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Gamepad: uma ideia genial que será esquecida

Quem ouve os Nintendo POWdcasts ou participa de discussões comigo sobre Nintendo sabe que sou absolutamente fã do controle do Wii U. Muitos torcem o nariz pra ele. Alguns criticam sem sequer ter tocado em um, outros criticam pois não se adaptaram a ele, ou o fazem pelo fato de não gostarem do peso/pegada/bateria. Sim, o gamepad tem vários problemas, mas dentro dele está uma ideia de ouro que talvez (diria até provavelmente) seja esquecida pelo tempo: a segunda tela.

Antes de continuar, quero ressaltar que as duas telas nos portáteis já eram uma realidade consolidada, mas em consoles de mesa era um teste arriscado.

Lembro que a primeira propaganda do Wii U destacava a “portabilidade” de começar um jogo na TV e terminá-lo no gamepad. Minha primeira reação foi “uau”, seguida de um “eu preciso disso”. Porém, eu não tinha ideia de que a segunda tela serviria para muito mais do que somente ser um simples backup.

Servindo de tela com um mapa no Assassin’s Creed, como tela de gerenciamento no Batman ou como um mapa em tempo real de uma arena de Splatoon, o gamepad se mostrou acima de tudo versátil. Não ter que parar o meu game o tempo todo me deu tanta facilidade e agilidade no gameplay que realmente é triste ver essa ideia definhar.

Além disso, deu a possibilidade de os desenvolvedores arriscarem novas formas de gameplay em tempo real. Precisa de uma arma? Pegue no seu inventário, mas nada de pausar e interromper a ação, afinal fugir do inimigo também é um ato de inteligência que pode anteceder sim um de heroísmo. ZombiU fez isso!

Ver e jogar um Splatoon 2 sem o mapa em tempo real de fácil acesso é estranho. O mapa no Splatoon do Wii U estava a uma rápida olhada para baixo de distância e isso permitia mudar as estratégias de combate de forma rápida, na medida em que as situações iam ocorrendo. Pense na facilidade que teríamos no gerenciamento de itens no Breath of The Wild se a mecânica de duas telas fosse implementada?

Acho que o Switch poderia ter mantido essa ideia. Algumas mudanças estruturais seriam necessárias. O Gamepad no Wii U é um acessório que recebe o sinal de vídeo do console, mas e se o Switch mandasse o sinal para o dock? Poderíamos ter 3 opções de jogatina: 1) modo exclusivamente portátil; 2) modo de mesa com uma tela (Switch no dock); 3) modo de mesa com duas tela (Switch em nossas mãos, mandando sinal de vídeo para o Dock).

Claro, tecnicamente falando, o hardware do Switch poderia ter problemas para realizar essa interface (processamento de duas telas, bateria etc), mas que seria uma funcionalidade bacana, isso seria.

Sinceramente, gostaria de ver essa função em uma versão futura e mais parruda do console, uma versão que talvez venha um processador melhor, mais memória RAM e configurações melhoradas. Ainda assim esbarraríamos na mesma dificuldade que vimos no Wii U: seria viável para as empresas desenvolverem pensando em um sistema com possibilidade de usar duas telas? Mudanças assim são caras e demandam muito tempo. Outro problema seria a forma de migração entre os três modos (portátil, dock e duas telas), pois o que aconteceria quando você tirasse o console do dock? O sistema perguntaria o que você gostaria de fazer? Deixaria cada jogo controlar a interface (que hoje é controlada pelo sistema operacional)? Percebe o quão complicado é isso?

O fato é que o Switch veio substituir o Wii U e o 3DS, matando de vez o conceito de duas telas como um todo.

Todavia, o gamepad passou! Como tantos controles e consoles passam por nossas vidas, porém seu legado e minhas memórias permanecerão, assim como a necessidade que a Nintendo me criou, necessidade de ter um gamepad em mãos. Tantas coisas nos videogames viram tendência, tantas se perdem; esse é só mais um exemplo. O sentimento que sempre fica é: “foi muito bom enquanto durou”.

E você? O que achava do gamepad? Deixe nos comentários.

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Tovar

Nintendista desde os 8-bits, pulei somente a geração GameCube (que recuperei com o Wii). Jogo em qualquer plataforma. Um fã de The Legend of Zelda, Donkey Kong, Mario, Mega Man, e de outros grandes nomes da indústria.

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