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[REVIEW] HUNTDOWN – O encontro entre Contra e Streets of Rage

Desenvolvido pela Easy Trigger, Huntdown chegou ao Nintendo Switch em 12 de maio de 2020 e é uma bela adição à biblioteca de jogos indie do console híbrido mais querido do mundo. Focado na ação e tendo o estilo Run and Gun como mecânica principal, ele lembra muito os jogos da série Contra (Konami), que teve um grande sucesso no final dos anos 80.

Ambientado em um futuro Cyberpunk com ruas sujas, gangues espalhadas pela cidade e uma direção de arte toda em 16Bits, os cenários de Huntdown lembram muito as ruas retratadas em Streets of Rage.

E as homenagens aos jogos antigos não param por aí, pois a sua dificuldade também tem inspiração nos jogos do passado. Pode esperar por desafios que vão te fazer perder algumas dezenas de vidas.

Com uma boa dose de nostalgia, uma mecânica já consagrada (Um pouco esquecida talvez) será que Huntdown é uma boa pedida e consegue divertir tanto os jogadores veteranos como os jogadores da nova geração? Isso é o que vamos descobrir nas próximas linhas deste Review. Então carregue suas armas, capriche naquele Mullet transado no cabelo (não vou explicar, procurem no Google) e vem comigo, porque é hora de pregar fogo em marginal!


Ficha Técnica

Título: Huntdown

Plataforma: Nintendo Switch

Tamanho: 684 Mb

Desenvolvedora / Publicadora: Easy Trigger / Coffe Stain

Jogadores: 2

Em português: Não

Gênero: Run and Gun

Save na Nuvem: Sim

Classificação: 14 Anos

Preço no Lançamento (BR): R$ 74,95

Preço no Lançamento (US): US$ 19,99


Mais do mesmo! E desde quando isso é ruim?

Em um futuro não muito distante as ruas são dominadas por gangues, cada uma com seu território muito bem marcado. Cidadãos de bem sentem-se acuados e com medo de saírem às ruas. A polícia não consegue resolver o problema e acaba refém dos terríveis chefes do submundo.

Sem grandes perspectivas de melhora uma empresa privada decide colocar um fim ao reinado de terror imposto pelas gangues e recruta caçadores de recompensas oferecendo grandes quantias em créditos (dinheiro) para cada capitão de gangue derrotado.

É aqui que entramos em cena. O jogador tem a opção de escolher entre 3 personagens Anna Conda (claramente inspirada no personagem Cobra de Kurt Russell do filme Fuga de Nova York), o robô John Sawyer (fazendo referência ao personagem de Schwarzenegger, amigo de John Connor em Exterminador do Futuro 2) e o android Mow Man (esse eu realmente não peguei a referência).

A Gameplay é praticamente a mesma com todos os personagens. As variações acontecem apenas na alteração das armas primária e secundária de cada um.

Seleção de personagens

Tomando a cidade de volta

Ao todo são 4 áreas da cidade que precisam ser limpas pelos caçadores. Apesar de todas elas já estarem visíveis no momento da seleção, o jogador precisa seguir uma sequência e não é possível definir por onde começar.

As gangues são temáticas (Punks, Jogadores de Hockey, Playboys e Ninjas) e cada área conta com 4 capitães, além de um líder final, o que totaliza 20 fases. O jogo é relativamente curto e eu consegui terminar a primeira vez com pouco mais de 5 horas sem buscar todos os colecionáveis (3 em cada fase).

Entre uma fase e outra somos apresentados aos nossos resultados naquele trecho. São 3 indicadores no total: Hunter que determina quantos inimigos deveriam ter sido eliminados, Collector que indica se coletamos as 3 maletas daquele cenário e Survivor que acrescenta um bônus se passamos a fase toda sem nenhuma morte.

Huntdown apresenta uma jogabilidade simples e fluída, os comandos respondem muito bem, o que é um pré-requisito para esse estilo de jogo onde a precisão é fator determinante entre o sucesso e o fracasso. Por isso, o jogador pode ficar tranquilo, pois não vai se frustrar com mortes sem sentido porque simplesmente o controle não respondeu como deveria.

Definir uma estratégia de movimentação, se familiarizar com as armas disponíveis e dominar completamente os movimentos do seu personagem é indispensável para ter sucesso.

