[REVIEW] Tomb Raider IV-VI Remastered
Tomb Raider IV-VI Remastered traz de volta três títulos principais do início dos anos 2000 de Lara Croft: The Last Revelation, Chronicles e The Angel of Darkness. A coletânea anterior, Tomb Raider I-III Remastered, foi difícil de aturar considerando seus vários problemas. Os jogos que deram origem à exploradora que conhecemos até teve melhorias gráficas que foram bem-feitas e controles modernizados e facilitaram a vida de quem nunca jogou os originais, mesmo assim, algumas mecânicas não se adaptaram bem às mudanças. A falta de extras também decepcionou quem esperava um conteúdo mais atualizado e profundo. Tomb Raider IV-VI Remastered parece ter pisado nos mesmos erros do lançamento anterior, então confira comigo o que a Aspyr Media fez dessa vez.
Ficha Técnica
Título:Tomb Raider IV-VI Remastered
Plataforma: Nintendo Switch
Data de lançamento: 14/02/2025
Tamanho: 9.4GB
Desenvolvedora: Aspyr Media
Publicadora: Aspyr Media
Jogadores: 1
Em Português: Sim
Gênero: Ação, Aventura, Puzzle
Tempo de Jogo (em média): 15 horas
Save na Nuvem: Sim
Classificação: 14 anos
Preço no Lançamento (BR): R$ 159,95
Preço no Lançamento (EUA): US$ 29.99
Mais um sucesso no estilo anime
Jogabilidade Clássica Com Algumas Mudanças

Exploração novamente é o foco, com a protagonista atravessando cenários, escapando de armadilhas e resolvendo quebra-cabeças para abrir passagens. Os desafios envolvem ativar alavancas, mover caixas e encontrar maneiras criativas de avançar. O combate também segue a fórmula anterior: há algumas armas mais poderosas ao longo da campanha, mas as icônicas pistolas duplas com munição infinita continuam sendo a opção mais confiável. O sistema de mira automática facilita os combates, bastando sacar as armas e atirar. Porém, a gente entra no mesmo embate de antes: a câmera modernizada e controles atualizados não cooperam com as mecânicas antigas, tornando impossível pular de lado e focar nos inimigos sem entrelaçar os dedos.
O primeiro jogo do pacote, The Last Revelation, começa com uma jovem Lara explorando um túmulo com seu mentor. Após um salto no tempo, ela acidentalmente liberta Set e precisa aprisioná-lo novamente. O jogo traz melhorias como combinar itens, escalar mais superfícies e contornar quinas enquanto sobe. No entanto, algumas fases exigem percorrer longas distâncias para resolver enigmas, o que pode ser frustrante.

Chronicles, o segundo game do pacote, segue os eventos de The Last Revelation, com Lara tida como morta. Amigos relembram suas aventuras e choram pela exploradora, o que permite uma abordagem variada com fases focadas em exploração e outras em combate. A ideia funciona, mas algumas missões são mais interessantes que outras, e o jogo é bem mais curto, mas mantém a qualidade Tomb Raider conhecida até esse ponto.
Por fim, The Angel of Darkness traz um tom mais sombrio e é o mais focado no stealth de todos. Originalmente, o jogo saiu pra PS2 e foi criticado por ser quebrado e não-finalizado. Lara é acusada de assassinato e, enquanto foge da polícia, descobre uma conspiração perigosa. Esse foi o primeiro Tomb Raider que tentou inovar, mas com resultados bagunçados e uma jogabilidade lenta que dá sono.

O sistema de diálogos não impacta a história (pelo menos, não parece), a evolução de habilidades parece desnecessária e sem propósito, e algumas ações básicas agora precisam ser “desbloqueadas” conforme você avança.
O combate corpo a corpo é tenebroso e a furtividade também não funciona bem, tendo situações em que fiquei literalmente atrás do policial apontando a arma pra mim e nada acontecer. O destaque fica por conta de Kurtis Trent, um segundo personagem jogável que traz novidade à experiência.
Recursos novos em odre velho

Os controles modernizados são o maior avanço, e também o maior problema. O esquema clássico ainda está disponível, mas a opção atualizada facilita para quem já jogou outros Tomb Raider. No entanto, a adaptação não é perfeita: não dá para pular lateralmente, os saltos são sempre longos e atrasadíssimos, e mudanças bruscas de câmera atrapalham a movimentação porque a perspectiva muda juntamente.
Quem esperava melhorias na qualidade de vida pode se decepcionar. Não há salvamento automático, então esquecer de salvar significa perder progresso. Existe Quicksave e Quickload, mas com combinações de botões terríveis e imutáveis. Quem teve essa ideia de engessar configurações? Os gráficos podem ser alternados entre o original e o remasterizado, mas sem muitas opções de ajuste (sem falar que o jogo é escuro à beça como a trilogia anterior sem opção de brilho). Além disso, a coleção carece de extras, mais um vez.
Visualmente, a diferença entre os modos antigo e novo não é tão grande quanto na trilogia anterior, sem falar que alguns elementos e personagens sequer focam tocados, mostrando o desleixo absurdo da equipe. The Last Revelation e Chronicles já tinham texturas bem feitas, e Angel of Darkness tem gráficos relativamente limpos no PS2. Por outro lado, as cutscenes remasterizadas ficaram escuras demais, em 4:3 e com bastante pixel explodindo na tela, prejudicando a qualidade.
Mais decepções com nostalgia
No fim, Tomb Raider IV-VI Remastered acerta em alguns pontos, mas tropeça em outros (e nos mesmos de anteriormente). Os controles modernos até ajudam, mas a falta de refinamento ainda gera frustrações. A experiência é mais fluida, mas não tão impactante quanto na trilogia anterior. Sem falar na falta de atalhos configuráveis, ajuste de brilho pra jogos absurdamente escuros, e notável desleixo em todo o pacote. Para quem tem apego emocional a esses títulos, a remasterização vale a pena. Para novos jogadores, vai ficar parecendo que os jogos antigos de Lara Croft estão datados e não valem a pena conhecer.
Cópia de review cedida pelos produtores