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Estamos enferrujados?

Enquanto espero ansioso pelo que realmente será o Switch e entre um jogo e outro do Wii U, eu resolvi tirar a poeira dos jogos do SNES e jogar alguns clássicos para passar o tempo. Mas antes de descrever a minha saga, faço uma pergunta: você já tentou dar algum jogo na mão de uma pessoa que nunca jogou nada na vida (ex: avós, tios, pais, sobrinhos) e viu a dificuldade que eles passaram? Pois é, foi o que aconteceu comigo, mas nesse caso parecia que eu era o tiozão que nunca jogou nada na vida. No post de hoje vou tentar narrar um pouco da minha angústia.

Da lista de jogos que eu tinha disponível, havia um da minha saudosa infância que guardo com muito carinho, por isso o primeiro jogo que coloquei foi do Tiny Toon. Morri diversas vezes antes do primeiro chefe, o que me fez xingar, esbravejar e gastar um precioso continue (que os jogos não davam de graça). Não, a jogabilidade não está ruim não! Ela permanece boa, redondinha. O que acontece é que uma simples fase tinha tantos desafios diferentes e em rápida sucessão que eu simplesmente não conseguia superá-los na rapidez que o jogo me exigia. Na segunda fase (maldita fase do trem), após ter morrido mais algumas vezes, resolvi trocar o jogo, mas não desistirei dele tão cedo, prometo.

Troquei o jogo, fui soltar meus rugidos furiosos no jogo do Rei Leão. Passei a primeira fase até com certa facilidade. É uma fase cadenciada e até divertida, não existem abismos e os inimigos te dão uma introdução dos comandos básicos do jogo. Só não me senti um expert no jogo, pois morri uma vez nessa fase. Aí veio a segunda fase. A fase do “e o que eu quero mais é ser rei”. Aposto que você leu isso cantando a musiquinha, né? Enfim, mais uma vez são diversos desafios diferentes entre si e em sucessão que me fizeram morrer várias e várias vezes. Pensei mais uma vez: “esse jogo era tão difícil e eu não lembrava”.

Mais uma vez mudei o jogo. Fui pra algo mais “light”: Alladin. Ledo engano! Passei por maus bocados ali também tentando pular em plataformas, desviar de flechas nervosas e de inimigos perigosos. Me senti um principiante, mas confesso que este jogo foi menos traumático pra mim. Os dois jogos anteriores, penso eu, talvez tenham melhorado meu condicionamento gamer. E foi assim nos outros jogos que joguei: morrendo, morrendo e morrendo, mas sempre percebendo alguma melhora. Toda essa situação descrita até agora no post me fez refletir: “será que eu estou enferrujado?”. Não! Eu sempre jogo meus videogames (DS, Wii e Wii U) e meus jogos de PC. Me considero um gamer assíduo! Não, enferrujado eu não estou. Isso com certeza não!

Então, diante da crise existencial que eu estava sofrendo, comecei a refletir sobre os games que temos hoje. E eu não serei leviano de afirmar que os jogos hoje são fáceis, pois eles não são. Porém, o que afirmarei é que eles se tornaram “mais fáceis” do que eram antigamente. Antes de atirar pedras e levantar as foices, deixe-me explicar, por favor! Todavia, gostaria que você tirasse alguns minutinhos e assistisse às crianças de hoje em dia “encarando” um Super Nintendo e jogando um Super Mario World pela primeira vez. Repare, ainda, a dificuldade que elas têm em jogar! Os desafios exigem um racicínio rápido que elas não estão acostumadas.

É importante salientar que naquela época os jogos eram menores, por isso eles tinham que tornar o jogo mais longo de alguma maneira. Os desenvolvedores lançavam mão de desafios que se sucediam nas telas, sem tempo de você ter uma segunda chance e você então era sumariamente punido. Os checkpoints excessivos de hoje em dia garantem que seja apenas uma questão de tempo pra você passar de fase, bastando apenas tentar e tentar, o máximo que ocorrerá é, se você morrer, voltará a um ponto de 10 segundos atrás. Nos jogos antigos também tínhamos checkpoints, porém tinhamos o conceito de vidas e continues. Você tinha uma quantidade de vidas para passar daquela fase. Quando essas vidas acabavam, você usava um continue e tinha que recomeçar a fase inteira, ou seja, todo e qualquer checkpoint obtido durante o processo era descartado. Alguns jogos, ainda, traziam o conceito de continues limitados, o que tornava a tarefa ainda mais árdua.

