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[REVIEW] Imp of the Sun – Eclipse à Vista

Imp of the Sun é um jogo peruano que promete trazer um pouco mais sobre a cultura do país latino-americano com uma arte toda desenhada à mão. Com um “que” de Ori, será que esse jogo vale a pena? Vamos saber mais nesta análise.


Ficha Técnica

Título: Imp of the Sun

Plataforma: Nintendo Switch

Data de Lançamento: 24/03/2022

Tamanho: 1.1GB

Desenvolvedores: Sunwolf Entertainment

Publicadora: Sold Out

Jogadores: 1

Save na nuvem: Sim

Em português: Sim

Gênero: Metroidvania

Preço no Lançamento (BR): R$ 101,95

Preço no Lançamento (US): US$ 19,99

Tempo de jogo: 5-10 horas


Sobre o Jogo

O mundo está sofrendo com o Eclipse eterno. Então, graças ao poder da última fagulha do Sol, surge um “diabrete” chamado Nin, que tem como objetivo derrotar quatro entidades (chamadas de guardiões) e restaurar o poder do Sol.

Já no início do jogo, você conhecerá alguns personagens que te contarão histórias deste universo, sendo que tais interações podem ser desde simples conversas cotidianas, até contar a história de cada colecionável que o jogador trouxer, como por exemplo os Quipus (que eram artefatos utilizados pelos Incas para realizarem seus registros contábeis e até para comunicação).

História contada por meio dos Quipus.

Jogabilidade

O jogo é essencialmente um Metroidvania 2D, e como tal você terá muitas idas e vindas a locais já visitados.

Nin inicialmente consegue pular e atacar, mas ao longo da aventura novas habilidades são adquiridas. Além disso, inimigos e alguns itens escondidos pelo cenário concedem orbes que podem ser utilizados para melhorar os atributos de Nin (quantidade de vida e poder de ataque, por exemplo). Um outro ponto a se destacar é a possibilidade de Nin se curar, apertando um botão e consumindo uma espécie de mana do jogo.

Há, ainda, o sistema de viagem rápida que é feito por meio de uma personagem, chamada Qari. Nessa personagem, ainda, o jogador pode utilizar seus orbes para evoluir os atributos mencionados acima. Além disso, quando Nin passa por um dos locais onde a Qari está, esse ponto vira um local de renascimento, sendo o jogador transportado para este local sempre que morrer.

Qari: Personagem responsável pela evolução e pelas viagens rápidas.

Contudo, as mecânicas poderiam ser um pouco melhor implementadas, como por exemplo a habilidade que te permite dar um terceiro salto no ar, alcançando lugares que antes não eram acessíveis. Constantemente, pela escolha de botões feita pelos desenvolvedores, me vi executando um ataque lateral, em vez de um movimento vertical. Como o analógico é utilizado para interpretar a direção em que você executará o movimento, acaba por fazer com que o jogador “erre” um pulo, tirando a precisão tão necessária em jogos de plataformas. Isso, no meu caso, foi extremamente frustrante, principalmente quando eu caía em um abismo ou quando eu estava quase no topo de uma área e caí todo o caminho pra baixo. Se as funções de ataque lateral e vertical fossem botões diferentes, acredito que a experiência teria sido um pouco mais leve e menos traumática.

Por falar em áreas, senti a falta de um mapa (como os metroidvanias costumam ter). Saber para onde você está indo e as áreas que já explorou, na minha opinião, é fundamental para o sistema de exploração de um jogo deste gênero, mas Imp of the Sun não possui tal função. Então, ou você memoriza exatamente todos os caminhos que já andou, ou a sensação de andar em círculos te acompanhará na aventura.

Mapa do jogo.

