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[Review] Stranger Things 3: The Game – Bagulhos Sinistros no Switch

Um grupo de jovens de uma pequena cidade dos Estados Unidos tem que enfrentar bagulhos muito sinistros que vêm de uma outra dimensão. Mas será que o jogo repete o sucesso da série da Netflix? É o que veremos hoje!

Antes de começar, porém, ressalto que este review NÃO TEM SPOILERS nem da série nem do jogo. Por isso, em alguns pontos evitarei fazer maiores comentários para não estragar a experiência.


Ficha técnica

Título: Stranger Things 3: The Game

Plataforma: Nintendo Switch

Tamanho: 1,4 GB

Desenvolvedora/Publicadora: Bonus XP

Jogadores: 1-2

Em Português: Sim

Gênero: ação/aventura/puzzle

Save na Nuvem: Sim

Classificação: 13+


História

Na terceira temporada de Stranger Things, os protagonistas têm que partir em uma nova aventura para conter mais uma ameaça do mundo invertido (Upside Down). Com uma base de fãs consolidada, a série é ambientada nos anos 80 e tenta trazer, desde sua primeira temporada, um “que” de nostalgia para o espectador.

E o jogo segue os mesmos eventos desta temporada, porém de uma forma mais rasa, o que é uma pena! Os diálogos e situações que – na minha opinião – funcionam tão bem no seriado, são até bobos no jogo e não refletem em nada a urgência dos eventos.

Além disso, personagens sem carisma, missões sem sentido algum e bastantes repetitivas, diálogos forçados… tudo parece nem conseguir arranhar a superfície de carga dramática e de diversão que a série original carrega.

Um outro problema grave deste título é com relação ao paralelismo jogo vs. seriado. Acontece que a obra audiovisual é desenvolvida em grupos de personagens e cada grupo tem sua atribuição e importância para tentar resolução do problema como um todo. Todavia, no jogo, à medida que você libera novos personagens, eles ficam sempre disponíveis para você selecioná-los, independentemente do ponto da trama em que você se encontra.

Os produtores poderiam ter realizado a divisão para seguir exatamente o que é o seriado, o que daria até variação de jogabilidade, uma vez que cada personagem tem suas próprias características. Tanto é que eu joguei com apenas dois personagens, permanecendo sempre em minha zona de conforto. Explico: se em determinado ponto da trama original você só tem a Max e a Eleven, não tem sentido poder jogar com o Mike e o Dustin. E isto foi o que os produtores optaram por entregar.

Gráficos e sons

O jogo tem aquele aspecto de Zombies Ate My Neighbors (SNES) que me chamou muito a atenção. Os personagens principais são até bem trabalhados, porém os inimigos e os cenários, apesar de também serem bem feitos, são genéricos demais. O tempo todo não me senti explorando um novo lugar, mas sim um lugar qualquer.

E a música? É uma música repetitiva e enjoativa que, após alguns minutos, tive que mutá-la. Já os efeitos sonoros cumprem bem o seu papel.

Jogabilidade

Os desenvolvedores souberam trabalhar melhor neste aspecto. Cada personagem tem um tipo de ataque (distância ou melee) e um tipo de habilidade especial que é diferente dos outros.

Além disso, o jogo trabalha com o sistema de “chave e fechadura”, ou seja, existem personagens que desbloqueiam certas áreas do jogo. Em outras palavras: para acessar determinados locais você necessitará de alguém com habilidades de hacker, em outros você precisará de alguém pequeno para passar por dutos de ventilação… e assim por diante.

Apesar de o parágrafo anterior costumar ser um aspecto interessante e trazer mais exploração aos jogos que o utilizam, a forma como isto foi implementado não foi tão bem assim. Isso pelo fato de ter vários backtrackings desnecessários, visto que as recompensas presentes em várias destas salas não valem o tempo despendido para procurá-las e eliminar os inimigos ali presentes.

O jogo conta ainda com sistema de crafting de itens, o que também não agrega em nada a experiência.

Bagulhos muito sinistros

O jogo aparentemente não teve tempo hábil para ser devidamente polido. Isso faz com que vários bugs fossem aparecendo em sucessão. Abaixo vou trazer alguns dos vários que notei e que acho mais graves e relevantes.

A todo tempo o jogo tem um loading quando vai trocar de área, o que é bem irritante, mesmo que seja rápido. Em alguns destes momentos a tela do jogo é exibida antes de aparecer a mensagem de “carregando” propriamente dita, o que dá uma certa estranheza.

Além disso, erros de tradução ocorreram com certa frequência (sim, o jogo está em português). Um deles quase me impediu de progredir na campanha, mas o YouTube me salvou. Ocorre que em duas salas eu tinha que apertar interruptores em uma ordem que o computador presente em cada uma delas informava, porém eles tinham exatamente a mesma mensagem, quando deveriam ser textos diferentes (como é na versão em inglês).

Veredito

Stranger Things 3: The Game é um jogo que poderia ser bem melhor do que realmente foi. Talvez o tempo disponível para desenvolvimento e a necessidade de lançamento simultâneo com a série tenham prejudicado a concepção e polimento da ideia.

Eu assisti à terceira temporada toda antes de começar a jogar o jogo, o que recomendo que você também faça, já que os eventos são os mesmos e a série é muito melhor trabalhada.

Entretanto, por não ser uma experiência complementar à temporada televisiva e sim a mesma história, ao começar a minha aventura no Switch, me senti jogando um repeteco que deixou a experiência penosa demais. Acho até que talvez este jogo funcione melhor se jogado antes do lançamento da quarta temporada; como uma espécie de “resumão” dos eventos ocorridos.

Os problemas são tantos que infelizmente não acho que, pelo preço cheio, esta seja uma boa opção.

Espero ter te ajudado e até o próximo post!


Trailer do Jogo


Este review foi feito utilizando uma cópia enviada pelos produtores.

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Tovar

Nintendista desde os 8-bits, pulei somente a geração GameCube (que recuperei com o Wii). Jogo em qualquer plataforma. Um fã de The Legend of Zelda, Donkey Kong, Mario, Mega Man, e de outros grandes nomes da indústria.

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