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[REVIEW] Ys IX: Monstrum Nox – O RPG de ação que você deveria conhecer

Ys IX: Monstrum Nox conta a história de Adol Christin, um jovem que fugiu de uma prisão e acabou recebendo a maldição dos Monstrum – de forma agressiva -, um grupo de pessoas presenteadas com habilidades sobrenaturais com o objetivo de derrotar criaturas de outra dimensão. Essas pessoas conseguem transitar entre a dimensão dos Monstrums, as batalhas na Grimwald Nox, e dos humanos, precisando tocar em brechas dimensionais e enfrentar inimigos. Adol é perseguido durante o começo todo, sendo procurando por tropas imperiais da Prison City Of Balduq assim que consegue fugir. Porém, por falta de provas, não conseguiram sua condenação, e mesmo assim o mantiveram em cárcere. Com isso, Adol precisará da ajuda de vários cidadãos de Balduq dispostos a lutarem ao seu lado.


Ficha Técnica

Título: Ys IX: Monstrum Nox

Plataforma: Nintendo Switch

Data de lançamento: 06/07/2021

Tamanho: 3.2 GB

Desenvolvedora: Nihon Falcom

Publicadora: NIS America

Jogadores: 1

Em Português: Não

Gênero: Ação, RPG

Tempo de Jogo (em média): 25 horas

Save na Nuvem: Sim

Classificação: 12 anos


Jogos que funcionam de forma isolada

Adol, o protagonista mais famoso nos jogos Ys

Algo que a série Ys faz muito bem, felizmente, é tirar a necessidade de ter jogado todos os outros títulos da franquia para que o atual faça algum sentido. Isso chega a ser uma espécie de total oposição às outras séries de games feitas pela mesma desenvolvedora, a japonesa Nihon Falcom, como Legend of Heroes: Trails of Cold Steel que constrói seu carisma e denso – leia “cansativo” – enredo ao longo de vários jogos durante a quadrilogia. Produtos da Falcom costumam durar cerca de 20 horas ou mais, portanto, fica complicado investir tanto tempo assim em algo com o qual você pode não se identificar muito bem por não ter conhecido as obras anteriores. Felizmente, Ys está fora dessa equação por ser bem mais direto e autosuficiente.

Uma vez que Adol recebe o poder dos Monstrum depois de levar um tiro da curiosa figura de nome Aprilis, ele passa a conseguir se transformar no Crimson King, sua forma Monstrum amaldiçoada para combates contra as criaturas dimensionais que constantemente atacam o mundo dos personagens.

Cumpra suas obrigações como Monstrum
“Faça o que eu mando sem questionar muito”

Com essa sua nova habilidade, Adol expande seu poder, ao mesmo tempo que não consegue mais sair de Balduq. Aprilis controla seu pequeno grupo de guardiões Monstrums para servir seu propósito sem grandes explicações: lutar e eliminar as criaturas malignas. Ao longo da jornada, somos apresentados a cada um dos integrantes dos Monstrums – que se juntam à equipe, mais tarde -, todos possuindo seu subcapítulo isolado no enredo que conta um pouco mais sobre suas histórias de fundo.

Fora tudo isso, existem missões paralelas (em sua maioria, bem repetitivas) a serem completadas e locais para visitar, mas, sendo bem sincero, apesar de aparentar muito, Ys IX não é um game de mundo aberto. O mapa é realmente um local bem grande para se explorar, porém você percebe ao longo do progresso que um cenário só é liberado após ter sucedido um outro anterior em forma linear. Aliás, não há disponível o idioma em português brasileiro, então quem não é familiarizado com o inglês ou francês pode ter problemas para entender o que está acontecendo.

O RPG de ação com combate frenético

Combates insanos

Como um fã de RPGs de ação que sou, de jogos como Final Fantasy XII, Ys IX: Monstrum Nox vai exatamente ao encontro de meu gosto por games. Porém, diferentemente do game da Square Enix que foca mais em um RPG de ação por turnos (de forma maquiada), Ys IX apresenta um combate muito mais frenético e livre, permitindo correr por todas as direções, desviar de ataques, realizar pulo duplos e utilizar-se de combos insanos para eliminar inimigos.

Os personagens podem ser alterados a qualquer momento, seja no mapa durante trechos de exploração ou em meio a combates. Nos conflitos, cada membro da equipe possui até 4 slots disponíveis para equiparmos habilidades proprietárias, as quais podem ser evoluídas com o simples uso e ao subir um level. Essas habilidades não consomem mana nem nada do tipo, mas em vez disso fazem uso de uma barra que se regenera, apresentando um tempo de “respiro” (cooldown) para serem utilizadas novamente e não tornar seu uso tão facilitado.

Os monstros eliminados também podem ser consultados numa espécie de enciclopédia no menu de pausa, e lá buscamos informações sobre suas fraquezas, por exemplo. Com isso, uma estratégia mais bem bolada é alcançável, já que cada Monstrum possui habilidades e ataques voltados para um elemento específico. Neste menu, podemos salvar a qualquer momento fora de batalhas, o que acaba sendo um atalho muito bem-vindo.

