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[REVIEW] Caravan Sandwitch

Eu deveria saber: jogos cozy quase sempre me decepcionam. É raro um título que te joga na natureza para explorar o mundo e consegue realmente me agradar. E, sinceramente, meu gosto para games não é complicado, só peço algo divertido de pegar e jogar. No entanto, Caravan Sandwitch parece estar convencido de que seu universo é extremamente óbvio, recompensador e interessante.


Ficha Técnica

Título: Caravan Sandwitch

Plataforma: Nintendo Switch

Data de lançamento: 12/09/2024

Tamanho: 1.5 GB

Desenvolvedora:Plane Toast

Publicadora: Plug In Digital

Jogadores: 1

Em Português: Sim

Gênero: Ação, Estratégia, Aventura

Tempo de Jogo (em média): 5 horas

Save na Nuvem: Sim

Classificação: Livre

Preço no Lançamento (BR): R$ 39,59

Preço no Lançamento (EUA): US$ 22.49


Em busca da sua irmã perdida

Van tem upgrades, mas não espere muito
Van tem upgrades, mas não espere muito

Aqui, você joga como Sauge, uma jovem que retorna para casa em busca da irmã desaparecida, Garance. Garance deixou apenas uma mensagem misteriosa, e essa é sua única pista para encontrá-la. Para começar, você antes deve participar de uma festa de boas-vindas e de um get-together — como uma rã humanoide chama a reunião de humanos -, socializar com a galera e, aí sim, sair pra ter a jornada.

Além disso, o jogo busca exalar inclusão e “cultura woke”, algo que às vezes fica explícito demais e até cansativo, especialmente nas conversas com NPCs. A localização em português brasileiro piora muito essas interações, já que inclui a linguagem neutra de forma obrigatória, com uma tradução terrível com vários termos em francês ou similar sendo despejados aleatoriamente, parecendo ter sido feita por uma IA mal programada. O idioma inglês já possui oficialmente os pronomes neutros e torna a experiência melhor e mais compreensível nesse quesito.

Jogabilidade repetitiva em um mundo aberto vazio

Diálogos são excessivos
Diálogos são excessivos

Falando de jogabilidade, o game constantemente te bombardeia com tarefas repetitivas, que até seriam rápidas de realizar se você soubesse exatamente o que fazer. E aí está o problema: na maior parte do tempo, a localização dos objetivos é até levemente clara, mas você não consegue entender claramente o que precisa ser feito. As missões secundárias também deixam a desejar, muitas delas girando em torno de buscar itens e trazer pra NPCs ou locais. Não existe combate por aqui, mas alguns elementos de plataforma que são rasos.

Em termos de experiência do usuário, se você confirma uma ação no meio de uma tarefa específica (como procurar um objeto, por exemplo), não verá mais os detalhes sobre o objetivo, pois o jogo assume que você leu e entendeu tudo da primeira vez. Um grande erro de UX, eu diria. Um exemplo disso foi quando precisei escanear um objeto, mas não conseguia entender o que estava procurando, e o jogo também não mencionava que eu deveria sair do veículo após marcá-lo.

Cavaran Sandwitch despeja toneladas de informações em você e espera que saiba exatamente o que está acontecendo. Os diálogos são longos, e raramente me prenderam. O loop de jogabilidade é basicamente caminhar, explorar novas áreas, procurar componentes sucateados (itens secundários para missões) e items para melhorar sua van, cuja dirigibilidade deixa a desejar. Além disso, prepare-se para conversar com NPCs a maior parte do tempo e coletar peças para atualizar sua van e explorar o mundo sem parar. Também não há game over, então não se preocupe se cair de um local muito alto.

Um jogo cozy cheio de falhas

Caravan Sandwitch é um dos jogos cozy de exploração mais entediantes que já joguei. Ele te força a interagir com NPCs excessivamente e te faz vagar pelo mundo coletando peças sem nenhuma sensação de recompensa. O mundo é chato e bem repetitivo, com cenários que parecem sempre os mesmos e tarefas de coletar e entregar, assim como os personagens que nunca parecem se desenvolver. Alguns diálogos são interessantes, por mencionarem acontecimentos durante a ausência da protagonista, o que te dá esperança de que algo mais interessante está por vir.

A história deixa várias perguntas ao longo das suas 6 horas de duração (ignorando as missões secundárias). No entanto, eu poderia ter ignorado tudo isso se a jogabilidade fosse acima da média, mas ela deixa muito a desejar por ser repetitiva e não ter mecânicas interessantes — a parte mais divertida foi escalar montanhas e pedras. As melhorias da van adicionam um pouco de dinâmica ao permitir que você alcance lugares mais altos e abra portas, mas não mudam drasticamente a dinâmica. Os gráficos são lindos, e o estilo de arte é o ponto alto aqui. Mas vagar por aí, escanear coisas e coletar itens? Por favor. Jogos podem oferecer muito mais do que isso, e já o fizeram no passado.


Trailer do Jogo


* Esta análise foi feita utilizando uma chave enviada pelos produtores

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Jason Ming Hong

Gamer desde o 1 ano de idade segundo meus pais. Jogo de tudo, porque o importante pra mim em um jogo é divertir. Gosto de jogos com uma boa história, investimento em gameplay sólido e, se rolar, um co-op de sofá. Também sou UX/UI designer, aquela galera moderninha que faz coisas pensando em quem vai usar. Aliás, agora edito o POWdcast, RÁ!