O mapa, da forma como foi implementado, serve somente para verificar os pontos de viagem rápida disponíveis, mas ainda assim é muito genérico. Por falar em viagem rápida, por mais que o jogador visite todos os pontos em que a Qari está, somente é liberada a viagem rápida após encontrar um pergaminho com o mapa daquela área. No exemplo acima, eu já tinha achado diversos pontos de viagem rápida na área da direita, mas não poderia voltar para outras áreas sob pena de ter que percorrer todo o caminho novamente até chegar ao ponto em que está o guardião.

O combate também deixa um pouco a desejar, visto que há diversos problemas com hitboxes de inimigos. Além disso, em vários momentos, os inimigos dão alguns golpes (exemplo: espadada) que deixam um rastro (como se fosse o vento da espadada). Se o jogador – mesmo após a espada ter passado – pular no rastro, será atingido, o que torna a experiência de combate muito irritante. Além disso, os inimigos têm preferência total em seus ataques, então não adianta atacar se um inimigo estiver desferindo um golpe, ok? Tudo isso se torna especialmente pior em arenas (onde existem muitos inimigos para derrotar e a todo momento eles estão te atacando) e contra os guardiões (que possuem pouco tempo de brecha para um ataque).

Um dos inimigos mais básicos

Gráficos e sons

Imp of the Sun é todo desenhado à mão e os desenhos são realmente muito bem trabalhados. Contudo, em alguns momentos jogando no Switch percebi um ou outro desenho embaçado e com traços mais grosseiros, o que me causou estranheza.

A qualidade dessa estátua está bem inferior ao restante do jogo.

Além disso, a Fluidez na movimentação do Nin é um pouco esquisita, pois parece que o personagem está deslizando em vez de parecer que está correndo. Em alguns momentos senti até como se o personagem estivesse flutuando, sem peso algum e com velocidade acima da que ele aparentava estar se movimentando. Porém, isso é algo que dá para relevar e o jogador acaba se acostumando com poucos minutos de jogo.

Um aspecto que não dá para relevar é a perda de performance que ocorre em vários momentos, como, por exemplo, nas arenas em que existem múltiplos inimigos na tela (situação que se repete muito ao longo do jogo). A contagem de quadro cai bastante, ocasionando a sensação de que seu personagem está sendo “transportado” de um lugar para outro.

Outro problema que notei foi que, em determinados momentos – ainda na situação de combate descrita no parágrafo anterior-, alguns inimigos desaparecem por poucos instantes, porém eles continuam a te atacar sem você conseguir vê-los. E não! Isso não é uma habilidade do seu oponente.

Musicalmente e sonoramente o jogo é bem competente. O jogo está inteiramente legendado em português. Há que se ressaltar que, uma vez que as falas de todos os personagens são apenas grunhidos, podemos dizer que o jogo está 100% traduzido para o nosso idioma, o que dá uma acessibilidade muito boa para aqueles que não dominam os idiomas espanhol ou inglês.

Veredito

Eu peguei esse jogo com bastante expectativa pelos vídeos que havia visto e por ser um gênero do qual eu tenho verdadeiro apreço. Porém, ao jogá-lo no Nintendo Switch, percebi vários problemas técnicos que prejudicaram muito a minha experiência.

Além dos problemas técnicos, há alguns de jogabilidade (exemplo: combate) e de navegabilidade (a ausência do mapa detalhado) que acabaram sendo decepcionantes, pelo menos para mim.

Apesar disso tudo, ainda consegui me divertir com o jogo e, sinceramente, acredito que ele tem bastante potencial para o futuro, principalmente para aqueles que gostam do gênero Metroidvania. No mais, estou torcendo para que venha um patch de correção e eu possa rever tudo que falei ao longo das linhas acima.


Trailer do Jogo

* Esta análise foi escrita utilizando uma chave fornecida pelos produtores. 

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Tovar

Nintendista desde os 8-bits, pulei somente a geração GameCube (que recuperei com o Wii). Jogo em qualquer plataforma. Um fã de The Legend of Zelda, Donkey Kong, Mario, Mega Man, e de outros grandes nomes da indústria.

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