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[REVIEW] Ash of God: The Way – Uma mistura interessante de Deck Builder com jogo de tabuleiro

Como uma interessante mistura de RPG de turno, Card Game, um toque de xadrez e muito de estratégia Ash of God: The Way expande o universo apresentado no game antecessor de nome muito parecido Ash of God: Redemption. Apesar do nome e a direção de arte muito parecidas, a proposta e o gênero do jogo são completamente diferentes. Será que essa mudança drástica de gameplay é capaz de agradar antigos fãs da franquia, além de trazer um novo público para as terras de Frisia? É o que vamos descobrir nas próximas linhas deste Review.


Ficha Técnica

Título: Ash of God: The Way

Plataforma: Nintendo Switch

Tamanho: 4.7Gb

Desenvolvedora/Publicadora: AurumDust

Jogadores: 1

Em Português: Não

Gênero: Estratégia, Puzzle, Aventura, Tabuleiro

Classificação: 14 Anos

Save na Nuvem: Sim

Preço no Lançamento (BR): R$ 73,99

Preço no Lançamento (EUA): US$ 24,99


O primeiro jogo da série chamado Ash of God: Temptation é um RPG de turnos clássicos onde a trama principal gira em torno de um monge chamado Hopper Rouley, que foi convocado para uma cidade amaldiçoada chamada Terminum. Lá, ele se envolve em uma batalha contra forças malignas, criaturas sombrias e outras figuras sinistras que desejam aproveitar o poder do Ash Curse (Uma antiga Maldição). O jogo aborda temas como sacrifício, moralidade e as consequências de escolhas difíceis.

The Way abandona a fórmula clássica e apresenta um jogo completamente diferente e desafiador unindo elementos diferentes de diversos jogos de tabuleiros. A fórmula é tão boa que funcionaria sem sombra de dúvidas na realidade, com um tabuleiro e cartas físicas sobre uma mesa em uma jogatina com um amigo.

Não vou me aprofundar muito na história por alguns motivos, dentre eles o de não querer revelar a trama principal que possui algumas reviravoltas ao longo da jornada, porque a narrativa é uma boa parte da experiência e porque o game apresenta decisões que o jogador precisa tomar que consequentemente altera o rumo da estória.

Em alguns minutos de gameplay o jogador é apresentado a uma situação de guerra entre terras (Berkaman e Frisia), sendo que – de cara – somos apresentados ao jovem Finn, um órfão resgatado e seu tio/tutor Eik, que apresenta ao jovem um jogo de tabuleiro chamado The Way, que segundo ele é utilizado para treinar os exércitos inimigos e assim obter vantagens no campo de batalha.

Jogabilidade

Após a apresentação inicial, somos introduzidos ao jogo propriamente dito: The Way.  Em um tabuleiro que lembra xadrez, com casas dispostas em uma grade. Os jogadores controlam um exército de unidades representadas por cartas. Cada carta possui informações específicas, como alcance, movimentação, vida e ataque.

Durante cada turno, os jogadores podem posicionar novas cartas no tabuleiro e movimentar suas unidades existentes. As unidades podem se mover em linhas ou colunas, semelhante às regras do xadrez, e sua capacidade de movimento é determinada pelo valor de movimentação indicado na carta.

As unidades podem atacar as unidades inimigas adjacentes e/ou distantes, dependendo do tipo de ataque e da sua classe, causando dano com base em seu valor de ataque. O combate é resolvido considerando as estatísticas de ataque e vida das unidades envolvidas. Estratégias inteligentes são necessárias para posicionar unidades de forma a maximizar o dano e minimizar os contra-ataques.

Além das cartas de unidades, o jogo também apresenta cartas de apoio, que podem ser jogadas a cada turno para conceder vantagens táticas às unidades no tabuleiro. Essas cartas podem incluir habilidades especiais, buffs de estatísticas, cura de unidades ou até mesmo armadilhas para o adversário. A escolha adequada e o momento certo para usar essas cartas de apoio podem ser decisivos para obter a vantagem necessária para a vitória.

O jogador precisa considerar o posicionamento adequado de suas unidades no tabuleiro, antecipar os movimentos do oponente e aproveitar ao máximo as cartas de apoio disponíveis. Tomar decisões rápidas e precisas é fundamental para alcançar a vitória.

Vence quem conseguir derrotar o comandante adversário, assim como quem captura o rei em um jogo de xadrez.

O tutorial me pareceu um pouco confuso, mas após algumas partidas avançando na estória do jogo as coisas ficaram mais claras, além de entender claramente por que o nome do jogo é The Way, uma vez que a chave da vitória é o “caminho” que as unidades percorrem até o comandante adversário.

Colecione, monte seu deck e enfrente inimigos cada vez mais poderosos

Como todo Deck Builder, a conquista de novas cartas e a formação de um baralho poderoso são aspectos fundamentais que proporcionam uma experiência envolvente e desafiadora. A graça desse tipo de jogo reside na busca incessante por cartas mais fortes, capazes de enfrentar inimigos cada vez mais difíceis enquanto se avança em uma estória envolvente.

Conforme a coleção de cartas se expande, o jogador precisa analisar cuidadosamente cada carta e considerar como elas podem se encaixar em seu baralho. A estratégia desempenha um papel crucial na escolha das cartas que melhor se complementam e que oferecem sinergia em termos de habilidades, estilos de jogo e estratégias adotadas.

