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[REVIEW] Hotline Miami Collection – Tiro, porrada e bomba com uma boa dose de violência pixelada

Hotline Miami Collection chega ao Nintendo Switch trazendo os dois jogos da franquia: Hotline Miami e Hotline Miami 2 – Wrong Number.

Desenvolvido pela Dennaton Games e publicado pela Devolver Digital, Hotline Miami Collection é mais uma demonstração de que o console da Nintendo é o grande queridinho das publicadoras para os jogos indies.

Com mais de seis anos desde o lançamento do primeiro jogo, será que Hotline Miami Collection consegue repetir o sucesso alcançado pela franquia nos PCs e também nos consoles da Sony? Como um jogo tão simples graficamente e sem um grande enredo como pano de fundo é capaz de atrair a atenção de tantos jogadores ao redor do mundo?

Essas e outras questões serão respondidas nas próximas linhas deste Review. Então carreguem as armas, vistam suas máscaras, cuidado com os cachorros e vem comigo em mais uma análise.


Ficha Técnica

Título: Hotline Miami Collection

Plataforma: Nintendo Switch

Tamanho: 866 Mb

Desenvolvedora/Publicadora: Dennaton Games / Devolver Digital

Jogadores: 1

Em Português: Não

Gênero: Ação / Aventura / Arcade

Save na Nuvem: Sim

Classificação: 18 Anos


Hotline Miami

Após algumas horas de jogatina fica muito claro que a proposta de Hotline Miami é apresentar ao jogador um Gameplay fluído, veloz, desafiador e sem muita enrolação.

Não espere um enredo rebuscado, pois ele serve apenas como pano de fundo para a matança desenfreada do jogo. Entre uma fase e outra, Jacket, o personagem principal recebe ligações de duplo sentido em sua casa com alguns endereços, cabendo a ele a missão de limpar o lugar e eliminar todos os agentes da máfia russa para, em seguida, voltar para sua casa e receber um novo endereço a ser devastado.

Entre uma missão e outra acontecem pequenas interações com os comerciantes locais, mas nada que acrescente algo relevante à estória do jogo.

Máscaras – Características do primeiro jogo

Como já mencionado, aqui o que vale é a ação, e nisso Hotline Miami é primoroso. O jogo é todo visto com a perspectiva superior (top-down) assim como nos primeiros jogos da série GTA. Desta maneira é possível analisar o ambiente e tomar a decisão de qual a melhor estratégia para eliminar todos os inimigos.

Com o analógico esquerdo controlamos Jacket e com o analógico direito controlamos a mira, ou seja, a direção em que os ataques serão desferidos. Todas as ações do jogador acontecem com os botões L, R, ZL e ZR.

Basicamente temos três maneiras de eliminar os inimigos do cenário: podemos usar as próprias mãos, as armas brancas e/ou as armas de fogo. Utilizar as mãos ou armas brancas é a maneira mais segura de seguir adiante, uma vez que as armas de fogo são mais efetivas, contudo alertam outros inimigos do cenário e que estejam próximos a você.

Além da possibilidade de coletar as armas dos inimigos abatidos, outras tantas estão disponíveis estrategicamente pelos cenários e podem ser utilizadas pelo jogador. O arsenal é imenso: Tacos de baseball, garrafas, facas, canos, espada samurai, pistolas, metralhadoras, escopetas e muito mais. O arsenal vai aumentando conforme liberamos novas armas, de acordo com a nossa pontuação ao longo de cada fase.

Outra mecânica interessante é a utilização de máscaras que garante a Jack habilidades especiais como por exemplo: aumento de velocidade ou munição para armas de fogo, utilizar portas no cenário para matar inimigos, garantir que os cachorros não ataquem etc. Cada máscara é representada por um animal diferente e são liberadas, assim como acontece com as armas, de acordo com a pontuação ao final de cada fase.

Sangue por todos os lados

Graficamente Hotline Miami é muito bonito e agradável. Mesmo sendo um jogo relativamente antigo, a utilização de Pixelart se mostra bastante acertada, uma vez que não deixa o jogo com aparência datada. A ambientação do jogo é baseada nos anos 80, o que deixa ainda mais evidente o acerto na escolha dos gráficos com aparência retrô. Os ambientes do cenário, inimigos e animações são todas muito bem representadas e, apesar do visual pixelado, é possível identificar todos os elementos na tela.

Em contrapartida a parte sonora fica como o destaque negativo. A música é praticamente inexistente, extremamente simples e com poucas batidas. Chega a irritar em alguns momentos por conta da repetição.

Já os efeitos sonoros acabam puxando a avaliação sonora um pouco para cima, uma vez que são bem produzidos e trazem um certo “peso” para as ações de Jacket.