Inimigos desafiadores
Inimigos são mais desafiadores do que você pensa

Armas e equipamentos, como escudos e armaduras, podem ser aplicados em qualquer membro da equipe, independente de suas “classes”. Apesar disso, não podemos visualizar nenhum dos itens nos personagens, esteticamente falando, o que seria bem mais bacana de se ter. Também é possível evoluir suas armas no clássico ferreiro, precisando utilizar materiais coletados em campo ou em combate para melhorá-las. Mesmo assim, podemos comprar suas versões aprimoradas em lojas locais, usando apenas dinheiro.

Para evitar o sentimento de combate constante sem intervalo de tempo ou fazer o jogador pensar que está, na verdade, jogando um Musou disfarçado, Ys IX apresenta seus momentos de exploração e elementos de plataforma 3D muito bem competentes. Os Monstrums possuem o que chamam de Gifts, os quais são dons exclusivos de cada personagens, com mecânicas como planar por alguns segundos no ar, utilizar uma garra que puxa você para locais específicos, escalar paredes com seus pés ou alternar entre uma visão que revela baús e outros itens chave através de paredes.

Nestes trechos, existem exigências como procurar alavancas para liberar passagens, pular de um penhasco para outro sem cair e ser eliminado, encontrar uma forma de chegar na próxima sala mais alta do cenário ou simplesmente apertar um botão para abrir uma porta. Com isso, Ys IX: Monstrum Nox faz com maestria a alternância entre batalhas intensas e momentos que vão pedir um pouco mais de raciocínio e curiosidade por parte do jogador.

Problemas de ritmo e defeitos técnicos

Os visuais pararam no tempo
Os visuais pararam no tempo

Ys IX: Monstrum Nox possui muitíssimas qualidade, mas acaba tropeçando em alguns erros de narrativa, visuais que deixam a desejar e um framerate terrível. Primeiramente, a história toma vários capítulos bem longos para permitir com que o jogador saia da cidade Balduq, e até lá é inegável o sentimento de estar sempre vendo cenários parecidos, causando uma monotonia e tanto. Mesmo assim, não existe tanta evolução no level design dos ambientes, sendo que a maioria aparenta ser bem grande, povoado por um imenso vazio.

A forma como vários diálogos são desenvolvidos também cansam um pouco, e a Nihon Falcom tem um péssimo costume de inserir trechos de fala que muitas vezes não acrescentam em nada. Os visuais, por sua vez, são uma mescla entre a era PS2 e o meio da PS3/Xbox 360, com visuais 3D que lembram anime, mas com texturas que deixam muito a desejar e animações piores aindas, que parecem ter saído de alguma adaptação da mídia nipônica do início dos anos 2000. Os personagens se movem de forma bastante robótica, sem mencionar seus serrilhados em vários momentos.

A cidade de Balduq é uma grande parte da jornada

Por fim, o framerate é terrível na maior parte do tempo, e mesmo o patch lançado no dia em que o jogo saiu não foi o suficiente para corrigir as coisas. Os quadros por segundo caem lá para a casa dos 20 fps, o que é bizarro visto com clareza que Ys IX não possui visuais tão demandantes assim. É uma lástima ver esse resultado no Switch, já que as versões de PC e PS4 rodam em 60 fps. Quando há muitos inimigos na tela, então, pode dar adeus à qualidade da performance de maneira geral.

Um divertido YS de ação 3D, com potencial para uma sequência bem melhor

Deixando o aspecto técnico de lado e o problema dos 20 fps constante em vários momentos, YS IX: Monstrum Nox é um bom produto. Sua proposta não é nada espetacular ou jamais vista, mas, mesmo assim, ele apresenta um combate frenético bastante competente e uma história no mínimo agradável. A parte mais bacana, eu diria, é conhecer cada personagem integrante do grupo de Monstrums, e descobrir quais são suas habilidades e seus Gifts, esses últimos tendo um grande crédito por trazer maior diversidade à exploração e momentos de plataforma. Porém, as coisas demoram demais para acontecer e YS IX parece arrastado diversas vezes, ainda mais por causa de seus cenários um tanto quanto parecidos. A engine também parece bem cansada, e quem sabe a Falcom já não se deu conta de que é preciso atualizar o motor de seus games.

Por fim, se você é fã de RPGs de ação, definitivamente a jogabilidade de Ys IX: Monstrum Nox vai te conquistar por causa de sua liberdade e movimentação livres. Jogar com cada personagem e descobrir que alguns tipos de ataques são melhores contra certos tipos de criaturas é uma diversão e tanto, mas não espere grandes coisas do enredo e nem mesmo do level design de forma geral.


Trailer do Jogo


* Este review foi feito utilizando uma chave fornecida pela NIS America

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Jason Ming Hong

Gamer desde o 1 ano de idade segundo meus pais. Jogo de tudo, porque o importante pra mim em um jogo é divertir. Gosto de jogos com uma boa história, investimento em gameplay sólido e, se rolar, um co-op de sofá. Também sou UX/UI designer, aquela galera moderninha que faz coisas pensando em quem vai usar. Aliás, agora edito o POWdcast, RÁ!

3 thoughts on “[REVIEW] Ys IX: Monstrum Nox – O RPG de ação que você deveria conhecer

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