Para não ficar somente nos jogos estilo plataforma mencionados acima, vamos pegar um estilo que anda em alta: FPS. Vamos comparar os jogos antigos com os atuais. Doom, Duke Nukem, Quake eram jogos extremamente difíceis e extremamente gratificantes quando você os zerava. Eles tinham “life”, coisa que sumiu com os jogos atuais. Você tomava um tiro, sua barra de energia descia e só recuperava se você conseguisse um kit médico. Os jogos de hoje, você toma muito mais tiros sem morrer e basta uma rápida escondida atrás do muro e pronto, tá novo pra tomar mais tiros. Parece que a dificuldade foi substituída pelo sistema de “conquistas”, pois o game em si é fácil, mas dar 1.800 headshots, não. As conquistas a meu ver, em muitos casos, tiraram o brilho dos games, mas isso é pauta para um outro post.

No entanto, essas facilidades ocorreram ao longo do tempo e fazem parte da evolução dos videogames, não há como voltar! Pra ser bem sincero, nem sei se os jogadores querem que a dificuldade volte. Porém, eu gosto dos desafios tradicionais e eles me faziam falta. O que me resta agora é “desenferrujar” jogando os jogos clássicos um a um, revivendo cada experiência como se eu tivesse novamente meus 10 anos. Por isso, caros leitores, convido vocês a jogar os jogos clássicos e compartilhar conosco a sua opinião! Afinal? Estamos enferrujados ou os jogos de antigamente exigiam mais habilidade? Vocês gostariam que a dificuldade dos jogos de antigamente voltassem? Respondam nos comentários.

PS: eu cheguei a cogitar colocar Contra 3, mas tendo em vista os sucessivos fracassos, terei que voltar à velha forma antes de tentar um passo deste tamanho! :D

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Tovar

Nintendista desde os 8-bits, pulei somente a geração GameCube (que recuperei com o Wii). Jogo em qualquer plataforma. Um fã de The Legend of Zelda, Donkey Kong, Mario, Mega Man, e de outros grandes nomes da indústria.

4 thoughts on “Estamos enferrujados?

  • Leonardo Mota

    Olá, boa tarde, muito bom esses seus posts, posso copiar no meu e colocar o link para o post original? Parabéns pelos belos textos.

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    • NintendoLovers

      Oi Leonardo, tranquilo? Obrigado pelo apoio, ficamos felizes que goste de nosso trabalho. Pode fazer de boas, desde que cite o autor e fonte, mas ficamos curiosos, no caso você tem um site? Qual é?

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  • Patrick Pinheiro

    Discordo quase totalmente do seu texto, os jogos de hoje são muito mais complexos que os de antes. Acontece que o level design dos antigos era primitivo e caça níquel. Você só citou jogos de plataforma do SNES, sem citar que a modinha daquela época eram os plataforms (logo tinha um grande capricho nesse tipo de jogo).

    As conquistas nada são do que registros de gameplay, Smash Bros melee já tinha isso bem antes da Live inventar no Xbox 360 e o jogo não perdeu um pouquinho sequer do brilho que dura até hoje na minha sala.

    Hoje temos jogos ruins e jogos bons, assim como sempre foi antigamente. E jogos fáceis e difíceis, como sempre foi. Você não citou a série Souls, que sempre foi muito difícil e com um enredo tão rico que rendeu muitos livros. Não citou The Witcher, não citou indies incríveis como shovel knight e mutant mudds (que são plataforma).

    Aliás, dificuldade não é um critério fundamental para definir a qualidade de um jogo. Recentemente joguei Undertale, um jogo fácil, porém é ótimo. Recomendo que você jogue outras plataformas além dos jogos da Nintendo, eles pararam e muito no tempo (da pra dizer que ainda estão em 2004).

    Tenho todos esses consoles e os jogos originais na minha casa, antes que alguém ache que sou hater da Nintendo.

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    • NintendoLovers

      Obrigado por participar, é bom ter opiniões diferentes! Sim dark é muito difícil, witcher eu não achei muito, mas o que importa é que os jogos de hoje são difíceis de uma maneira diferente, toda geração como disse terá jogos fácil e difíceis e isso até depende de quem joga.

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