sim

Gênero: RPG, Ação, Aventura

Save na Nuvem: Sim

Classificação: 10+


História

Os reinos de Felingard (pertencente aos felinos) e de Lupus (dominado pelos cães) estão em guerra graças à tirania de seus respectivos líderes. Neste ponto, surgem dois reis (um gato e um cachorro) para reivindicar o trono e tentar trazer a paz de volta aos dois povos.

Como você pode notar, a história é bem simples, servindo apenas como um pontapé inicial para a ação. Apesar de não ser complexa, ela não deixa de ser interessante pelo seu bom humor, presente durante todo o desenrolar dos eventos, seja em um trocadilho aqui outro ali (às vezes eles são repetidos à exaustão e perdem a graça, o que é uma pena), seja por diálogos que fazem brincadeiras com o mundo dos animais ou dos games.

Jogabilidade

É aqui que o jogo tem seu brilho. Quem jogou o primeiro jogo sabe do que estou falando, afinal a mecânica do antecessor permaneceu praticamente inalterada. Cat Quest II continua sendo um jogo de RPG de mundo aberto com câmera isométrica.

Nele, você controla os dois reis que lutarão contra a tirania citada no tópico sobre a história. Como são dois personagens, é possível jogar em multiplayer de sofá (infelizmente não há possibilidade de jogar online) em que cada jogador controlará um deles ou, no caso de você não ter com quem jogar, alternar entre o gato e o cão usando o botão X. Eu joguei este jogo sozinho e, apesar desta possibilidade de alternância entre personagens, realizei bem pouco tal troca, uma vez que o jogo não os diferencia sob nenhum aspecto, sendo ambos os heróis tratados apenas como skins diferentes, o que é uma pena.

Existem opções de ataques com a arma, utilização de magia, rolamento de esquiva e outros movimentos adquiridos conforme você vai evoluindo no jogo. Além disso, você equipa cada um dos personagens com uma armadura (corpo e elmo), armas (curta e longa distância) e até quatro magias.

As armaduras e armamentos possuem características próprias e que te dão vantagens em determinados elementos e desvantagens em outros, apesar de não ser algo tão complexo e que traga uma diferença perceptível no gameplay.  Além disso, todos os seus equipamentos podem ser evoluídos em um ferreiro usando a moedinha do jogo ou então pegando um outro item igual ao longo da jornada, ocasião em que eles se fundem e há o incremento do nível.

Já as magias (que também são obtidas com o decorrer da aventura) são evoluídas em uma casa dos magos, utilizando-se uma quantidade específica de moedinhas por cada nível que se deseja evoluir.

Equipando Magias (quatro por personagem)

Os personagens, por sua vez, também evoluem, podendo fazê-lo tanto ao derrotar inimigos (que ao desaparecerem deixam dinheiro e “bolas” de experiência), bem como ao realizar missões principais e secundárias que forem surgindo (clássico sistema de recompensa por missões aplicados em tantos jogos de RPG por aí).

Por falar em batalhas, o jogo tem uma mecânica de combate em tempo real. Cada inimigo apresentado tem uma forma de ataque e, por causa disso, você vai se ver constantemente mudando a sua estratégia de combate. Muitos deles, ainda, têm magias que podem ser lançadas contra você e seu companheiro, o que, dependendo do nível em que estiver, pode ser fatal. Por falar nisso, quando um dos seus personagens perde toda a vida, o outro deve ficar em um círculo ao lado do companheiro para revivê-lo. Perdeu os dois? Game over e recomeça do último ponto em que você salvou a aventura.

Por fim, existem ainda várias dungeons a serem exploradas, seja no reino de Felingard, seja no reino de Lupus. Elas são de dois tipos, sendo que as primeiras que destaco são as cavernas recheadas de oponentes e que possuem baús com armamentos para sua aventura. As segundas são as masmorras de desafio que também te dão armamentos, mas somente após você derrotar algumas ondas de inimigos.

Música e Gráficos

As músicas são em boa parte reaproveitadas do primeiro jogo, o que traz aquela sensação bacana, mas que se esvai após alguns momentos com ela tocando ininterruptamente. Em si, as músicas não são ruins, pelo contrário. Eu gosto delas, mas a demasiada repetição delas as tornam uma boa desculpa para ouvir um Nintendo POWdcast (plimmmmm. #momentoJabá) enquanto joga o jogo.

