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[REVIEW] The Wandering Village – Um Gerenciamento Animal

Em um gênero que tem ganhado força nos últimos anos, The Wandering Village chega com uma proposta curiosa e poética: construir, sobreviver e prosperar sobre as costas de uma criatura gigante chamada Onbu, que vagueia por um mundo envenenado. Mas será que a execução é tão boa quanto a ideia?


Ficha Técnica

Título: The Wandering Village

Plataforma: Nintendo Switch e Nintendo Switch 2

Data de lançamento: 09/04/2025

Tamanho: 1.4 GB

Desenvolvedora: Stray Fawn

Publicadora: Stray Fawn Studio

Jogadores: 1

Em Português: Sim

Gênero: Simulação

Tempo de Jogo (em média): 11 horas

Save na Nuvem: Sim

Classificação: Livre

Preço no Lançamento (BR): R$ 88,99


Uma vila que respira

A proposta central do jogo é imediatamente envolvente. Em vez de um terreno fixo, sua cidade vive, literalmente, nas costas de um lagarto gigante chamado Onbu. Essa simbiose define quase todas as suas decisões: você não apenas constrói e coleta recursos, mas também precisa cuidar da saúde e da confiança de Onbu, influenciando seus caminhos e decisões.

E essa dinâmica traz um elemento emocional e orgânico à jogabilidade, que raramente vemos em city-builders tradicionais. É uma combinação muito bem executada de elementos como gestão de cidades, exploração de recursos e convivência com uma criatura gigantesca.

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Fonte: Nintendo

A jogabilidade básica envolve coleta de recursos, construção de estruturas, gerenciamento de trabalhadores e pesquisa tecnológica. O ciclo é simples, mas funcional — e familiar para fãs do gênero.

O microgerenciamento também é algo interessante: por um lado, temos controle sobre os aldeões; por outro, não temos gerência individual sobre cada um deles, o que muitas vezes gera uma certa frustração por não atenderem às nossas ordens de maneira específica. Além disso, faltam ferramentas para automação ou fluxos de trabalho inteligentes.

A variedade de construções também é um pouco limitada, o que, ao longo das horas, o jogo pode se tornar repetitivo. Isso prejudica o senso de evolução e descoberta, especialmente após a metade da campanha.

Aliados e ameaças

Um dos grandes diferenciais está no ambiente dinâmico do jogo. O mundo ao redor de Onbu muda constantemente: florestas, desertos, regiões tóxicas, tempestades, pragas… Gerenciar sua vila exige adaptação contínua. Recursos tornam-se escassos dependendo do bioma, o que exige planejamento e pesquisa de soluções, como – por exemplo – criar mecanismos de armazenamento de água para o período em que for passar no deserto.

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Fonte: Nintendo

E o Onbu não é apenas pano de fundo: ele sente fome, pode adoecer, dormir e até se rebelar se for mal tratado e isso adiciona uma camada de estratégia à experiência — cuidar bem de Onbu resulta em um aliado fiel, mas usar ele como simples ferramenta e sem respeito pode gerar problemas.

Gráficos lindos, mas com problemas

Visualmente, The Wandering Village é encantador. Os aldeões em estilo 2D contrastam de maneira harmoniosa com o corpo tridimensional de Onbu e os elementos do ambiente.

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No entanto, no Switch, a interface sofre com limitações. A navegação utilizando os controles é, até o jogador se acostumar, confusa. A interface gráfica também é inchada e, até certo ponto, mal adaptada para a tela portátil, dificultando o acesso rápido aos menus e às estatísticas.

Veredito

The Wandering Village oferece uma proposta original e cativante ao colocar o jogador no comando de uma vila construída sobre as costas de uma criatura gigante. A relação simbiótica com Onbu cria um laço emocional raro nos jogos de gestão, enquanto a atmosfera tranquila, os visuais artísticos e a variedade de biomas garantem uma experiência envolvente e relaxante. Com mecânicas simples e acessíveis, é ideal para quem está começando no gênero.

Por outro lado, o jogo sofre com algumas limitações que podem afetar a experiência, especialmente no Nintendo Switch, onde a interface deixa a desejar. A falta de variedade nas construções, o microgerenciamento constante e o ritmo lento podem cansar em sessões mais longas. Além disso, as decisões ao longo da jornada carecem de impacto significativo. Ainda assim, é uma aventura charmosa que vale a pena para quem busca algo diferente e contemplativo.

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Tovar

Nintendista desde os 8-bits, pulei somente a geração GameCube (que recuperei com o Wii). Jogo em qualquer plataforma. Um fã de The Legend of Zelda, Donkey Kong, Mario, Mega Man, e de outros grandes nomes da indústria.