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[REVIEW] Super Mario 3D All-Stars – Hype demais, capricho de menos

Não há como negar que Super Mario é o maior expoente dos videogames no mundo todo. Qualquer anúncio, lançamento ou relançamento de jogos do bigodudo mais amado da galáxia é sinônimo de grandes expectativas. Contudo, já dizia o tio Ben: “Com grandes poderes vêm grandes responsabilidades”, e com Super Mario 3D All-Stars não foi diferente.

Logo após a confirmação da data de lançamento para 18 de setembro de 2020, seguido por um estranho aviso de tempo de vendas limitado tanto para mídias físicas quanto digitais, Super Mario 3D All-Stars começou a vender mais do que água no deserto.

Prometendo três grandes jogos em 3D do Bigode com melhorias gráficas, Super Mario 3D All-Stars chega trazendo os emblemáticos Super Mario 64 e Super Mario Galaxy além do menos popular Super Mario Sunshine.

Com as expectativas dos fãs da Nintendo e do Mario lá em cima, será que Super Mario 3D All-Stars entregou tudo o que o pessoal esperava? Isso é o que vamos descobrir nas próximas linhas desta análise.


Ficha Técnica

Título: Super Mário 3D All-Stars

Plataforma: Nintendo Switch

Data de Lançamento: 18/Set/2020

Tamanho: 4.7Gb

Desenvolvedora/Publicadora: Nintendo

Jogadores: 1-2

Save na nuvem: Sim

Em português: Não

Gênero: Plataforma

Preço no Lançamento (BR): R$ 299,00

Preço no Lançamento (US): USD $ 59,99


Conhecendo o passado para entender o presente

O lançamento de coletâneas com jogos do Mario com o nome de All-Stars está longe de ser uma novidade. A Nintendo já fazia remake dos jogos antes mesmo dessa palavra ser popular entre os jogadores.

O primeiro caso e o mais emblemático foi o lançamento de Super Mario All-Stars para o Super Nintendo no ano de 1993. A coletânea trazia os jogos Super Mario Bros, Super Mario Bros Lost Levels (lançado originalmente apenas no Japão), Super Mario Bros 2 e Super Mario Bros 3 lançados originalmente para o NES. Os jogos foram literalmente refeitos com novos gráficos atualizados para os 16Bits e algumas alterações na física dos jogos.

E para quem também acha que DLC é coisa de jogos recentes, em 1994 esse cartucho recebeu uma nova versão que também incluía o mais recente jogo da franquia: Super Mario World com algumas melhorias como a mudança do Sprite do Luigi que agora se diferenciava visualmente do seu irmão Mario.

A primeira versão de Super Mario All-Stars

Essas coletâneas foram um sucesso e mesmo quem já tinha um ou mais jogos do Mario para o console de 8 Bits comprava ou alugava o All-Stars, porque as mudanças justificavam essa compra ou locação.

Já no ano de 2010 o Nintendo Wii recebeu a mesma coleção (sem o Super Mario World) em uma edição limitada para comemorar os 25 anos de Super Mario. Essa edição vinha com uma linda luva, um CD adicional com a trilha sonora dos jogos e também um belo livreto contando um pouco da história da franquia.

É inegável que a Nintendo sempre mostrou muito carinho com as tiragens de All-Stars.

O Ano é 2020 e o Mario faz 35 anos

Muito bem, o Mario já é, assim como alguns de nós, um jovem senhor com seus 35 anos, e para comemorar a longevidade do personagem e da série, a Nintendo lançou a nova coletânea chamada Super Mario 3D All-Stars e precisamos falar sobre isso.

Inicialmente, querido leitor, quero deixar muito claro qual será a linha deste review: não vou analisar os jogos contidos no pacote nem de maneira individual e nem em conjunto, porque são jogos consagrados e de uma qualidade indiscutível, cada um à sua maneira – perdendo meu tempo, a noite inteira (Tá! A piada foi péssima, talvez apague no final). Vou analisar o valor agregado, o que a coletânea oferece como adicional e o que cada jogo trouxe (se é que trouxe) de inovação.

