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[REVIEW] 99Vidas, o Jogo

Mais um jogo brasileiro chegou para fazer companhia a outros vários jogos Nindie: o jogo do podcast 99Vidas. Mas será que é bom? É o que veremos na análise de hoje.


Ficha Técnica

Título: 99Vidas

Tamanho: 400 MB

Desenvolvedora/Publicadora: QUByte Interactive

Jogadores: 1-4 (online ou local)

Em português: Sim

Gênero: Beat ‘em up

Save na Nuvem: Sim


Sobre o Jogo

Antes de começar a falar sobre o jogo, eu gostaria de dizer que fiz uma entrevista com o Bruno Carvalho há alguns meses. Nela, ele conta coisas e curiosidades sobre o desenvolvimento. Você pode ler clicando aqui. Dito isto, vamos à análise.

O artefato “99Vidas” foi roubado e seus guardiões têm que ir resgatá-lo. Sim, a história é rasa e é apenas uma desculpa para sair dando socos nos inimigos do jogo. É simples sim, mas creio que é proposital, assim como os jogos beat ‘em up de antigamente em que as tramas eram simplificadas pelo fato de muitos desses jogos estarem presentes nos fliperamas, cujos objetivos eram pura e simplesmente tirar seu dinheiro no menor tempo possível.

O jogo todo possui um bom humor e referências nostálgicas e aos episódios do podcast. Todavia, estas referências nostálgicas serão captadas somente por pessoas que tiveram suas infâncias nos anos 80 e 90, ou por aqueles que de algum modo tiveram acesso a estas informações por meio de outras pessoas ou obras. Já as brincadeiras que têm relação com o podcast, somente os fãs é que entenderão.

Apesar disso, não acho que as referências e piadas por si só fazem um bom jogo! A jogabilidade importa mais.

No início são seis personagens jogáveis que possuem habilidades específicas: Juras (água), Izzy (raio), Evans (terra), Bruno (fogo), Hanna (água) e Pati (raio). Os quatro primeiros compõem a bancada do podcast do 99Vidas. No total, são onze personagens jogáveis.

As ações possíveis são: golpe fraco, golpe forte, pular, técnica especial (botão de golpe + pulo. Consome um pouco de sua vida e geralmente é usada quando você está cercado de inimigos), golpe especial fraco (com uma barra de especial preenchida) e golpe especial forte (com duas barras preenchidas). Os golpes especiais são os que mais causam dano aos inimigos e chefes.

A música do jogo está bem trabalhada e é uma trilha que gruda na cabeça. Os integrantes do podcast também dão vozes aos seus respectivos personagens, o que é legal para os fãs, mas para quem não é fã do podcast pode soar um pouco estranho.

Um jogo em constante manutenção

Joguei este jogo na Steam e no PS4. Agora jogo novamente no Nintendo Switch e posso dizer que muitos problemas do jogo no passado foram corrigidos. Além disso, novas funcionalidades foram inseridas. Vou destacá-las a seguir:

Correções

A primeira coisa que percebi ao jogar foi o rebalanceamento do jogo. Antes os inimigos tinham preferência absoluta nos golpes, não importava o quão antes você tivesse iniciado. Nesta nova versão percebi uma mecânica mais fluida. Para você ter uma ideia, antes o jogo era tão mais difícil que eu mal conseguia jogar no modo “Izzy” (o modo mais fácil do jogo). No entanto, isso não significa que o jogo tenha ficado fácil, muito pelo contrário, significa que os níveis de dificuldade agora estão mais de acordo com sua nomenclatura.

Novos Modos de Jogo

Para esta nova versão foram inseridos dois novos modos de jogo (Arcade e Remix), totalizando agora cinco modalidades.

Campanha – O modo história do jogo. Aqui é contada a trama por meio de diálogos e cutscenes.

Arcade – Semelhante ao modo história do jogo, porém sem os diálogos e cutscenes. É o modo mais “direto para a porrada”.

Versus – Aquele amigo seu que fala demais e diz que é melhor que você? Que tal tirar a prova? Neste modo é o tradicional Player vs. Player.

Sobrevivência – Liberada após o término da campanha. É o clássico modo de jogo de “bata em quantos conseguir”.

Remix –  pra mim, a modalidade mais bonita do jogo. Desde o cenário até os inimigos diferentes (tem até um inspirado no Blanka do Street Fighter), cada novo jogo são misturados adversários e cenários fornecendo uma campanha e uma experiência totalmente novas. Recomendo!

