[REVIEW] The Legend of Legacy HD Remastered
Alguns RPGs são simplistas demais para o meu gosto, mas algo ainda tem que chegar perto de The Legend of Legacy e superá-lo. Este título da era 3DS deveria ser uma grande aventura, mas nesta análise, posso revelar por que ele é mais uma experiência confusa do que um RPG propriamente dito.
Ficha Técnica
Título: The Legend of Legacy HD Remastered
Plataforma: Nintendo Switch
Data de lançamento: 22/03/2024
Tamanho: 4.5 GB
Desenvolvedora: FuRyu Games
Publicadora: NIS America
Jogadores: 1
Em Português: Não
Gênero: Ação, Aventura, Plataforma, Arcade
Tempo de Jogo (em média): 31 horas
Save na Nuvem: Sim
Classificação: Livre
Preço no Lançamento (BR): R$ 259.99
Preço no Lançamento (EUA): US$ 49.99
Uma jornada genérica
The Legend of Legacy HD Remastered é como um RPG genérico, no qual personagens selecionáveis e intercambiáveis recebem praticamente a mesma história e ordem de eventos, atuando apenas como uma troca de paleta portando equipamentos, feitiços e afins diferentes. Comecei meu game com Meurs, o Elementalista. Não consegui entender completamente o que cada personagem tem de tão único e o que os torna tão especiais, dado que você pode recrutar quaisquer das figuras selecionáveis logo no início, visitando a única cidade no continente de Avalon.
Uma vez que você embarca em sua jornada, cruzará diferentes cenários com um efeito de pop-in (surgimento), como árvores surgindo do chão assim que você se aproxima delas, bem como caixas e ruínas. Isso é definitivamente encantador, na minha opinião, e traz um estilo artístico único ao jogo, além do estilo visual de seus personagens Chibi.
No quesito save, de forma geral, temos o save propriamente dito que é feito no INN e o Quick Save, sendo que esse último é necessário ser usado o tempo todo. Uma vez que, se você morre em batalha, você recebe um game over e é enviado pra tela de título. Se tiver feito o Quick Save antes disso, parabéns. Caso a resposta seja negativa, vai voltar ao último ponto de salvamento. Isso é uma grande falha de game design na minha opinião, porque poderia ter a opção de tentar novamente a batalha assim como acontece nas lutas com chefe.
Feitiços e level-up
Falando dos elementos do cenário, ruínas e objetos interativos com aparência de pedra fornecerão algumas informações sobre a lore do jogo, além de dar contratos elementais pelos quais você pode lançar feitiços baseados em elementos da natureza (vento, água, etc). Eles podem ser equipados em qualquer personagem como um acessório, adicionando uma magia ofensiva ou defensiva ao seu arsenal.
Essa parte e a parte de subir de nível também são um tanto obscuras e não consegui entender muito bem. Aleatoriamente, todo o meu grupo aprendia novos feitiços no meio da batalha e tinha seus atributos aumentados do nada. Não há nenhuma dica de como isso funciona ou quantos pontos de XP restam para alcançar um novo nível. Procurei na internet por guias para entender se existia alguma pista sobre como ocorre esses fatores, e o jogo foi projetado assim, de forma misteriosa mesmo.
Quanto à exploração do mapa mundi, isso não existe aqui. Você deve comprar mapas de lojas para descobrir novas áreas, enquanto também pode explorar regiões do mapa para concluir o mapeamento daquele local específico – para que você possa voltar ao lojista e vender essas informações em troca de dinheiro (SP, aqui). Novamente, não é um padrão comum que eu já vi no mundo dos RPGs. Não estou dizendo que não seguir um padrão comum seja um problema, contanto que você deixe claro como sua mecânica funciona – e quão bem tudo está amarrado de maneira coerente.
A parte do jogo que segue os padrões do gênero RPG é o sistema de equipamentos. Você pode equipar os membros do seu grupo com até duas armas, ou misturar uma arma com um escudo. Também é possível definir formações no combate por turnos existente aqui, o que significa que um personagem pode servir como o bode expiatório do time e receber todo o dano do inimigo. Por fim, gostei muito da funcionalidade de avanço rápido que funciona segurando A ou L e acelera consideravelmente o ritmo da batalha, coisa que me traria desprezo para com o game se não existisse. É sério: jogue RPG por turnos sem acelerar as animações e me fale se consegue aguentar mais de 10 batalhas.
Não é seu RPG comum, mas sim abaixo da média por causa de bobeiras
Legend of Legacy HD Remastered é um jogo de RPG muito obscuro e questionável da época do 3DS. Sua história e personagens são completamente genéricos e intercambiáveis, significando que, qualquer que seja sua escolha para o protagonista jogável, a maioria dos eventos funcionará da mesma maneira (membros da equipe mudam, mas pouquíssimo). Além disso, a maioria dos personagens selecionáveis é recrutável na única cidade do jogo. Em geral, as mecânicas são fáceis de entender, mas algumas especificidades como feitiços e subir de nível são extremamente incertas e não fornecem nenhum feedback adicional sobre quantos pontos você ainda tem que obter para ver seu personagem crescer. Além disso, se você deixar alguns membros fora do grupo jogável por muito tempo, terá que fazer grind em todos eles para subi-los de nível. Resumindo, esse é um game um tanto quanto ultrapassado no que se tange ao “respeito para com o tempo do jogador”, mas funciona bem para aqueles que simplesmente querem um RPG genérico com um bom combate para matar monstros e equipar uma party com magias fantásticas, enquanto aprecia a arte Chibi dos personagens cabeçudos. Se não for o seu caso, pode esquecer que nada vai te apetecer aqui.
Trailer do Jogo
* Esta análise foi feita utilizando uma chave enviada pelos produtores