Considerando os principais elementos da jogabilidade, gráficos e sons, o primeiro Hotline Miami é uma boa pedida para quem busca um jogo desafiador e descompromissado, que oferece partidas rápidas e que, justamente por isso, casa muito bem com a proposta de portabilidade do Nintendo Switch. É um excelente jogo para gastar um tempo na fila do banco ou na sala de espera do dentista.

Hotline Miami 2 – Wrong Number

Trazendo de volta todos elementos que consagraram o seu antecessor e para corrigir pequenas falhas Hotline Miami 2 chega jogando seguro sem apostar em grandes inovações. Mas quem disse que isso é ruim?

Uma grande diferença é que, ao contrário de seu antecessor, Hotline Miami 2 se aprofunda um pouco mais na estória fazendo com que o jogador se sinta parte da trama. Todo o segundo jogo narra acontecimentos posteriores ao jogo de 2012. Portanto, se você não jogou o primeiro título, ficará um pouco perdido no entendimento de toda a trama.

Em comparação com o primeiro jogo da série, Hotline Miami 2 possui exatamente a mesma jogalidade. Porém, a dificuldade foi ligeiramente aumentada. Agora os inimigos são capazes de localizar o jogador mais facilmente além de se moverem de maneira mais inteligente e menos previsível.

Outra mudança significativa é a quantidade de personagens selecionáveis, cada um com suas habilidades específicas. A escolha de personagem aqui funciona exatamente igual às máscaras que estavam disponíveis no primeiro jogo, ou seja, o conceito mudou: saem as máscaras e entram novos personagens, mas no fundo a mecânica é exatamente a mesma.

Pouca mudança visual na continuação

A direção de arte é a mesma do jogo anterior e, portanto, não temos um avanço na qualidade gráfica uma vez que Hotline Miami 2 segue apostando nos gráficos Pixelados. Entretanto é possível notar que os cenários são mais detalhados e apresentam uma variação maior de itens representados na tela, ou seja, cada um dos ambientes possui mais elementos representados na tela.

A exemplo do enredo, a parte sonora também recebeu uma atenção especial dos desenvolvedores. Desta vez as músicas são divertidas e ditam o ritmo da ação que acontece na tela. Não temos mais aquela sequência barulhenta de sons tentando emular uma música. Finalmente temos uma composição à altura do jogo.

Sendo assim é seguro dizer que Hotline Miami 2 consegue superar o primeiro jogo da franquia, corrigindo pequenas falhas que acabaram ficando para trás durante o primeiro lançamento. Sem grandes inovações consegue manter a base fiel de jogadores conquistada anteriormente e abre a possibilidade de que novos jogadores venham a se aventurar pela franquia.

Veredito

Trazendo dois excelentes jogos Hotline Miami Collection, sem dúvida nenhuma é uma excelente pedida para os proprietários do console da Nintendo.

Mesmo com uma dificuldade elevada, ambos os jogos conseguem prender o jogador. Hotline Miami é o tipo de jogo que precisa ser dominado por completo para que o sucesso seja alcançado. Entretanto é extremamente satisfatório avançar por aquela fase que te fez morrer por mais de 20 vezes.

Tudo acontece muito rápido. Os jogos quase não possuem Loadings e o tempo entre perder uma vida e iniciar uma nova jornada não leva mais do que 1 ou 2 segundos fazendo com que o jogador não desista a cada tentativa frustrada.

A ambientação baseada nas décadas de 80 e 90 também são um show à parte, principalmente se você já tem mais de 30 anos. Visualmente, apesar de simples Hotline Miami é muito bonito e não tem como não esboçar um sorriso a cada nova animação de execução que aparece na tela.

O destaque negativo fica por conta da falta de conteúdo adicional para a coleção. Não temos nenhum recurso novo ou melhoria para os jogos. Eles estão presentes na coleção exatamente da mesma maneira que estavam no seu lançamento original.

Adições como galeria de arte, novas opções ou modos de jogos, filtros etc. seriam muito bem-vindas, além de ser uma ótima oportunidade para trazer de volta antigos jogadores. Já vimos isso acontecer em coleções como a Megaman Legacy Collection.

Contudo, se você busca um jogo com partidas rápidas, uma boa dose de desafio e muitas fases diferentes Hotline Miami Collection é para você.


Trailer do jogo


Este review foi feito utilizando uma cópia enviada pelos produtores.

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Rodrigo Reche

Oi, eu sou o Rodrigo Reche. Roreche para os íntimos! Sou completamente apaixonado por Videogames. Ganhei meu primeiro console, um Atari 2600, do meu pai em 1984 quando eu ainda tinha 3 anos de idade. Foi paixão a primeira jogada. Nintendista de coração e fã inveterado dos Engenheiros do Hawaii, passei por diversos consoles de todas as gerações, mas ainda guardo um carinho especial pelos consoles antigos.

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