O problema não é o Switch
Não é necessário iniciarmos esse post informando que o Switch foi anunciado, qualquer canto dessa internet há alguma coisa sobre o novo console da Nintendo e dentre essas coisas há opiniões bem variadas. Como se já não bastasse a polêmica que é o anúncio de um novo produto tão grande (principalmente quando se trata da Big N), há ainda a escassez de informações e a expectativa frustrada de muitos gamers, mas será que não nos importamos demais com outras razões para simplesmente não gostar de um console?
Wii U 2.0?
Depois de um pouco mais de 4 anos com um console de mesa principal no mercado e apenas 13 milhões de vendas globais, era de se esperar que o Switch viria com uma proposta totalmente diferente do Wii U, mas não foi isso que muita gente enxergou. A impressão inicial é que o Switch começa sua caminhada igual foi com o console anterior, sem o apoio massivo das thirds e tentando empurrar diversas tecnologias de uma só vez, além dos problemas de armazenamento interno, gráficos e jogos portados, dando a impressão de uma Nintendo “preguiçosa”.
A grande contradição em ver problema do Switch seguir alguns passos do Wii U é o apreço dos jogadores ao último console da Big N, é quase exceção que a experiência dos donos de Wii U foi satisfatória e problemas que estão sendo levantados agora, como o armazenamento de apenas 32gb, nunca foi algo crônico no U, enquanto é preciso apagar jogos para instalar outros nos “gigantes” HDs do Xbox One e PS4. Gráficos e jogos portados são questões mais delicadas, porém não há como negar que a possibilidade de jogar esses mesmos jogos de uma forma mais livre (Modo Portátil e diversas combinações de controles) pode atrair até quem já experimentou-os no Wii U.
Line-up de Jogos reciclados
De tantas críticas e erros da apresentação do Switch, um dos maiores foi a line-up de jogos bem abaixo daquilo que se falava enquanto o console ainda era puro mistério, foram anunciados IP novas, jogos genéricos, ports para Wii U, mas tudo bem abaixo da expectativa e as principais thirds sem nenhum anúncio grande para o Switch. Não teve MK, Street Fighter V, Call of Duty, Battlefield, Overwatch, Metal Gear, Dark Souls, Final Fantasy, Watch Dogs, Doom, PES e alguns outros, Skyrim foi o único que deu as caras com sua versão HD, já lançada para PS4 e Xbox One (jogo original foi lançado em 2011).
Não há dúvidas que houve um exagero em toda a propaganda de jogos do Switch, inclusive de fãs e outras produtoras, mas sempre com uma Nintendo ociosa aos assuntos relacionados à ela, isso causou a expectativa de algo que nenhum console fez até hoje, mas que ela deveria fazer. Comprar console em lançamento ou pré-venda é para o colecionador ou entusiasta, além do valor e a falta de jogos, há problemas de hardware e sistema que sempre dão aquela dor de cabeça para resolver. Uma abordagem diferente da Nintendo com o assunto já transformaria essas críticas em um verdadeiro potencial de vendas, já que comparar essa Line-up com o que foi no PS4 ou Xbox One (sem o mesmo apoio de third) é até covardia.
Mudanças óbvias e erros antigos
Há alguns elogios que não deveriam entrar nas diversas discussões que encontramos na internet, mas qualquer motivo para endossar a crítica (ou a defesa) ao console pode ser usada nesse mundo cão da grande rede. Depois de anos atrasada, a Nintendo anunciou Online pago, fim do bloqueio de região e compras digitais atreladas à conta do usuário, muitos receberam essas “novidades” com um sorriso no rosto, mas não foi o suficiente para suprir a decepção de quem esperava um super console.
Claro que há verdades na teimosia e demora da Nintendo em se adequar a essas mudanças do mercado, mas, agora que aconteceu, não parece saudável tornar isso negativo, tivemos experiências incríveis mesmo com essas mancadas da Nintendo, agora com a mudança tende a melhorar. A obrigatoriedade de assinatura para o multiplayer online e suas recompensas bem fajutas foi o que mais incomodou os gamers e, mesmo sendo uma discussão plausível e interessante, não há como decretar algo enquanto não sabemos preço, todas as recompensas e a melhora dos servidores (por favor Nintendo, conserte isso enquanto há tempo).
Entre o Lixo e o Luxo
Para os entusiastas de plantão, otimistas e good vibes (zoa) é necessário enxergar os riscos que a Big N está correndo mais uma vez, o Wii U ficou longe de ser um sucesso e a empresa insiste na jogabilidade diferente e em atitudes peculiares, o Switch pode ser a chance para ela recuperar o “tempo perdido” com o Wii U ou decretar mais 4 anos dependendo do 3DS – um concorrente, até certo ponto. Tentar encontrar elogios na fraca biblioteca de thirds anunciadas até agora e nas poucas novidades que tivemos para um anúncio que prometeu tanto é continuar alimentando um retrocesso que acompanha a Nintendo há anos.
Para aqueles que se decepcionaram pelo Switch não ser apenas uma caixa cheia de hardware onde só conectaríamos o controle e jogaríamos Ocarina of Time 2 em Unreal Engine, fica a sugestão de outros dois consoles que já fazem isso (sem o Todo-Poderoso Zelda) e estão anos após anos disputando quem tem mais pontinhos insignificantes na tela em Full HD – e o PC sempre surra os dois. A expectativa gerada pode ter sido o único motivo da aversão ao console, enquanto todas as gafes da Nintendo durante esse período de NX e Switch ainda podem ser corrigidas com um boom de vendas.
Uma opinião que parece mais semelhante entre todas as partes que diferem sobre o Switch é a postura da Nintendo frente ao console, já que estamos bem próximos de seu lançamento e muita coisa ainda é rumor. Vieram algumas mudanças junto com o Switch, mas nada é muito claro e parece que o objetivo da empresa é manter a dúvida para inflamar o debate (e notícias falsas) na internet, o que pode causar um efeito negativo. O Switch tem um grande conceito e merece um suporte mais dedicado da Nintendo, enquanto nós fãs, esperando o melhor ou pior, devemos lembrar que quando se trata da Big N, de um jeito ou de outro, diversão é o que não falta.
E você leitor? O que achou do Switch? Nos conte nos comentários!