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[REVIEW] Guilty Gear -Strive- Nintendo Switch Edition

Sou fã dos jogos da Arc System Works desde o lançamento de Dragon Ball FighterZ. A mistura de gráficos 2D deslumbrantes, uma jogabilidade estupenda e um dos meus animes favoritos foi uma combinação perfeita! Então, quando Guilty Gear Strive foi anunciado em 2021 para PlayStation e PC, fiquei decepcionado por não haver uma versão para o Nintendo Switch. Felizmente, anos depois (e foram muitos anos, diga-se de passagem), o tão aguardado port finalmente chegou. Agora, compartilho minhas impressões sobre essa versão pro console Nintendo.


Ficha Técnica

Título: Guilty Gear -Strive- Nintendo Switch Edition

Plataforma: Nintendo Switch

Data de lançamento: 23/01/2025

Tamanho: 14.1GB

Desenvolvedora: Arc System Works

Publicadora: Arc System Works

Jogadores: 1-2

Em Português: Não

Gênero: Luta, Ação, Arcade

Tempo de Jogo (em média): 5 horas

Save na Nuvem: Sim

Classificação: 12 anos

Preço no Lançamento (BR): R$ 259,90

Preço no Lançamento (EUA): US$ 59.99


Mais um sucesso no estilo anime

Gráficos são muito bons e rodam a 60fps
Gráficos são muito bons e rodam a 60fps

Guilty Gear Strive é um jogo de luta com estética anime, um gênero que definitivamente já deixou de ser nicho, considerando a enorme quantidade de títulos desse estilo lançados nos últimos anos. Consigo citar alguns de cabeça, como My Hero Academia, One Piece e Demon Slayer. E foi proposital mencionar esses três exemplos, pois a vasta maioria dos games baseados em animes acabam pendendo pro estilo arena 3D, um formato bem comum atualmente.

Diferente desses títulos que apostam em batalhas abertas e movimentação livre em cenários tridimensionais, Guilty Gear Strive mantém a tradicional jogabilidade de luta em 2D, um estilo que consagrou a Arc System Works e ainda atrai um público fiel. O game traz o clássico modo história, no qual você luta até o fim da jornada cinematográfica, sendo apresentada em gráficos do próprio jogo (o que acaba mostrando bastante serrilhado e borrado). Além disso, temos o modo arcade, onde é possível enfrentar diversos adversários até chegar ao seu verdadeiro rival.

Jogabilidade e multiplayer sem crossplay

Entradas de personagens são estilosas
Entradas de personagens são estilosas

A jogabilidade aqui é claramente voltada para o ambiente online. Você estará constantemente desbloqueando novos fundos para o seu perfil online, apelidos para exibir aos oponentes e até frases de efeito para personalizar seu cartão de jogador. Como é comum nesse estilo de game, skins para os personagens também estão disponíveis juntamente a todos os DLC já lançados anteriormente, dando aos jogadores mais opções de personalização. Fora isso, o tempo de carregamento entre lutas, o que geralmente é um problema em conversões para o Switch, acabam sendo ráp

Em termos de mecânica, Guilty Gear Strive me lembrou bastante Dragon Ball FighterZ. É possível avançar rapidamente contra o oponente ao tocar duas vezes na direção correspondente, realizar combos apertando uma sequência específica de botões e soltar golpes especiais para atacar o adversário. A maioria dos ataques especiais usa combinações de botões bem parecidas entre si, o que torna a curva de aprendizado mais acessível para iniciantes—mesmo que certos personagens tenham nível de “dificuldade” de jogabilidade. Além disso, há uma sensação extremamente satisfatória ao derrotar um inimigo e jogá-lo para fora do cenário, levando a luta para um novo ambiente — algo que me remeteu muito aos clássicos Mortal Kombat.

Todas as lutas acontecem de forma rápida, fluída e cinematográfica, rodando a 60fps e com belos efeitos visuais surgindo na tela a cada golpe. Como de costume, a Arc System Works mantém sua tradição em entregar algo com um visual impecável e repleto de estilo. O único problema que notei foi a compressão pesada nos vídeos das cutscenes, que impacta um pouco na qualidade gráfica dessas sequências.

Feedback visual pra todo canto
Feedback visual pra todo canto

Porém, um ponto que me incomodou foi a sexualização exagerada de muitos personagens, tanto masculinos quanto femininos. Os “atributos” dos lutadores são bastante explorados e expostos de forma desnecessária e propositais, tornando o game difícil de recomendar para quem busca algo mais family-friendly. Esse fator pode deixar algumas pessoas desconfortáveis ao jogar na presença de amigos ou familiares, então é algo a se considerar antes de mergulhar no produto.

Já no quesito online, temos uma notícia boa e uma ruim. A boa notícia é que o jogo possui rollback netcode, um sistema que melhora a experiência online e evita lags em partidas contra jogadores de qualquer parte do mundo. A má notícia, no entanto, é que Guilty Gear Strive não conta com crossplay, ou seja, você não pode enfrentar amigos ou jogadores que estejam em outras plataformas. Isso é frustrante, especialmente considerando o tempo que o port demorou para chegar ao Switch. Certamente, os desenvolvedores poderiam ter planejado melhor essa funcionalidade antes do lançamento.

Um “Dragon Ball Fighter Z para adultos”

Minha primeira experiência com jogos da Arc System Works foi Dragon Ball FighterZ, e desde então esse tem sido meu parâmetro para avaliar os títulos do estúdio. Entrei em Guilty Gear Strive esperando algo semelhante, mas com um elenco de personagens completamente diferente — e foi exatamente isso que encontrei. Entretanto, a forma como os personagens são visualmente representados faz com que o jogo não seja uma recomendação tão amigável quanto Dragon Ball FighterZ. Enquanto Dragon Ball é um título perfeito para todas as idades, Guilty Gear Strive aposta em uma abordagem mais madura, com personagens altamente estilizados e, em alguns casos, excessivamente sexualizados. Se você não se importa com esse aspecto ou consegue ignorá-lo, encontrará uma verdadeira joia dentro do gênero de jogos de luta e um port excepcionalmente bem-feito para o Nintendo Switch, rodando a sólidos 60fps. Se você já é fã de jogos de luta com gráficos anime e quer algo além do tradicional arena fighter, Guilty Gear Strive certamente vale a pena. Mas se estiver procurando uma experiência mais acessível para todos os públicos, talvez seja melhor continuar com Dragon Ball FighterZ.


Trailer do Jogo

Cópia de review cedida pelos produtores

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Jason Ming Hong

Gamer desde o 1 ano de idade segundo meus pais. Jogo de tudo, porque o importante pra mim em um jogo é divertir. Gosto de jogos com uma boa história, investimento em gameplay sólido e, se rolar, um co-op de sofá. Também sou UX/UI designer, aquela galera moderninha que faz coisas pensando em quem vai usar. Aliás, agora edito o POWdcast, RÁ!