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[REVIEW] Bug Fables: The Everlasting Sapling – Um RPG que dá gosto

Bug Fables é um RPG extremamente simpático, cheio de personalidade e um enredo bem construído. Claramente suas inspirações vem de jogos da franquia Paper Mario, ou os Mario RPG de Game Boy Advanced como o Superstar Saga, por exemplo. Mesmo assim, apenas tomar algo já famoso como inspiração não é o suficiente para uma garantia de sucesso, e Bug Fables: The Everlasting Sapling entendeu isso muito bem.


Ficha Técnica

Título: Bug Fables: The Everlasting Sapling

Plataforma: Nintendo Switch

Data de lançamento: 28/05/2020

Tamanho: 247 MB

Desenvolvedora/Publicadora: Moonsprout Games/DANGEN Entertainment

Jogadores: 1

Em Português: Não

Gênero: RPG

Tempo de Jogo (em média): 25-40 horas

Save na Nuvem: Sim

Classificação: Livre

Preço no Lançamento (US): US$ 24,99


História contada através de textos e imagens

Que a jornada comece

Nossa história se inicia de forma bastante empolgante, contada por meio de algumas imagens e textos antes de ir de fato para o jogo em si. Em seguida, é apresentado Kabbu, um besouro razoável que sempre gosta de pensar antes de tomar decisões. Kabbu acaba se juntando à Vi, uma abelhinha bastante egoísta que gosta de levar as coisas da forma mais vantajosa possível.

Ambos resolvem sair em uma expedição juntos depois de saberem que a formiga rainha está em busca de uma Muda Eterna, e que tornará o mais rico dos insetos aquele que a trouxer a ela. Assim, nossos heróis recebem suas licenças de exploração para deixar o vilarejo e partir em busca do tesouro que os tornarão ricos.

Bug Fables: The Everlasting Sapling é um jogo com bastante foco em diálogos e textos recheados de bom humor. Portanto, é necessário um bom entendimento da língua inglesa para desfrutar completamente das interações entre os personagens. Também está disponível o espanhol, o que talvez resolva a situação de quem não compreende o inglês.

Muitas das mecânicas são apresentadas de forma contextual em simples conversas, textos descritivos em placas ou diálogos durante as batalhas, trazendo imersão enquanto aprende o passo-a-passo de como tudo funciona.

Batalhas interativas

Batalhas interativas

Algo que simplesmente abomino em batalhas de turno é o tempo de espera. Felizmente, Bug Fables contorna isso de forma perfeita, tal qual os jogos que o inspiraram a ser assim.

Durante as pelejas é possível intensificar nosso ataque para tirar o dano máximo dos inimigos. Isso se dá por meio de uma sequência de botões ou simples comandos que exigem ser pressionados no momento correto, dependendo do personagem. Caso erremos a precisão dos ataques, é exibida uma animação em que o personagem erra o golpe, causando um dano bem reduzido se comparado ao ataque corretamente aplicado.  

Fora isso, podemos bloquear golpes dos inimigos apertando o respectivo comando na hora certa, o que faz com que nossos personagens recebam menos dano. Também é necessário saber qual tipo de insetos podemos atacar com qual membro de nossa equipe, já que cada qual tem seu próprio tipo de ataque, como curta e média distância ou até magias. Alguns inimigos voadores exigirão um ataque com o beemerang de Vi, já outros com uma carcaça dura serão mais vulneráveis ao chifre de Kabbu.

Por isso, é importante ter em mente uma estratégia variada, além de que usar o mesmo inseto para atacar seguidas vezes resultará em danos menores em seu turno, devido à exaustão – o que serve também para manter a dinâmica do jogo.

Como uma forma de ataque especial, cada membro da equipe possui habilidades próprias que custam Team Work Points, cujos golpes podem acabar tirando mais vida dos inimigos ou servir para curar aliados.

Cuidado com o Hard Mode

Medalhas para todos governar

Rapidamente, já no início, o jogo apresenta a mecânica de medalhas, as quais são podem ser equipadas em seus insetos como itens passivos e criar efeitos na equipe ou no jogo em si.

Uma das mais interessantes, na minha opinião, é a medalha do modo hard. Ela possibilita aumentar a dificuldade das batalhas a qualquer momento do jogo, desde que seja equipada fora delas. Mesmo que a dificuldade fique um pouco mais elevada, as recompensas consequentemente serão maiores, o que alimenta a sensação de esforço e recompensa, e deixa a escolha nas mãos do jogador.

Outras medalhas podem beneficiar a saúde de um inseto da equipe, por exemplo, contudo é exigido um custo de Medal Points para ser equipada.