O fato é que para minha tristeza e até uma certa decepção Super Mario 3D All-Stars não passa de um catado de jogos da franquia. Temos pouquíssimas melhorias, para não dizer quase nenhuma, o que acaba frustrando um pouco, principalmente pelo preço cheio que está sendo cobrado pela Nintendo e os preços exorbitantes cobrados pelos revendedores de mídia física aqui no Brasil.

Livreto contando a história da série e mostrando a evolução? Esqueça.

Galeria de arte com esboços não utilizados, imagens conceituais ou mesmo que seja um rabisco dos artistas?  Passou longe.

Ah, mas então deve ter algum material de produção dos jogos! Já sei, entrevista ou mesmo um editorial com Shigeru Miyamoto, Takashi Tesuka e companhia? NADA!

O único conteúdo adicional que temos em Super Mario 3D All-Stars são as trilhas sonoras dos três jogos da coletânea e o destaque aqui vai para a trilha de Super Mario Galaxy que é lindíssima até hoje e uma das melhores trilhas de todos os tempos para jogos de Videogames.

Ao abrir o jogo somos apresentados a um menu muito simples onde é permitido escolher um dos jogos ou trilha sonora que queremos acessar. Cada um dos jogos conta com uma série de idiomas disponível e infelizmente, como já era esperado, nenhum dos três títulos disponibiliza a opção de português brasileiro.

Esse é o menu de seleção de jogos ou trilha sonora.

Temos também a opção de ver a lista de comandos para cada um dos jogos de maneira isolada em uma imagem estática com uma lista de ações apresentadas ao jogador.

Desde a falta de conteúdo adicional até a pouca criatividade na criação dos menus, tudo passa a impressão de que foi feito às pressas ou simplesmente amontoado dentro do jogo. Faltou carinho e até mesmo um pouco de respeito com a franquia e também com os fãs da Nintendo e do Mario.

Super Mario 3D All-Stars brilha exclusivamente por conta da qualidade dos jogos presentes, incluídos neste título tal qual (ou de maneira muito parecida) com a forma com que foram lançados em suas respectivas gerações. Os três jogos em si e a possibilidade de jogar de maneira portátil é o que pode pesar a favor na decisão de compra.


Super Mario 64

Para Super Mario 64 o “Aspect Ratio” foi mantido e a proporção da tela é 4:3, seguindo o formato das TVs de tubo e mantendo aquelas faixas pretas nas laterais da tela. Não temos aqui sequer um papel de parede ou moldura para completar os espaços deixados pelo formato “quadrado” da TV.

O jogo teve um upgrade em sua resolução e apesar de manter os polígonos a aparência é agradável mesmo em TVs grandes. Não temos nenhum efeito de serrilhado.

Todo o HUD foi refeito com texturas de alta definição e mesmo durante o jogo algumas texturas tiveram uma atenção especial e foram melhoradas. Dá para ver isso muito claramente nas imagens dos quadros no castelo.

O Aspect Ration segue como no original em 4:3

Os mesmos problemas e limitações de câmeras que temos na versão original seguem exatamente igual na versão 3D All-Stars.

Os controles respondem muito bem e é mais confortável jogar com o Pro Controller do Switch do que com o controle original do Nintendo 64. Já a experiência com os Joycons…. bem, são os Joycons, né?

Vale dizer que a versão de Super Mario 64 que foi incluída nessa coletânea é a versão original e não o remake que foi feita para o Nintendo DS, o que, na minha opinião é uma pena.

Super Mario Sunshine

Assim como muitos amigos leitores, eu também não tive a oportunidade de jogar Super Mario Sunshine na época do lançamento e esse é um dos fatores que podem pesar também na decisão favorável pela compra de Super Mario 3D All-Stars, uma vez que é a única maneira legalizada de se jogar Super Mario Sunshine, exceto claro se você ainda tiver um Game Cube ou Wii (via retrocompatibilidade, a depender da versão do console).

