[REVIEW] Clubhouse Games™: 51 Worldwide Classics – Muita coisa em jogo
O contexto atual de isolamento social tem mexido muito com as pessoas, fazendo-as parar, refletir e, muitas vezes, mudar a sua rotina. Jogar jogos de tabuleiro e de cartas acabaram virando também uma boa opção para este período e, com isso, possibilitou que as pessoas revivessem antigos costumes de diversão em família. A Nintendo procura e sempre procurou essa interação familiar em vários de seus títulos, e esta coletânea de jogos é a mais nova tentativa dela.
Contudo, quem é ouvinte do Nintendo POWdcast sabe o quanto eu estava reticente e torci o nariz com relação a uma coletânea de jogos de tabuleiro. Era um misto de desconfiança por ser apenas uma coleção de jogos e de animação pelo retorno do Boliche, um jogo que foi sucesso e me divertiu muito quando tive o Wii Sports. Fato é que, no balanço geral, eu estava pouquíssimo empolgado para o lançamento.
Dito isto, no fim das contas, será que este jogo agradou ou não? É o que veremos neste review.
Ficha Técnica
Título: Clubhouse Games™: 51 Worldwide Classics
Plataforma: Nintendo Switch
Tamanho: 2.3 GB
Desenvolvedora / Publicadora: Nintendo
Jogadores: 1-4 (local e online)
Em Português: Não
Gênero: Jogos Multiplayer/Tabuleiro
Save na Nuvem: Sim
Classificação: Livre
Preço no Lançamento (BR): R$ 167,19
Preço no Lançamento (US): US$ 39,99
51 jogos é uma boa ideia?
Para começar, este jogo é uma “continuação” de um título de Nintendo DS (sim, descobri em pesquisa pela internet). Na versão anterior, o jogo contava com 42 jogos. Agora temos um total de 51.
Jogos clássicos como gamão, xadrez, ludo, dominó e vários jogos de cartas (paciência, vinte e um, Texas Hold’em e até mesmo Uno) vêm para fazer companhia à vários outros como boliche, curling de mesa, pescaria, dardos, mini golfe e autorama. E de quebra podemos também conhecer um pouco da história da própria Nintendo, pois está disponível o Hanafuda (com opção para desbloquear cartas temáticas do Mario) que é um tradicional jogo de cartas japonês que a Nintendo fabricava antes de tornar uma gigante dos videogames.
Uma coisa que este jogo fez foi me dar a oportunidade de conhecer as regras de jogos que nunca tive tanto interesse e, até mesmo, descobrir novos jogos. É impressionante o quanto a gente perde de jogos bons por puro preconceito, seja por achar que é um jogo “de gente velha”, seja por ser um título que nunca ouvimos falar. E quando tiramos o preconceito e investimos algum tempo para aprender ou até mesmo rejogar alguns deles, descobrimos e relembramos o quão divertidos eles podem ser, mesmo após tantos anos no mercado.
Como experiência pessoal posso citar, por exemplo, o Mancala, um jogo com bastante estratégia e de regras bem simples que eu realmente nunca tinha sequer ouvido falar, mas adorei descobri-lo. Um outro exemplo foi o Uno (chamado no game de “Last Chance”) que eu só conhecia de nome, mas nunca joguei nem sequer sabia quais eram as regras.
Artisticamente recompensador
Cada jogo disponível tem muitos detalhes que te fazem pensar que realmente está diante de um ambiente real. Os jogos de futebol, tênis, boxe, baseball, golfe e pescaria são um espetáculo à parte. Mesmo em jogos mais simples você consegue reparar um carinho e atenção aos detalhes, o que te dá uma sensação de relaxamento.
Os efeitos sonoros e músicas não são memoráveis ou épicas, mas complementam essa sensação de serenidade, o que é um ponto interessante e bastante positivo para o jogo.
Multiplayer
Há a possibilidade de até quatro jogadores se divertirem com em um mesmo jogo. Para isso, estão disponíveis três formas de jogar: local no mesmo console, “Local Play”(dois consoles conectados à mesma rede local) e online (via internet, com amigos ou desconhecidos).