Não dá pra tirar o olho da tela

Todos os personagens possuem habilidades de corrida com dash, saltos, uma arma principal e outra secundária. As armas iniciais possuem uma quantidade ilimitada de munição, sendo que a arma secundária tem um tempo de Cool Down para que possa ser utilizada novamente. Ao longo de cada fase você pode acumular mais uma arma principal e outra secundária, e a variedade é imensa: Escopetas, Submetralhadoras, Rifles, Granadas, Espadas etc. Entretanto, todas essas armas adicionais possuem munição limitada. Uma boa dica é identificar quais armas se adaptam melhor ao seu estilo e insistir em 2 ou 3 combinações com as quais você se sente confortável.

A progressão é praticamente toda lateral pelo cenário com algumas poucas variações e exploração na vertical. O sistema de Cover é parte constante da jogatina, então é necessário utilizar o cenário o tempo todo para se proteger, sejam em caixas, tambores ou mesmo em algumas portas espalhadas pelo cenário. O destaque positivo aqui é que os elementos utilizados para a nossa proteção é interativo e pode ser destruído se receber muitos tiros, já o destaque negativo fica por conta da limitação dos personagens que só atiram para frente. Não é possível atirar em qualquer outra direção e isso faz uma baita falta para o Gameplay, mas adiciona um fator estratégico interessante, uma vez que cada avanço precisa ser estudado pelo jogador.

Cada fase do jogo é dividida em pequenos seguimentos unidos por um Checkpoint, que na grande maioria das vezes é o nosso salvador, uma vez que recupera toda a vida do personagem.


Gráficos e Sons

Visualmente Huntdown é interessante. Não é um jogo que se pode chamar de bonito, contudo isso é proposital porque a ambientação da cidade transmite uma sensação de sujeira. O acabamento dos pixels não é polido e mesmo fazendo referência ao estilo 16 bits poderia ser mais bem trabalhado, principalmente na representação dos personagens durante o jogo.

Já os cenários são maravilhosos. A direção de arte abusa da paleta de cores e aquelas luzes neon típicas dos anos 80 estão por toda a parte. A caracterização do cenário em si é o ponto alto de Huntdown.

Já na parte sonora o trabalho é brilhante, as músicas acrescentam profundidade ao jogo e são de muito bom gosto. Contudo, o destaque maior é para a atuação dos atores na dublagem. As falas são muito divertidas e na entonação correta, os gritos e sons de explosões foram muito bem produzidos e demonstram todo o carinho da equipe de desenvolvedores com a parte sonora.

Detalhes impressionantes no cenário

Veredito

Apesar das muitas referências a jogos do passado, Huntdown se sustenta sozinho e é capaz de divertir os jogadores por horas.

Abordando a violência exagerada com um foco grande na comédia e com diversas referências espalhadas, este é um prato cheio para quem gosta de achar os Easter Eggs. Tem um sobre o Michael Jackson que é fantástico.

A dificuldade elevada, com o Gameplay justo não frusta o jogador e é possível notar que estamos jogando melhor a cada morte (e serão muitas, pode acreditar).

As batalhas contra os chefes é o grande destaque e onde estão os maiores desafios. Alguns são relativamente fáceis, mas outros demandam um certo tempo de estudo e aprendizado até que o jogador possa identificar a melhor estratégia.

Os colecionáveis e conquistas de cada fase certamente aumentam o fator replay, mas é um pouco frustrante não poder trocar o personagem escolhido entre uma missão e outra.

Enfim, se você sente saudade dos bons e velhos Run and Gunners como Contra ou mesmo Metal Slug, tem uma boa chance de gostar muito de Huntdown. A experiência de derrotar aquele capitão ou líder de gangue que já te matou mais de vinte vezes é realmente gratificante.


Trailer do jogo


* Esta análise foi feita com uma cópia fornecida pelos produtores.

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Rodrigo Reche

Oi, eu sou o Rodrigo Reche. Roreche para os íntimos! Sou completamente apaixonado por Videogames. Ganhei meu primeiro console, um Atari 2600, do meu pai em 1984 quando eu ainda tinha 3 anos de idade. Foi paixão a primeira jogada. Nintendista de coração e fã inveterado dos Engenheiros do Hawaii, passei por diversos consoles de todas as gerações, mas ainda guardo um carinho especial pelos consoles antigos.

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