Para o Super Mario Sunshine, já temos o aspect ratio atualizado para as telas em widescreen e operam com a proporção de 16:9.

Super Mario Sunshine também teve uma melhora considerável na resolução, os itens do HUD recriados com texturas em HD e algumas poucas melhorias em texturas in-game.

A bela ilha Delphino

Como não joguei no console original eu não tenho como fazer um comparativo com os controles do Nintendo Switch, mas a minha experiência foi bem agradável, apesar de eu achar bem desengonçado esse tal de F.L.U.D.D que acompanha o Mario em toda a jornada.

Super Mario Sunshine vale a pena pelo fator curiosidade, se você, assim como eu, também nunca jogou.

Super Mario Galaxy

Na minha opinião o melhor jogo entre todos os contidos em Super Mario 3D All-Stars. Ele por si só já merecia uma versão remasterizada para rodar bonitão em HD nas TVs maiores e mais modernas do mercado. Bastaram 30 minutos com o controle nas mãos para eu me lembrar o porquê de Super Mario Galaxy ser o meu jogo favorito da vida.

O tratamento com a aventura espacial do bigode é muita parecido com o que vimos em Sunshine. As mesmas melhorias de textura, Aspect Ratio e HUD, entretanto, como Galaxy é um jogo mais novo, os polimentos são mais sutis. Super Mario Galaxy já era um jogo muito bonito quando foi lançado para o Nintendo Wii, mas nessa versão em HD para o Nintendo Switch está lindo demais.

Toda a beleza de Super Mario Galaxy agora em HD

Temos alguns problemas sim, principalmente a baixa qualidade de algumas texturas durante o Gameplay e mesmo em algumas Cutscenes, como por exemplo na cena inicial quando o castelo da Peach está sendo levado e podemos ver algumas texturas de fumaça com uma qualidade muito baixa.

Outro ponto que precisa ser destacado é a adaptação que foi necessária nos controles para atender a diferença entre as tecnologias do Wii e do Switch. Jogando no modo portátil é possível utilizar a tela de toque para fazer as funções do ponteiro na tela, como coletar as Starbits por exemplo. Já jogando no modo Dock é necessário utilizar o sensor de movimento para mover o cursor e coletar as mesmas Starbits. De maneira geral é uma boa adaptação de controles, mas para mim a melhor experiência para Super Mario Galaxy ainda é na versão original com o par Wii Mote + Nunchuk no que se diz respeito aos controles.


Veredito

Super Mario 3D All-Stars possui sem dúvida uma seleção de ótimos jogos e que deve agradar tanto aqueles veteranos que já conhecem os títulos quanto às pessoas que podem ter uma primeira experiência com cada jogo de maneira isolada. Até agora não entendi por que Super Mario Galaxy 2 ficou de fora da lista e sequer foi mencionado pela Nintendo.

Contudo, a falta de conteúdo adicional e o preço cobrado, principalmente em território brasileiro, fazem com que Super Mario 3D All-Star seja um título extremamente custoso pelo que oferece.

Nós que acompanhamos o Mario desde seu nascimento merecíamos um produto com melhor acabamento, e com o verdadeiro “Selo Nintendo de Qualidade” que ajudou a reerguer a indústria no distante ano de 1985.


Trailer do jogo


*Essa análise foi feita com uma cópia fornecida pela Nintendo.

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Rodrigo Reche

Oi, eu sou o Rodrigo Reche. Roreche para os íntimos! Sou completamente apaixonado por Videogames. Ganhei meu primeiro console, um Atari 2600, do meu pai em 1984 quando eu ainda tinha 3 anos de idade. Foi paixão a primeira jogada. Nintendista de coração e fã inveterado dos Engenheiros do Hawaii, passei por diversos consoles de todas as gerações, mas ainda guardo um carinho especial pelos consoles antigos.

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