Ressalto, porém, que apesar da possibilidade de se jogar até 4 jogadores, isso dependerá do jogo escolhido, pois alguns permitem que apenas 2 jogadores o joguem, em outros títulos há a possibilidade de até 4 jogadores entrarem na partida. E há jogos que infelizmente não é possível jogar no modo online, como, por exemplo, o autorama (o que não faz sentido, já que é um jogo essencialmente multiplayer).
Alguns Problemas
Durante as minhas tentativas de aprendizado de novos jogos eu esbarrei em uma dificuldade que são as instruções dadas. Muitas vezes elas se apresentam confusas e a historinha narrada por dois personagens mais causam vergonha alheia do que efetivamente ensinam as regras. Os desenvolvedores tentaram fazer algo “descolado” e divertido, mas acabou parecendo um vídeo cansativo e monótono daqueles que você vê em cursinhos de inglês. Ainda bem que você consegue pular esse diálogo e ver os cartões com as regras do jogo. Mesmo assim, tem alguns títulos que possuem muitas regras e, talvez, uma partida tutorial fosse bem mais proveitosa para seu aprendizado do que a apresentação de regras em formato textual.
Além disso, um outro problema que tive foi que, ao acabar uma partida, o jogo declara os vencedores e automaticamente vai novamente para tela de seleção de modo de jogo. Senti falta de uma opção de rejogar, pois é bem entediante ter que enfrentar um loading para ir para o menu de seleção de jogo e ter um novo loading para iniciar uma nova partida.
Ainda com relação à jogabilidade, senti problemas nos controles de alguns jogos. Como exemplo eu cito o arremesso de dardos que utiliza o controle de movimentos, mas não é tão intuitivo como é no boliche, uma vez que, se você faz o movimento natural de arremesso levando a sua mão para trás e depois para frente, o seu dardo se movimenta na tela o que acaba por não te dar a real sensação de estar jogando algo que lembre a realidade.
Outro exemplo é o autorama em que você controla a velocidade do carrinho pelo analógico. Isso pode ser pelo fato de a Nintendo não ter um gatilho analógico no controle, então tiveram que fazer isso como uma forma de compensar a falta desta função. Ressalto que é possível controlar pelo botão A também, mas perde-se o controle de velocidade do carrinho e eu achei extremamente esquisito.
Por fim, cito um aspecto que não necessariamente é um problema, mas que poderia ser melhor explorado. Ocorre que jogos como o novamente citado autorama, golfe e tiro ao alvo acabam tendo vida curta, pois são poucos os cenários disponíveis. O golfe possui apenas 9 buracos, o autorama apenas 3 pistas e o tiro ao alvo possui somente uma fase em que, se você finalizá-la, não há mais nada o que se fazer. Ainda sobre o autorama, destaco o quão legal seria poder voltar a ser criança e poder criar nossas próprias pistas e, de quebra, geraria ainda mais fator replay.
Veredito
Clubhouse Games™: 51 Worldwide Classics é um título que eu realmente adorei ter jogado e ter me disposto a conhecê-lo. Por inúmeras vezes foi recompensador descobrir os jogos ali presentes e acredito que, quando você quebra o preconceito e se permite explorar cada uma das modalidades ali presentes, a experiência pode ser bastante gratificante.
Ele ainda tem a vantagem de ser um excelente jogo para se divertir e família e com amigos (seja localmente ou online). Isso faz com que a jogatina seja muito mais gratificante e se prolongue de forma indefinida.
Infelizmente o jogo tem alguns problemas, como os já citados acima, e que desanimam de jogar alguns dos títulos presentes no catálogo. Felizmente esta é uma exceção à regra e não comprometeu em nada a diversão que eu tive experimentando cada possibilidade que o jogo me dá.
Importante ressaltar que o jogo tem uma demo em que estão disponíveis alguns jogos para testar. Há ainda a possibilidade de, nesta demo, jogar todos os jogos do catálogo localmente com outro jogador que possua a versão completa do jogo (via “Local Play”).
E você? Já jogou? Quer jogar? Deixe nos comentários as suas opiniões.
Trailer do Jogo
* Esta análise foi feita utilizando-se um código fornecido pela Nintendo
5 16 24; Wang et al what is priligy dapoxetine