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[REVIEW] Scott Pilgrim vs. The World: The Game – Complete Edition – Só a nostalgia basta?

Depois do sucesso dos quadrinhos, do filme live action dirigido por Edgar Wright e do jogo lançado em 2010, a franquia Scott Pilgrim está de volta… com o mesmo jogo de 10 anos atrás (?).

Mas há uma explicação para isso. Nesse review você saberá o que aconteceu com Scott Pilgrim vs. The World: The Game e se esse relançamento faz jus à franquia tão popular nos anos 2000.

As referências é a melhor parte do jogo

Ficha Técnica

Título: Scott Pilgrim vs. The World: The Game – Complete Edition

Plataforma: Nintendo Switch

Data de Lançamento: 14/01/2021

Tamanho: 1 GB

Desenvolvedora/Publicadora: Ubisoft

Jogadores: 1-4

Save na nuvem: Sim

Em português: Não

Gênero: Ação, Luta, Beat ‘em up

Preço no Lançamento (US): US$ 14.99


A franquia

Scott Pilgrim nasceu nos quadrinhos. Criada por Bryan Lee O’Malley, a primeira edição foi lançada em 2004 e a sexta e última apenas em 2010, ano em que saiu o filme “Scott Pilgrim vs. The World” e o jogo com o mesmo nome. No Brasil, os quadrinhos saíram em três volumes e o filme foi dublado para o português.

A história sempre foi a mesma: Scott se apaixona por Ramona, uma franjudinha descolada e com cabelo colorido, e precisa vencer os 7 super ex-namoradxs da garota, para o casal, enfim, ser “feliz para sempre”.

Ramona é uma das personagens mais divertidas do game

Em meio a essa busca para derrotar esse passado, Ramona e Scott enfrentam problemas comuns de qualquer casal, o que pode parecer uma história bem clichê. Porém, nos quadrinhos e no filme, a trama aborda, de forma sutil, assuntos não tão populares na época de lançamento, como relacionamento abusivo, diversidade de gênero e outros.

Aqui está a primeira “mancada” do game, principalmente na “Complete Edition”, lançada em 2021, tempos em que esses tabus são menores.

A trama no game se limita em apresentar os 7 ex-namoradxs como chefões de cada fase. O jogo não tem diálogos ou momentos em que essa história principal é abordada, seja em cutscenes animadas ou até mesmo em imagens estáticas, nada.

Em uma das fases, por exemplo, você enfrenta um chefe que é preciso conhecer a história para entender o contexto, mas o jogo não dá essa informação para os jogadores que não conhecem os quadrinhos ou o filme.

Por isso, o game falha em ser um ponto de partida para aqueles que querem conhecer a franquia, tanto na qualidade do produto quanto em informações sobre a história.

A seleção de fases te lembra algum outro jogo?

A polêmica

Você deve estar se perguntando: “Então por que esse jogo foi relançado?”. A comunidade de Scott Pilgrim é muito apaixonada pela franquia e em 2020 foi comemorado 10 anos do lançamento do filme. Então, a Ubisoft aproveitou a data para lançar essa edição, nomeada como “Complete Edition” e que traz os DLCs do game base.

O interesse por esse relançamento foi ainda mais inflamado pelo fato do jogo original ter sido retirado das lojas digitais em 2014, devido, ao que tudo indica, a problemas de direitos autorais.

Jogabilidade

Agora que conhecemos a história e o que gira em torno desse relançamento, podemos falar do jogo em si. Scott Pilgrim vs. The World: The Game – Complete Edition traz novidades para justificar essa nova edição: modo horda, modo battle royale e multiplayer, online ou de sofá, com até 4 jogadores. Além, como dito anteriormente, das expansões que trazem Knives Chau e Wallace Wells como lutadores, totalizando 6 personagens jogáveis.

Porém, a primeira impressão é que Scott Pilgrim vs. The World: The Game – Complete Edition se parece mais com um jogo de 2010 do que um game recém-lançado.

