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[REVIEW] Exit the Gungeon – A diversão do aleatório

No primeiro jogo, Enter the Gungeon, o principal objetivo era, basicamente, entrar no Balabirinto, descobrir seus segredos e conquistá-lo, sendo um Dungeon Crawler. Depois de uma bela entrada, qual o próximo passo? A saída! É nisso que Exit the Gungeon foca, sendo um Dungeon Climber, conforme os desenvolvedores afirmaram. Mas será que deu bom?


Ficha Técnica

Título: Exit the Gungeon

Plataforma: Nintendo Switch

Tamanho: 500 MB

Desenvolvedora/Publicadora: Dodge Roll/Devolver Digital

Jogadores: 1

Em Português: sim

Gênero: Ação/Shooter/Plataforma

Save na Nuvem: Sim

Classificação: 10+


 

Saia do Balabirinto

Enquanto a primeira aventura possuía uma história complexa, apresentada lentamente e que envolvia viagem no tempo e no espaço, a segunda aventura decidiu abraçar a simplicidade. Depois dos acontecimentos do primeiro jogo, a próxima missão é somente sair. Enquanto o Enter de Gungeon os personagens descem os andares do Balabirinto, em Exit de Gungeon os personagens sobem.

É impossível não comparar os jogos nesse quesito, pois até parece que este jogo não possui um enredo. Os diálogos e todas as outras coisas apresentadas falam dos acontecimentos anteriores, mas, depois, não resta mais o que fazer, somente sair. E para complementar, a mensagem “você precisa sair” é repetida por todos e de forma constante, o que chega a ficar meio chato.

Este é o único foco da trama de Exit de Gungeon. Pode parecer bobo, mas vou repetir: a segunda aventura deixou de lado alguns elementos e focou na simplicidade. E nisso eles acertaram em cheio, pois entregam uma coisa mais leve e menos profunda, ótimo para jogatinas rápidas.

Jogabilidade

Aqui é onde Exit the Gungeon brilha, pois é um jogo diferente. Estamos acostumados a twin-stick-shooters com visão isométrica, top-down, e ele é um twin-stick-shooter com visão lateral, sem profundidade. É como um Contra em que você pode mirar 360º.

Sendo também um título do gênero bullet hell, a jogabilidade é intensa e dá mais mérito às habilidades do jogador do que a sua persistência. Portanto, o ideal aqui é morrer para treinar seus próprios reflexos, sendo que não é possível melhorar os personagens.

Uma fada misteriosa, logo no começo de cada Run, abençoa a arma, fazendo com que ela se transforme temporariamente de forma aleatória. Aparecem armas melhores conforme o jogador mata mais inimigos sem levar dano. Ao avançar no mapa derrotando os bosses, o jogador obtém um recurso acumulativo que é trocado por armas e itens novos, que podem aparecer durante o jogo. Assim, a ideia é ter disponível as melhores armas e itens para facilitar cada tentativa. Entretanto, isso acontece de uma forma realmente lenta, então prevalece os reflexos no lugar da persistência.

Por falar em reflexos, os comandos de esquiva são essenciais. Aqui há a esquiva comum, para frente, o pulo e a queda. Estes últimos – o pulo e a queda – funcionam como esquiva e são um momento em que as balas não acertam o personagem. Para facilitar a jogabilidade rápida, os comandos essenciais estão nos botões de cima.

A jogabilidade é intensa, exigindo ótimos reflexos, pois a quantidade de projéteis que miram o personagem é realmente grande. Existe uma boa quantidade de inimigos com padrões mais variados ainda de projéteis. Os bosses também são difíceis, principalmente aqueles que invocam criaturas menores, sendo necessário utilizar mais ainda as habilidades do jogador. Pode ser um jogo difícil, mas não é impossível, pois, conforme o jogador consegue subir alguns andares, ele pode encontrar os meios para liberar um elevador que vai direto para os níveis superiores.

Arte

Exit the Gungeon possui um belíssimo pixel art. As criaturas são desenhadas de forma a parecer fofas e inofensivas, mas podem ser cruéis. O design das fases e o ambiente são impecáveis, até mesmo os objetos que estão lá somente para serem destruídos.

É possível notar que os desenvolvedores aproveitaram muitos assets do jogo anterior, mas isso não chega a ser um problema, afinal é justo aproveitarem coisas que já estão prontas. O maior destaque fica para os bosses, pois eles são sensacionais, exibindo detalhes excelentes.

Quanto à trilha sonora, não existem músicas marcantes, nessa questão o jogo é mediano. Entretanto, as músicas dos chefões passam muito bem a sensação de tensão e desafio.

Os efeitos sonoros, entretanto, são excelentes, principalmente o barulho dos tiros dos personagens. Por haver uma quantidade monstruosa de armas, cada uma possui suas características, inclusive o som, que às vezes são inusitados, mas sempre agradáveis, dando a sensação do peso em atirar.

Veredito

Sendo direto, Exit the Gungeon é mais divertido que o primeiro. Claro, o fator multiplayer pesa, mas, para uma jogatina solo, Exit the Gungeon ganha. Sua simplicidade na hora de acessar armas e itens é um fator muito positivo, pois delega as escolhas ao aleatório, enquanto o jogador foca somente em atirar e desviar. Assim, o peso da escolha diminui drasticamente, fazendo com que o jogador tenha que somente escolher o personagem em que irá jogar.

Não somente isso, sendo aleatório a troca de arma, o jogador fica torcendo para que a próxima arma seja uma que ele goste e seja boa, como a arma-guitarra, que atira notas musicais para quatro lados diferentes, sendo mortal e poderosa. Assim, ele também presta mais atenção para não tomar dano e aumentarem as chances de armas melhores aparecerem.

Recomendo Exit the Gungeon principalmente para quem gosta de Bullet Hell e para quem gosta de desafios que envolvam habilidade e não persistência. Para quem não gosta do gênero ou de jogos que possam parecer “punitivos”, minha recomendação é ficar distante de Exit the Gungeon.

E você? Já jogou o primeiro e tem interesse no segundo? Deixe nos comentários.


Trailer


Este review foi feito utilizando-se uma chave disponibilizada pelos produtores.

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Kiefer Kawakami

Sobre mim: Amante dos games, acredito que eles podem mudar a vida das pessoas e fazê-las mais felizes, bem como aconteceu comigo. Possuo um amor incondicional pela Nintendo desde Donkey Kong Country e Super Metroid. Sou multidisciplinar e sei pouco sobre muita coisa, mas o suficiente para relacionar assuntos distintos. Além disso, quero divulgar os games para que as pessoas vejam a maravilha que são e podem ser.

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