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[REVIEW] The Messenger – Uma Mensagem para Devolver

Relembrando clássicos da famosa série Gaiden, um ninja inicia sua jornada em um mundo ameaçado por demônios para entregar um pergaminho fundamental para a sobrevivência de seu povo. Mas será que ele entrega a carta? Ou será que ele irá Devolver?


Ficha Técnica

Título: The Messenger

Plataforma: Nintendo Switch

Tamanho: 1.5 GB

Desenvolvedora/Publicadora: Sabotage/Devolver Digital

Jogadores: 1

Em Português: Sim

Gênero: Ação, Aventura, Arcade, Plataforma

Classificação: 10+ Anos


Este jogo me chamou a atenção por remeter-me aos clássicos jogos de ninja da era dos 8 e 16 bits. Tenho profunda admiração e saudade daqueles jogos e The Messenger conseguiu me transportar diretamente para aquela época, mas de uma forma totalmente nova, a começar pela sua história.

História

Nós controlamos um ninja que não sabemos seu nome, seu passado ou suas convicções. Sabemos apenas que ele está insatisfeito com toda a situação de seu povo e com a profecia de que o mundo pode acabar a qualquer momento. Tanto tempo se passou e nada aconteceu que ele duvida das histórias e fábulas contadas por gerações e gerações.

A lenda de que um ninja viria do oeste e daria uma missão a um ninja escolhido com o tempo foi perdendo a força, apesar dos esforços do povoado para manter viva a tradição e a lenda.

Refletindo sobre a minha missão no mundo!

Entretanto, um belo dia sua história muda. O Rei Demônio começa a atacar o vilarejo e o tal ninja do oeste surge e entrega a você uma importante mensagem, que deverá ser levada até os sábios que estão em uma montanha. Sem questionar, você parte em sua missão.

Personagens

Um dos grandes destaques deste jogo são seus personagens. Como eles são divertidos e carismáticos e conseguem fazer você se importar com cada um deles. Até os chefes, que são comumente retratados de forma genérica e rasa em tantos e tantos títulos, têm suas faixas de diálogo que são maravilhosas. Há ainda o lojista com suas histórias que nos mantêm entretidos e nos fazem esquecer da importante missão que temos. O melhor de tudo? Todos os diálogos, histórias, pensamentos, estão em português, o que ajuda e muito na imersão.

O lojista é com certeza um dos melhores personagens deste jogo.

Destaco ainda o bom humor deste jogo. Cada momento de interação com outros seres daquele universo possui alguma piada ou outra que servem como alívio cômico. Até em momentos em que estamos frustrados com as repetidas mortes o jogo faz questão de usar um personagem (Sofismuto) e faz uma piada como quem diz: “ei! Este é apenas um jogo. Divirta-se”. Por falar em jogo, este game se reconhece como tal e procura trazer várias linhas de texto brincando com este fato.

Sofismuto!

Não! Os diálogos não têm a força de te fazer gargalhar a ponto de perder o fôlego, mas com certeza te trarão um sorriso de canto de boca que é igualmente recompensador.

Som e Gráfico

The Messenger usa e abusa dos gráficos retrô. Para pessoas que vivenciaram as eras NES e SNES isso é um deleite. Todavia, reconheço que gráficos 8-Bit podem causar estranheza a quem não tem familiaridade nem gosta de jogos com aspecto “envelhecido”. Eu, particularmente, gosto muito desse estilo visual quando ele é bem aplicado e tem um contexto, como é o caso. Não entrarei em maiores detalhes, pois qualquer coisa dita aqui poderá comprometer a sua experiência com o jogo.

Um dos maravilhosos combates do jogo!

A trilha sonora do jogo também é lindamente implementada. Mesmo algumas horas após ter parado de jogar, não era incomum me pegar cantarolando suas músicas pela casa. Os efeitos sonoros também são igualmente bem implementados, ou seja, música e efeitos te darão aquela sensação nostálgica de estar diante de um jogo clássico das décadas de 80/90. Ao mesmo tempo que te dá esta sensação de estar jogando um game antigo, sua jogabilidade te traz para os tempos atuais, pois é refinada e responde às exigências atuais. E é dela que falaremos a seguir.