Missões de todos os níveis

Como fazer um jogo brilhante

Como falei, Bug Fables: The Everlasting Sapling sabe exatamente a fórmula para o sucesso. Durante algumas batalhas podem surgir objetivos secundários que farão com que sua atenção se volte para outro ponto, e não somente aos inimigos. Um bom exemplo disso é nos primeiros momentos do jogo, onde você precisa golpear um inseto preso numa teia de aranha para libertá-lo do perigo. Portanto, é sempre bom estar de olho nos diálogos apresentados para saber se existe algo a mais para ser feito naquele momento. 

Durante os momentos de exploração, é possível atacar os inimigos para receber um turno extra ao iniciar a batalha – mais uma vez, inspiração nos RPG de Mario -, o que exige um pouco de precisão do jogador no modo exploração para acertar os outros insetos enquanto desvia de seus ataques com a movimentação no cenário.

Quando juntamos o suficiente de Exploration Points – o nome dado à “experiência” do jogo -, o rank da equipe sobe e é possível escolher qual atributo geral será aumentado. Estão disponíveis pontos de saúde, pontos de habilidades e pontos de medalha, o que evita aquela clássica melhoria de atributos automática dos jogos padrão do gênero. A boa notícia é que todos são beneficiados por esta evolução, mesmo que algum membro da equipe tenha sido derrotado durante batalha.

Além disso, novas habilidades podem surgir para algum personagem ao subir este rank, ampliando as possibilidades de ataques durante as batalhas com níveis maiores de dano, poderes de cura e efeitos negativos em inimigos.

Já no menu do jogo, existem alguns submenus interessantes que permitem ler sobre os locais descobertos, consultar o bestiário com os status dos inimigos analisados durante as batalhas, receitas para serem feitas durante o modo exploração, Quest List para recapitular a missão que estamos fazendo e uma seção chamada Records, que são as aclamadas conquistas que muitas pessoas adoram ter em seu registro.

Elevando atributos

Boas ideias devem ser valorizadas

De forma bastante inteligente, Bug Fables: The Everlasting Sapling também apresenta desafios de plataforma ao jogador durante os momentos de caminhada. Algo muito bem empregado, ao contrário de muitos jogos do gênero que se limitam a andar e conversar com NPCs sem diversificar a jogabilidade.

Tratando-se das missões, há uma forma de adquirir tarefas secundárias para receber recompensas por meio de missões de diferentes níveis, o que evita que o jogo siga um escopo completamente linear.

Algo que me chamou bastante a atenção também foram as lutas contra chefes, onde, ao ser derrotado, são apresentadas opções para tentar novamente sem precisar voltar ao único ponto de salvamento, ou mudar o equipamento e utilizar itens de cura antes da batalha para não “quebrar” o jogo – caso você tenha salvado com saúde baixa ou medalhas ruins. Obviamente também está disponível voltar ao último cristal de save, se assim for conveniente.

São muitos detalhes bem pensados que tornam Bug Fables um jogo dotado de boas práticas que beneficiam o jogador através de boas sensações. Ah, e claro que não poderia faltar o fast travel, o recurso de viagem rápida bastante útil em games de RPG com locais distantes uns dos outros.

Sim, a cozinheira é uma mosca. ARGh!

Uma obra prima que precisa ser conhecida

Ultimamente venho me mantendo bem afastado de RPG de turno, muito se deve à lentidão que a maioria insiste em não aprimorar, como também muitas vezes os jogos do gênero não se preocupam em ser nada além de mais do mesmo.

Porém, Bug Fables: The Everlasting Sapling consegue interagir com o jogador constantemente e exigir sua atenção, e isso é feito de uma forma tão bem pensada e com tanta qualidade que sequer notamos o tempo passar.

Por fim, o indie da Moonsprout já é um dos melhores games com os quais tive contato este ano, e digo isso sem medo. Dificilmente fazem algo nestes moldes tão impecáveis nos dias de hoje. Quando um RPG me faz voltar a ter gosto pelo estilo – ainda mais um RPG de turno -, algo me diz que este jogo tem um certo valor.

Obs.: sim, o jogo ocupa um espaço bem pequeno em seu armazenamento do Switch. Apesar disso, é absurda a quantidade de conteúdo que ele oferece.


Trailer do Jogo


* Este review foi feito utilizando uma chave fornecida pelos produtores

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Jason Ming Hong

Gamer desde o 1 ano de idade segundo meus pais. Jogo de tudo, porque o importante pra mim em um jogo é divertir. Gosto de jogos com uma boa história, investimento em gameplay sólido e, se rolar, um co-op de sofá. Também sou UX/UI designer, aquela galera moderninha que faz coisas pensando em quem vai usar. Aliás, agora edito o POWdcast, RÁ!

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