À medida que o jogador acumula cartas mais poderosas e refinadas, ele enfrenta inimigos cada vez mais difíceis. A dificuldade aumenta gradualmente para proporcionar um desafio constante e estimulante. O jogador precisa adaptar suas estratégias, aprender com derrotas anteriores e fazer ajustes em seus baralhos para superar os obstáculos apresentados. A sensação de conquistar um inimigo desafiador usando uma combinação de cartas bem pensada é incrivelmente gratificante.

Gráficos

Graficamente Ash of God: The Way apresenta uma direção de arte deslumbrante, com desenhos que remetem a pinturas antigas. Apesar da beleza e do charme dessa abordagem artística, é importante ressaltar que a falta de animações entre os personagens pode afetar o envolvimento do jogador com a narrativa.

A direção de arte do jogo é um dos pontos mais fortes. Os desenhos que lembram pinturas antigas conferem uma estética única e encantadora ao jogo. Cada cena é cuidadosamente elaborada e apresenta uma riqueza de detalhes, texturas e cores que evocam a sensação de estar imerso em um mundo vivo e pulsante de arte. A escolha desse estilo visual contribui para criar uma atmosfera única e memorável.

A história do jogo é apresentada por meio de cenas paradas, onde os personagens interagem entre si através de diálogos exibidos em texto na tela. Essa abordagem pode trazer uma sensação nostálgica, como se estivéssemos lendo uma história em quadrinhos ou um livro ilustrado. As cenas estáticas permitem que o jogador aprecie a beleza dos desenhos e mergulhe nos detalhes visuais cuidadosamente elaborados.

Contudo, apesar do charme das cenas estáticas, a falta de animações entre os personagens pode impactar o interesse do jogador na narrativa. A ausência de movimento e expressões faciais dinâmicas pode resultar em uma menor conexão emocional com os personagens e na redução do senso de imersão. A adição de animações sutis, como gestos, movimentos corporais ou expressões faciais, poderia enriquecer a experiência do jogador, permitindo uma melhor compreensão das emoções e dos momentos-chave da narrativa.

Sons

A trilha sonora do jogo é bela e atende ao seu propósito de ambientar o jogador no mundo virtual. Com melodias cuidadosamente selecionadas, cria uma atmosfera adequada, envolvendo o jogador em cada cena e momento. No entanto, falta um elemento marcante que realmente se destaque e se fixe na memória do jogador. A trilha sonora funciona principalmente como uma música ambiente, contribuindo para a imersão, mas sem deixar uma marca duradoura.

Por outro lado, os efeitos sonoros, especialmente nas batalhas, desempenham um papel fundamental na experiência do jogador. Eles proporcionam uma sensação gratificante, reforçando as ações realizadas e dando vida às interações no jogo. Cada golpe, cada movimento é acompanhado por efeitos sonoros impactantes, que aumentam a emoção e a imersão nas batalhas. Esses sons adicionam camadas de realismo e intensidade, tornando a experiência ainda mais empolgante.

A combinação desses elementos sonoros é essencial para a experiência completa do jogo, proporcionando uma experiência auditiva imersiva e envolvente.

Veredito

Ash of God: The Way oferece uma experiência inovadora no aspecto estratégico, combinando uma dificuldade bem equilibrada com uma estória envolvente e intrigante, além de combinar aspectos de diversos jogos com estilos diferentes. Os gráficos bonitos e a trilha sonora eficaz contribuem para a imersão do jogador. Uma partida rápida em qualquer lugar com o Switch no modo portátil é sempre uma ótima experiência para jogos nesse estilo.

No entanto, é importante destacar alguns aspectos que podem afetar a experiência do jogador. A falta de um tutorial adequado pode ser frustrante para aqueles que estão começando, dificultando a compreensão das mecânicas e estratégias do jogo. Um cuidado maior nessa área seria benéfico para garantir uma curva de aprendizado suave e uma imersão completa desde o início.

Outro ponto a ser considerado é a ausência do idioma em português. Embora isso não seja um obstáculo intransponível, pode criar uma barreira para jogadores que não têm familiaridade com outros idiomas. Disponibilizar o jogo em português abriria oportunidades para um público mais amplo desfrutar da experiência completa e compreender todos os detalhes da trama, uma vez que a narrativa é um dos carros chefes de Ash of God: The Way.

No geral, o jogo se destaca por sua inovação estratégica, dificuldade equilibrada e uma estória envolvente e intrigante. Os gráficos bonitos e a trilha sonora eficiente complementam essa experiência. Apesar das falhas no tutorial e na falta de localização para o português, o jogo oferece uma experiência gratificante para os jogadores que apreciam desafios estratégicos e se envolvem com narrativas cativantes. Com algumas melhorias nesses aspectos, o jogo poderia se tornar ainda mais acessível e aprimorar a experiência para um público mais diversificado.


Trailer


* Esta análise foi feita utilizando uma chave enviada pelos produtores

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Rodrigo Reche

Oi, eu sou o Rodrigo Reche. Roreche para os íntimos! Sou completamente apaixonado por Videogames. Ganhei meu primeiro console, um Atari 2600, do meu pai em 1984 quando eu ainda tinha 3 anos de idade. Foi paixão a primeira jogada. Nintendista de coração e fã inveterado dos Engenheiros do Hawaii, passei por diversos consoles de todas as gerações, mas ainda guardo um carinho especial pelos consoles antigos.

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