Graficamente o jogo é irretocável. O mundinho é bonito e colorido, os personagens são bem desenhados e a sensação de estar andando em um enorme mapa com marcações e nomenclaturas próprios é muito legal.

Os Problemas de um Mundo Cão

Apesar de ter gostado muito do jogo, alguns problemas me chamaram a atenção. Vou destacar dois dos que considero os mais graves: o mapa e o fast travel.

O mapa do mundo (aquele exibido quando você aperta start) é ruim de navegar e pouco intuitivo. Diria até que ele é, até certo ponto, inútil. Coisas já consolidadas em jogos de mundo aberto foram ignoradas pelos desenvolvedores como, por exemplo, a possibilidade de marcação de pontos de interesse.

Para ficar mais fácil o entendimento, sabe aquele baú que você achou, mas que você não consegue abrir naquele momento? Não é possível marcar a localização dele e, possivelmente, depois você não lembrará mais dele nem de onde ele poderia estar. Além disso, um outro problema é que não é possível dar zoom no mapa para ter uma perspectiva mais aproximada ou uma visão mais geral do local onde você está, dessa forma fica difícil saber, por exemplo, se compensa usar o fast travel ou se compensa ir a pé.

É só isso! Nada mais para fazer com este mapa.

Por falar em Viagem Rápida, esse sistema no jogo é bem ruim. Ele usa um HUB (no jogo é uma espécie de torre) que te transporta de um ponto para outro. Imagine que você entre nessa torre e ela seja uma grande sala com várias escadas, cada uma destas escadas te levará a um ponto diferente no mapa. Porém, para liberar cada escada dessas, você primeiro deverá descobri-la. Até aí está tudo perfeito e normal, né?

Entretanto, e se nessa sala você não conseguisse visualizar o ponto exato do mapa para o qual você deseja viajar e só tivesse símbolos que te dão uma vaga ideia de em que local do mapa você sairá? É exatamente isto que o jogo faz! Você tem um desenho parecido com uma “constelação” ao lado de cada escada que reflete, na verdade, um esboço do mapa de Felingard e de Lupus. Para melhor ilustrar, veja a imagem abaixo:

A torre e o sistema de Fast Travel

O problema desse formato de fast travel é que você não consegue visualizar o ponto exato do mapa onde aquela saída o levará e, por consequência, ficará constantemente tendo que deduzir o local para onde cada escada o levará. Lembre-se: a sua única pista é o desenho ao lado da saída. E é aí que está a minha maior reclamação, pois isso faz com que o jogador, por diversas vezes, erre o local do mapa onde desejava se transportar e tenha que entrar novamente na torre para viajar a outro ponto. É irritante!

Veredito

Cat Quest II é um jogo excelente para passar o tempo e para aquelas jogatinas rápidas do nosso dia a dia. Seu bom humor e sua jogabilidade fluida e gostosa me cativaram desde o primeiro jogo (o qual recomendo fortemente). Em si ele não é um jogo desafiador e também não se propõe a sê-lo. Posso dizer até que este é um jogo bem fácil, mas que no meu caso funcionou muito bem, pois era muito satisfatório limpar cavernas, masmorras e participar das side-quests.

Infelizmente os problemas do jogo que citei neste review podem interferir na experiência de alguns jogadores, principalmente o problema do mapa que pode afetar o interesse dos complecionistas, já que fica muito difícil saber o que falta concluir ou descobrir.

Ressalvas feitas, recomendo este jogo a todos os que querem um RPG para jogar de forma mais descompromissada e casual. Aquele jogo para desestressar depois de um dia de cão…… (olha eu aqui fazendo trocadilhos com cães e gatos de novo).

Seu tempo de jogo poderá variar de 8 a 15 horas, dependendo do tanto que estiver disposto a realizar no jogo. Eu joguei mais de 10 horas, mas não completei o jogo 100%, apenas finalizei a história, algumas dungeons e várias side-quests.

Ahhh! E o jogo foi traduzido de Miauês e Auauês para o português, o que dá ajuda a absorver as piadas feitas. Boa, Gentlebros!

É isso! diga se gostou do review nos comentários e nos vemos na próxima análise.


Trailer do Jogo


Este Review foi feito utilizando uma cópia enviada pelos produtores.

Gostou? Então compartilhe!

Tovar

Nintendista desde os 8-bits, pulei somente a geração GameCube (que recuperei com o Wii). Jogo em qualquer plataforma. Um fã de The Legend of Zelda, Donkey Kong, Mario, Mega Man, e de outros grandes nomes da indústria.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *