[REVIEW] Disc Room – Bullet Hell reverso?
Desenvolvido e publicado pela famosa Devolver Digital, Disc Room é no mínimo um jogo curioso, simples mas curioso e criativo. Os nomes listados dos desenvolvedores são Kitty Calis, Jan Winnem Nijman, Terri Vellmann e Doseone.
No jogo controlamos um cientista no ano de 2089, que investiga um grande disco que foi identificado na órbita de Júpiter. Ao se aproximar, nos deparamos com um cenário bem peculiar, com diversas salas LOTADAS com vários tipos de discos cortantes.
Enquanto um jogador casual, achei o jogo bem divertido apesar do grande desafio originalmente proposto. Disc World pode se tornar um tanto esquisito ao longo da trajetória, mas vale a pena conferir, pelo desafio, jogabilidade e por que não, gráficos e sons.
Ficha técnica
Título: Disc Room
Plataforma: Nintendo Switch
Data de lançamento: 22 de outubro de 2020
Tamanho: 241 MB
Desenvolvedora / publicadora: Devolver Digital
Jogadores: 1 (com placar online)
Em português: Sim (legendas)
Gênero: Aventura / Ação /Arcade
Save na nuvem: sim
Classificação: Teen
Preço no lançamento (BR): R$ 28,99
Preço no lançamento (US): U$ 14.99
Tempo de jogo em média: 3 horas
Modos de jogo
O jogo possui um “modo campanha”, no qual é possível passar pelas 52 salas, organizadas em blocos de ambientes distintos. Através da sobrevivência por um determinado tempo (10 a 20 segundos), da morte para tipos específicos de disco, resolução de puzzles ou da vitória contra alguns bosses chamados Guardiões o jogador avança desbloqueando as próximas salas. A dificuldade pode ser ajustada em detalhes, algo que é incomum mesmo em jogos maiores: pode-se ajustar a velocidade geral do jogo, a velocidade dos discos, a dificuldade dos objetivos ou mesmo habilitar áreas bloqueadas.
Existem habilidades para complementar o desafio, que são usadas a seu favor: Investida, Lentidão, Clonagem, Absorção de discos e Explosão. O uso das habilidades também tem suas penalizações, geralmente ligadas a perda de segundos no tempo naquela sala. Às vezes, o tempo só irá passar ao se realizar determinadas ações, como ficar num círculo no meio da sala ou coletar esferas explosivas. Mas de forma geral, a aventura é bem desafiadora e pode se mostrar frustrante às vezes. De qualquer forma, ao mexer nessas opções, o jogo se torna mais acessível e isso foi feito propositalmente pelos desenvolvedores.
Ao finalizar o jogo derrotando o Guardião Supremo, é habilitado um modo de desafio de tempo, acessado ao apertar “+” e “R” (baseando-se na versão do Switch). Nesse modo os personagens aparentemente retornam a Júpiter e encaram versões mais difíceis (!!) onde o objetivo é sobreviver a hordas intermináveis de discos. Não é muito o meu tipo de desafio, mas confesso que me senti compelido a ficar tentando ver o quanto conseguia sobreviver naquelas condições tão adversas.
Gráficos e sons
Visualmente, o jogo lembra clássicos como Super Meat Boy ou The Binding of Isaac, com um 2D bem estilizado. As cutscenes são apresentadas como quadrinhos com os personagens parecendo que foram desenhados no bom e velho Paint, sem diálogos escritos, falados ou mesmo narrados, mas que cumprem bem a proposta para o estilo do jogo.
O jogo consegue acumular muitos elementos em tela sem a ocorrência de slowdowns, o que é imprescindível aqui, uma vez que algumas das habilidades adquiridas envolvem o uso do tempo. Todos os objetos são bem animados e coloridos, o que é bem eficaz na diferenciação entre personagem jogável, inimigos e ambientes.
O som em Disc Room também representa bem o que se passa aqui. O sonzinho do personagem sendo dilacerado pelas lâminas giratórias é algo que você vai ouvir quase constantemente e não é difícil de se acostumar a isso. O mesmo vale para a aceleração ou desaceleração dos sons e trilha sonora quando as habilidades Investida e Lentidão, respectivamente. Vale lembrar ainda que a velocidade geral do jogo pode ser dobrada usando os botões L e R, e por consequência acelerando a música e sons também.
A trilha sonora tem o jeitão indie de ser e combina bem com a atmosfera do jogo. Por vezes os temas das batalhas contra os guardiões pode ficar na sua cabeça, pelo estilo e pelas mortes consecutivas que você pode acumular. Trata-se de um techno futurista com alguns elementos de dubstep. O andamento da música é alterado tanto pelo uso de algumas habilidades quanto pela velocidade do jogo, ou mesmo por alguns discos que possuem ao redor uma aura que distorce o tempo quando o jogador se aproxima deles.
Veredito
Disc Room é um jogo que vale a pena conhecer e jogar, mas nem tudo é crème de la crème, pois há possui alguns fatores que podem afastar o jogador não veterano. Apesar da dificuldade ajustável, o jogo não se torna um Celeste por exemplo onde a aventura se torna quase um passeio narrativo, até por não se tratar da proposta deste jogo. Para se ter uma ideia, os desafios extras além do Time Trial incluem terminar o jogo em 15 minutos, jogar na velocidade 200%, usar apenas uma habilidade, dentre outras.
Acredito que seja o caso de algo corrigível por atualizações, mas em vários momentos perdi porque o personagem travou o seu movimento, geralmente ao encostar nas paredes das salas ou usar alguma das habilidades encostado na parede. Outra coisa a ser melhorada é (ou era, dependendo de quando este texto for acessado) que na sala do Guardião Espectral comumente o jogo dava crash, ou seja, travava e era forçado a encerrar.
Em resumo, Disc Room é uma boa aventura, com um conteúdo que pode entreter jogadores mais experientes e um bom teste para os casuais também, pois o senso de recompensa ao descobrir uma nova sala e o que nos espera ali garante um bom tempo de diversão.
Trailer
*Essa análise foi feita com uma cópia fornecida pela Devolver Digital.