[REVIEW] Tormented Souls – A velha guarda agradece
Tormented Souls é praticamente uma grande homenagem para quem sente falta de um bom jogo de terror de sobrevivência, que é um subgênero que não vê uma boa entrada há muito tempo. Você está preparado para levar seu isqueiro com você para explorar os quartos escuros do hospital no meio do nada?
Ficha Técnica
Título: Tormented Souls
Plataforma: Nintendo Switch
Data de lançamento: 14/04/2022
Tamanho: 8.7 GB
Desenvolvedora: Dual Effect, Abstract Digital
Publicadora: PQube
Jogadores: 1 (local)
Em Português: Sim
Gênero: Ação, Aventura, Terror
Tempo de Jogo (em média): 10 horas
Save na Nuvem: Sim
Classificação: 16 anos
Preço no Lançamento (BR): R$ 94,41
Preço no Lançamento (EUA): US$ 19,99
A melhor coisa do mundo é arriscar sua vida, certo?
Tormented Souls nos conta a história de uma mulher que acabou de receber uma carta, contendo dentro uma fotografia de duas meninas com uma coisa assustadora escrita atrás. Instantaneamente, Caroline Walker, nossa protagonista com sotaque canadense, sente que precisa ir atrás das respostas pela sensação que teve logo após abrir o envelope, o que nem de longe parece uma boa ideia. Mas, você sabe, isso precisa acontecer para que o jogo possa existir, para o bem ou mal.
Todo o jogo se passa em um hospital abandonado cheio de criaturas, e Caroline acorda de repente e se encontra deitada dentro de uma banheira, completamente nua e com um tubo saindo de sua boca. Ao se vestir, seguida de uma cena, ela percebe que um de seus globos oculares foi arrancado, o que a leva a entrar em pânico, mas não o suficiente para desistir de perseguir as respostas para esse mistério.
Tormented Souls segue a fórmula clássica e antiga de terror de sobrevivência que consiste em: explorar todo o lugar, coletar itens úteis, equipar armas para usar contra inimigos bizarros e encontrar o caminho pela sala mais segura que você puder achar. Uma das mecânicas que não vejo há algum tempo é aquela pela qual salvamos nosso progresso, e exige colocar uma fita em um gravador. Essas fitas são um pouco difíceis de serem encontradas e são muito escassas, mas ressoam com os bons tempos em que o horror de sobrevivência estava em alta.
O sentimento ou apreensão é constantemente sentido, sem falar na sensação de encontrar uma criatura sempre que você abre uma nova porta. Além disso, você não pode simplesmente andar sem luz, portanto, você precisa ter seu isqueiro equipado quando for para as sombras, caso contrário, você será morto em segundos. Esses são elementos que realmente sinto muita falta quando se trata de jogos de terror em geral: horror psicológico, ao invés de apelar para gore e o jogador sendo perseguido por algum monstro – Outlast feelings.
Quebra-cabeças e combate
Além disso, é claro que temos quebra-cabeças para resolver e, todos eles, uma vez resolvidos, dão a sensação de que você é realmente inteligente. Isso fica ainda mais interessante já que é possível combinar itens encontrados dentro do seu inventário, além de poder usar seu isqueiro e fazê-lo interagir com objetos do cenário. Essas combinações geralmente são destinadas a ativar mecanismos e portas, o que novamente ativa meus sentimentos old-school.
O combate aqui é propositalmente cadenciado, mas sólido. Os inimigos são monstros durões, sendo bizarramente desenhados para te dar arrepios – e conseguem fazer isso perfeitamente -, tendo mais pontos de saúde do que você gostaria. Felizmente, não somos apenas apoiados por algumas armas de longo alcance, mas também podemos encontrar armas de curto alcance, como um pé de cabra, que prova ser muito útil quando ficamos sem munição. Adicionalmente, é possível dar um pulo para trás enquanto se mira num inimigo, o que se prova muito bem-vindo para desviar de ataques.
Temos também mapas disponíveis, tanto dentro de vidros fixados na parede quanto sobre superfícies como mesas. Mal ou bem – isso é com você -, não podemos ver nossa posição real ao verificar o mapa e nem aproximar para lê-lo de forma mais nítida, mas apenas é possível de ver o corredor em que estamos atualmente. Isso adiciona um fator de investigação interessante à jogabilidade, ao mesmo tempo em que torna as coisas um pouco mais difíceis, levando-nos o tempo todo a verificar nossa posição com base no que acabamos de encontrar. Isso certamente pode irritar alguns jogadores.
Qualidade do port
O port do Switch é bastante honesto, tenho que dizer. A resolução não é tão ruim, e o mesmo pode ser dito em relação ao framerate. Mas, verdade seja dita: há algumas quedas de quadros em salas mais exigentes com gráficos pesados, embora na maioria das vezes Tormented Souls funcione muito bem no Switch. O maior problema aqui é devido aos tempos de carregamento que são muito longos.
Comparando com os consoles com SSD, a versão Switch sofre por nos fazer esperar cerca de 10 segundos sempre que abrimos uma porta, contra 1s nos consoles do concorrente. Sem mencionar que o port para o Switch também parece meio vergonhoso quando jogado no modo dock, o que mostra que o jogo obviamente requer alguns patches corretivos para manter essa taxa de quadros consistente neste modo.
Conclusão
Tormented Souls é um “sucesso do passado que só saiu recentemente”. Como não vejo um bom jogo dentro do sub gênero survival horror há algum tempo, não posso deixar de dizer que esse título indie é um dos maiores jogos de sua categoria lançados ultimamente, o que é algo muito doloroso de se dizer. Algumas correções aqui e ali para corrigir sua taxa de quadros e desempenho no modo dock seriam ótimas, mas isso nem de longe prejudica a experiência como um todo. Se você é fã de jogos de terror de sobrevivência tanto quanto eu, vá em frente: essa será sua melhor escolha de todos os tempos.
Trailer do Jogo
* Esta análise foi feita utilizando uma chave enviada pelos produtores