Ao controlar o seu personagem nas primeiras fases, já é notável o quanto a jogabilidade é dura e desconfortável. Para um beat ‘em up, isso pode ser um tanto frustrante no começo.

A dificuldade é outro problema no início da jogatina. Mesmo escolhendo o nível “médio” de dificuldade (Rough & Tough), os inimigos parecem fortes demais. Ao mudar para o fácil (Average Joe), o gameplay quase não apresenta desafios.

Algo a se elogiar no sistema de Scott Pilgrim vs. The World: The Game – Complete Edition é a evolução dos personagens. Aliás, ao evoluir seu lutador e aprender novas habilidades, a jogabilidade fica mais fluída e a diferença do nível de dificuldade não é tão perceptiva.

Além disso, os 6 personagens são evoluídos individualmente, o que aumenta o tempo de vida do game.

Apesar dessas boas escolhas que minimizam os seus problemas, a jogabilidade de Scott Pilgrim vs. The World: The Game – Complete Edition deixa muito a desejar quando comparamos com outros beat ‘em up’s, como River City Girls e Streets of Rage 4.

O controle do “dash”, a falta de um botão ou comando para correr e até a limitação de combos, bugs no meio do combate… tudo isso vai minando a vontade de continuar jogando. O que piora ainda mais é o fato de começar uma fase do início quando você perde todas as vidas.

Durante as extensas 7 fases do modo história, há lojas para recuperar HP, evoluir o personagem, etc. Porém, ainda assim, o jogo não consegue equilibrar bem dificuldade e recompensa no seu gameplay.

As fases de movimentação mostram o quanto a jogabilidade é um problema

Gráficos e Sons

Talvez aqui esteja o grande chamariz de Scott Pilgrim vs. The World: The Game – Complete Edition, principalmente para aqueles que já conhecem a franquia. As músicas são viciantes e basta algumas horas de jogo para você adicioná-las na sua playlist do Spotify.

Ao começar a jogatina, o som ambiente é abafado pela trilha, o que atrapalha na imersão. É algo que pode ser configurado, mas esse desbalanceamento de volume não é comum em jogos.

Ainda assim a trilha te deixa imerso nesse mundo, mesmo com fases de diferentes temáticas e uma jogabilidade pouco confortável. Com certeza é um dos melhores elementos do jogo.

Os gráficos também chamam a atenção. As referências no bonito pixel art do game e a variedade estética dos inimigos, apesar de não apresentarem mudanças no gameplay, conversam muito bem com cada fase.

Tanto graficamente quanto em desempenho, o game roda de forma satisfatória no modo TV e no modo portátil, mesmo apresentando alguns bugs comuns de lançamento, nada que atrapalhe a jogatina por si só e que não possa ser resolvido com uma atualização.

O jogo traz muita beleza e referências na sua parte visual

Veredito

Scott Pilgrim vs. The World: The Game – Complete Edition é um daqueles títulos que se sustentam pelo o que sua franquia representa. Para aqueles que conhecem e gostam dos quadrinhos e do filme, todo esse universo fantástico e o fato de já conhecerem a história principal pode minimizar os problemas do game.

Porém, se você procura apenas um bom beat ‘em up, principalmente se o assunto for jogabilidade e fluidez dos controles, há opções melhores. Sem contar que aqueles que não conhecem toda a trama podem achar a história mais simples do que realmente é.

O preço de US$ 14.99 também é atrativo para os fãs da franquia, já que é possível gastar muitas horas de gameplay experimentando e evoluindo todos os personagens. Além disso, há o excelente trabalho artístico, os diferentes modos de jogo e as inúmeras referências que podem ser encontras no game.


Trailer do Jogo

*Esta análise foi escrita utilizando uma chave fornecida pela publicadora

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Jonatas Marques

De RPG japonês até Candy Crush genérico, se me prende a atenção, estou jogando! Essa paixão transcendeu para a internet, onde escrevo sobre games na NL e no Medium.

One thought on “[REVIEW] Scott Pilgrim vs. The World: The Game – Complete Edition – Só a nostalgia basta?

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