Atenção aos detalhes

O jogo teve um capricho na sua arte (16-bit). São pequenas coisas como o inimigo segurando a barriga quando cai no chão ou o garoto punk penteando o cabelo antes de levantar. Além disso, o cenário é rico em referências e detalhes que arrancarão um sorriso aqui e outro ali daqueles que conseguirem entender e captar a referência.

Além disso, os desenvolvedores se preocuparam com as formas de explorar o cenário e usá-lo para testar o jogador. É um carro passando que pode te atropelar; é uma multidão que te pisoteia; enfim, usaram o cenário à favor da jogabilidade, o que é um ponto positivo.

Outra função a ser destacada é a possibilidade de colocar filtros na tela, o que deixa a experiência muito mais legal. Quer jogar como se fosse no GameBoy? Fique à vontade! Quer jogar relembrando a TV de tubo? Só habilitar! Enfim, há bastantes filtros para você usar como quiser.

Evoluindo Sempre

Um dos elementos mais interessantes do jogo é a opção de evoluir o seu personagem. A cada fase completada, você tem acesso à loja para comprar Vidas ou Combos. Dessa forma, a dinâmica do jogo ganha outra dimensão. Por exemplo: se você não perdeu muitas vidas em determinada fase, pode investir em golpes; se você se acostumou com determinado Combo, pode investir seu rico dinheirinho nele. Porém, indico sempre tentar manter um equilíbrio entre os dois tipos de upgrade.

Essa opção mostra uma das características mais forte do 99Vidas: buscar a lembrança de um jogo dos anos 80/90 e ao mesmo tempo trazer ferramentas que vemos nos jogos atuais.

Faltaram algumas opções de jogos mais atuais que considero interessantes, como defesa/esquiva e “comidinhas” (em um slot de itens talvez), mas dá pra entender que isso poderia fugir da proposta do game, que não é ser um RPG.

Os chefões

Os chefões são um capítulo à parte deste jogo, pois os desenvolvedores usaram as referências para entregar chefões icônicos, ou seja, descobrir essas referências é tão gratificante quanto derrotar o chefe.

Entretanto, apesar de reconhecer o design dos chefes como algo positivo, a sua dificuldade muitas vezes é algo frustrante. Por exemplo: há certos chefes, como o Jujurandir, em que é impossível (pelo menos até esta data não obtive êxito em descobrir) se esquivar de um golpe, ou seja, se ele ativou um determinado golpe, é quase certo que você tomará dano. Repito: eu ainda não descobri uma forma de fazer isso e dependendo do quanto de vidas você tiver, isto pode significar um game over prematuro.

Experiência Multiplayer

Jogar com amigos é sempre melhor, não é? E essa é uma das regras dos videogames que se aplica com precisão a este título. Jogar online ou local é muito divertido e garantia de boas risadas.

E se você quiser, ainda há a possibilidade de habilitar o “fogo amigo” (também chamado carinhosamente de destruidor de amizades) em que os socos do seu amigo podem acertar você. Utilize este modo com parcimônia.

No modo online, entretanto, os modos de jogo são apenas o “Campanha”, “Versus” e “Sobrevivência”.

Veredito

O jogo do 99Vidas não é perfeito, há falhas sim, porém a desenvolvedora e os integrantes do podcast fizeram um bom trabalho entregando um título de um gênero que anda escasso nos dias atuais e que eu, particularmente, adoro. As manutenções e melhorias tornaram o jogo mais acessível para todos os tipos de jogadores, o que é muito bom.

Em si, o jogo é muito melhor desfrutado jogando com amigos (seja online, seja local). Além disso, o jogo é curto, mas, por ter finais diferentes e pela possibilidade de replay infinito com amigos, o jogo acaba podendo se tornar bastante duradouro.

Eu recomendo este jogo a todos os jogadores que gostem de jogos beat ‘em up. Se você não tem afinidade com jogos nesse estilo, este talvez não seja um jogo para você.

E fica a dica caso opte por jogar: use filtro solar e compre bastantes vidas!

Até o próximo post!

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Tovar

Nintendista desde os 8-bits, pulei somente a geração GameCube (que recuperei com o Wii). Jogo em qualquer plataforma. Um fã de The Legend of Zelda, Donkey Kong, Mario, Mega Man, e de outros grandes nomes da indústria.

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