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[REVIEW] Planet Alpha

Perseguido por diversos inimigos em um lindo mundo alienígena cheio de mistérios e perigos, um astronauta deve usar o seu poder de controlar o dia e a noite para sobreviver e superar os desafios. Mas será que este jogo é bom?


Ficha Técnica

Título: Planet Alpha

Plataforma: Nintendo Switch

Tamanho: 3.5 GB

Desenvolvedora:Planet Alpha ApS

Publicadora: Team17

Jogadores: 1

Em português: Não (interface em inglês)

Gênero: Plataforma, Ação/aventura, Puzzle

Save na Nuvem: Sim


Sobre o Jogo

Planet Alpha mistura vários elementos de diversos jogos, sendo um jogo de ação, aventura, puzzles e desafios de plataforma. Não há dados sobre a história e não há diálogos entre personagens; há apenas você, o mundo ao seu redor e os perigos que inimigos e o próprio ambiente lhe proporcionam.

Quando vi o trailer deste jogo a primeira vez, foi inevitável a associação com os jogos Limbo e Inside, o que se confirmou ao longo do gameplay. A inspiração em ambos os jogos no quesito jogabilidade é forte. Todavia, é notável que, enquanto os jogos da Playdead trazem ambientes mais escuros e mais pesados, Planet Alpha aposta na alternância entre cores vívidas e ambientes escuros para entreter e ganhar a atenção do jogador.

Jogabilidade

Além dos tradicionais desafios de plataforma e de movimentação de itens do cenário, temos a adição de puzzles ambientais. O personagem principal é capaz de controlar as horas do dia e assim revelar flores que servem de plataforma quando o Sol se põe, revelar vegetações que servem de esconderijo de inimigos, ou até mesmo alinhar planetas para resolver os mais diversos quebra-cabeças. Essa mecânica é muito bem aplicada e é recompensador quando você descobre o que fazer e quando fazer.

Plantas que aumentam de tamanho pela manhã e servem de esconderijo.

Contudo, no controle do tempo há, por diversos momentos, a exigência de alterar entre dia e noite de forma rápida para poder revelar algo no cenário que te ajudará, por exemplo, a escapar de um inimigo que o está perseguindo. Não há um marcador que diga o momento em que o elemento no ambiente irá se revelar ou não, e a câmera só exibe o dito objeto quando você se aproxima dele, ou seja, não dá para saber se sua ação de mexer no tempo deu certo até que você esteja muito próximo a ele. Por diversas vezes fiquei preso em uma área por causa desta mecânica e isso pode ser extremamente frustrante.

Além do controle do ambiente, o personagem principal não possui armas para lutar, por isso você terá que superar os inimigos basicamente agindo na surdina, no melhor estilo stealth. Se esgueirar por aí tentando evitar os inimigos ou usando as armas deles contra eles. Isso realmente te dá a sensação de angústia e medo quando está na presença deles e de alívio quando eles vão embora e você está a salvo.

Infelizmente, Os desenvolvedores optaram por utilizar poucos botões do controle: Y é usado pra abaixar e para interagir com objetos e B pula. ZR e ZL fazem o papel de controlar as horas do dia. Essa decisão por diversas vezes chegou a me frustrar, visto que eu queria me movimentar agachado (botão Y) e havia, por exemplo, uma espécie de caixa que serve de degrau. Quando apertava o Y para andar agachado, ele segurava a caixa e, ao andar com o personagem, a movimentava também e denunciava a minha posição.

Além disso, bugs de câmera e problemas nos controles acontecem com certa frequência e acabam por te matar em algumas horas cruciais.

Contudo, há que se exaltar a alternância de mecânicas ao longo de todo o jogo, fazendo o jogador ter que se adaptar aos desafios. Uma hora você está sobrevivendo aos obstáculos enquanto escorrega em uma espécie de rampa, outra hora escapando de um inimigo que o persegue, logo depois você está se esgueirando para não ser visto por robôs fortemente armados, minutos após você se depara com um quebra-cabeça em que deve utilziat o Sol, e assim por diante.

Por fim, há ainda os desafios para obtenção de artefatos (são quatro). Tais peças estão em uma espécie de portal escondidos no jogo ao longo de seus 10 capítulos.

Gráficos

Planet Alpha chama a atenção pelo visual estonteante. Alternando entre cores vibrantes e uma escuridão sufocante, o jogo aposta muito nesses dois opostos.

Entretanto, há de se ressaltar que o visual no Switch peca um pouco. O jogo está com bastantes serrilhados e renderização de algumas coisas somente após a sua chegada na tela, o que incomoda um pouco. No modo portátil esse jogo fica ainda mais prejudicado.

Além disso, ao mesmo tempo que as cores vibrantes são lindas visualmente se vistas como uma fotografia ou um quadro, quando falamos de gameplay elas atrapalham a enxergar o cenário. Isso pelo fato de o jogo requisitar muita atenção e a quantidade de informações na tela poder confundir a sua mente. Muitas vezes senti o olho e mente cansados ao jogar por alguns minutos. E isso piora na parte da escuridão em que você fica literalmente perdido.

Procure os personagem no cenário!

Claro que estou julgando este quesito com base em um gosto e uma experiência pessoal. O aspecto abordado no parágrafo anterior pode ter sido proposital para causar este desconforto no jogador. De qualquer forma, é um elemento de design que você terá que analisar se pode te atrapalhar ou não.

Áudio

Eu realmente adorei a trilha desse jogo. Ela te dá a ambientação necessária para uma exploração solitária em um ambiente alienígena. Muitas vezes eu até esquecia que ela estava lá, mas de alguma forma ela estava cumprindo o seu papel. Ela não tem músicas marcantes que ficarão na sua cabeça, mas ela serve muito bem para te dar imersão.

Os efeitos sonoros também são excelentes e o jogo fica muito bom se jogado com fones de ouvido.

Veredito

Planet Alpha é um jogo com visual bonito, com uma proposta interessante e com um clima denso de mistério que se alterna com a vontade de explorar um mundo vívido. Produzido por uma equipe pequena dinamarquesa, é impressionante o quão belo este jogo é artisticamente.

Porém, é possível que alguns jogadores sintam desconforto por conta do excesso de informação na tela durante o dia, ou pela escuridão total em locais fechados. Além disso, seus gráficos no Nintendo Switch não são dos melhores e alguns bugs de jogabilidade podem te frustrar muito.

Acredito que ele seja indicado para as pessoas que gostam do estilo de jogos como Limbo e Inside, porém as semelhanças com Limbo e Inside ficam nos elementos do gameplay e em algumas outras direções que a equipe de desenvolvimento tomou. Para mim, em Planet Alpha faltou algo que torna esses outros dois jogos amados: jogabilidade contando uma história (mesmo que ela seja meramente interpretativa). Não consegui entender ou interpretar o que o jogo queria dizer, mas isso também é subjetivo e decorre da experiência e da suscetibilidade do jogador às nuances apresentadas.

Por fim, os desafios de plataformas são divertidos, porém, se você já jogou outros jogos do gênero, é possível que não se surpreenda com eles.

E aí? Se interessou pelo jogo? Já jogou? Deixe suas opiniões nos comentários. Obrigado por ler até aqui e até o próximo post.

Trailer do Jogo


Esse review foi feito utilizando uma cópia enviada pelos produtores.

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Tovar

Nintendista desde os 8-bits, pulei somente a geração GameCube (que recuperei com o Wii). Jogo em qualquer plataforma. Um fã de The Legend of Zelda, Donkey Kong, Mario, Mega Man, e de outros grandes nomes da indústria.

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