Jogabilidade Acessível

O jogo em si é bem simples. Temos os botões de pular, de atacar e de soltar o shuriken. Ao longo do jogo vamos aprendendo técnicas que complementam a jogabilidade e oferecem/complementam desafios. Além disso, seu personagem evolui conforme você vai avançando e coletando recursos para dar aquele upgrade em suas habilidades.

O que eu vejo muita gente se perguntando é sobre a dificuldade deste game. Por lembrar os clássicos mencionados nos parágrafos anteriores, muitos jogadores pensam que este jogo pode ser extremamente difícil e frustrante. Já lhes digo que não é!

Só parece difícil!

O jogo é baseado em aprendizagem, ou seja, você tenta superar um desafio, erra, aprende e tenta de novo até lograr êxito. Às vezes são necessárias algumas tentativas para passar daquela determinada área, mas a solução sempre vem, de uma forma ou de outra. Além disso, ao superar algumas telas, temos checkpoints que garantem o nosso progresso de forma contínua. Em momento algum fiquei preso por muito tempo em alguma área por não conseguir avançar.

As lutas contra os chefões são um capítulo à parte. Os diálogos antes e após as batalhas são magníficos. E o combate funciona como se fosse um quebra-cabeça, ou seja, tudo é baseado em entender as suas mecânicas/ataques e usar este conhecimento para derrotá-lo. Estas batalhas, sem dúvida alguma, foram a melhor parte do jogo para mim.

Para complementar, o jogo conta ainda com vários Selos de Poder (espécie de colecionável) que ao serem coletados… bem… não darei spoiler.

O Ninja falhou

Infelizmente o jogo possui alguns problemas. Na minha opinião, do meio da trama em diante o jogo se perde um pouco em seu desenvolvimento. No geral, gostei muito do enredo que é simples, mas efetivo. Porém, após determinados eventos do jogo (que não abordarei para não dar spoilers) a trama parece se arrastar e ir de forma mais lenta e “arrastada”. No entanto, este é um ponto extremamente subjetivo e não é regra para todos os jogadores.

Um aspecto mais objetivo e que achei bastante irritante foi a mecânica de agarrar nas paredes. Não há nada de errado com ela, mas a forma que os desenvolvedores a implementaram não me agradou. Explico: eles optaram por fazer esta mecânica ser de forma automática (bastando pular em direção à uma parede e o ninja fica preso). A frustração vem do fato de, não raramente, eu ter morrido em áreas que exigiam agilidade para escapar de um perigo, simplesmente pelo fato de o ninja ficar agarrado em uma parede. Acredito que a melhor forma seria a implementação de um botão para segurar enquanto quisesse utilizar esta função, como fora feito em Celeste.

Veredito

The Messenger é um jogo simples e uma homenagem a jogos como Ninja Gaiden. Sua forma de contar a história é, de uma forma geral, divertida e envolvente. Os combates com os chefes são recompensadores, e o bom humor do início ao fim da aventura é refinado tornando-se, assim, um dos grandes pontos positivos deste título.

Além disso, o jogo está em português, o que permite que mais pessoas possam jogar e imergir nesse mundo pós-apocalíptico. Cabe salientar que os problemas elencados neste review são, até certo ponto, pequenos perto da diversão que este jogo me proporcionou. No geral, indico este jogo àqueles jogadores que querem um bom jogo de plataforma, com ninjas e com um bom humor característico.

O jogo receberá uma DLC grátis no dia 11 de julho de 2019, então fiquem de olho.


Trailer do Jogo

Trailer da DLC


Este review foi feito utilizando uma cópia enviada pelos produtores.

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Tovar

Nintendista desde os 8-bits, pulei somente a geração GameCube (que recuperei com o Wii). Jogo em qualquer plataforma. Um fã de The Legend of Zelda, Donkey Kong, Mario, Mega Man, e de outros grandes nomes da indústria.

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